Banco nega cancelamento de contrato com Prefeitura de João Pessoa

(Imagem do Google)

Nem o BID quis cancelar sua participação no Programa João Pessoa Sustentável (PJPS) nem a gestão do ex-prefeito Luciano Cartaxo deu causa ao pretenso cancelamento 

Em artigo aqui publicado no dia 24, afirmei que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) teria sido convencido pelo novo governo do município a desistir de cancelar financiamento de obras de melhoria a infraestrutura na capital. Não procede. É o que se depreende do que trago agora, após realizar prometida apuração mais circunstanciada dos fatos. 

Depois de colher no final de semana enfáticos desmentidos – e dados que os corroboram – de pessoas que trabalharam no programa na administração passada, encaminhei ontem (30) pedido de informações ao BID, que me respondeu ontem mesmo através de Clementine Tribouillard, chefe da equipe do banco no João Pessoa Sustentável.

Ela garante que o contrato com a PMJP, com desembolso previsto de meio bilhão de reais para cada lado, jamais foi cancelado. Disse ainda que nenhuma atividade do programa foi interrompida. Embora, admitiu, todos os projetos financiados pela instituição tenham sido afetados pela pandemia da Covid em todo o mundo.

As informações de Tribouillard batem com outras que me foram passadas por José Rivaldo Lopes, coordenador-geral do PJPS (pelo lado da Prefeitura) no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.

O QUE PERGUNTEI E O BID RESPONDEU

1. Quando e quanto o BID lá liberou (valor nominal e percentual do total a ser liberado) para esse Programa?

– Todas as informações sobre nosso contrato com valores e prazos são públicas e estão disponíveis no portal da operação: https://www.iadb.org/pt/project/BR-L1421 (recomendo olhar na aba “documentos”, onde você encontrará o próprio contrato que define as datas e os valores)

2. Existe atraso na execução do Programa? Se sim, especificar, por favor, etapa ou ação a que se refere, segundo o tempo de atraso (em anos, meses e/ou dias).

– Como 100% dos programas da nossa carteira, sim, existe atraso, pois ninguém conseguiu não sofrer dos efeitos da pandemia, infelizmente. Porém, nada que questione até agora o cronograma do nosso programa.

3. O BID chegou a cancelar o contrato, mas reconsiderou a pedido da atual gestão do município?

– O contrato nunca foi cancelado. A transição entre a gestão anterior e a gestão atual foi muito fluida. Uma boa parte da equipe foi mantida, e as atividades nunca foram suspensas ou interrompidas.

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  • Publicarei amanhã as informações sobre o que foi feito pela PMJP sob Cartaxo no Programa João Pessoa Sustentável e o que ficou encaminhado para a atual gestão fazer.

VACINAÇÃO CLANDESTINA, por José Mário Espínola

Vacinação clandestina em Minas Gerais

A imagem (de vídeo) mostra, supostamente, enfermeira preparando vacinação numa garagem de ônibus de BH

Nos Estados Unidos, nos anos 1930, foi promulgada uma Lei Seca de influência escancaradamente religiosa e conservadora com a melhor das intenções: combater o alcoolismo crescente no país. Mas trouxe consequências nefastas e desastrosas para a sociedade e a segurança pública daquele país que perduram até hoje. Porque aumentaram as atividades clandestinas e o contrabando de bebidas espalhou-se por todo o país.

Fomentada para satisfazer àqueles que gostavam de bebidas alcoólicas por vício ou puro prazer, a clandestinidade da venda nesse ramo foi o alicerce do moderno crime organizado norte-americano. A Lei Seca cairia depois, enfim, mas o gangsterismo cresceu de forma incontrolável, ampliou os negócios ilícitos para o tráfico e a distribuição de drogas e hoje é um verdadeiro câncer social nos EUA.

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Aqui no Brasil aconteceu um episódio que também pode ser atribuído à inconveniência de atitudes oficiais mal elaboradas. Mais exatamente da incapacidade de oferecer vacinas para uma população com medo. Quarta-feira, dia 24 de março, foi veiculada pela revista Piauí a denúncia de que um grupo de pessoas de elevado poder aquisitivo, capitaneado por empresários mineiros do ramo de transportes, promoveu uma vacinação clandestina numa garagem de ônibus de Belo Horizonte e dela participaram pessoas que teriam pago 600 reais por duas doses. Foram levantadas suspeitas de contrabando e outros crimes.

Paralelo ao episódio, a vacinação caminha “com passos de formiga e sem vontade,” como na música ‘Assim Caminha a Humanidade’, de Lulu Santos. O fato acontece no momento em que os brasileiros, ansiosos por vacinas, veem a vacinação se arrastar como uma lesma. Justo no país que já foi campeão de vacinação, líder mundial com o seu Programa Nacional de Imunização, o PNI.

Com o desmantelamento do Ministério da Saúde, realizado ao longo dos últimos 11 meses, o PNI, que no passado foi capaz de vacinar milhões de pessoas em uma semana, foi sucateado e se tornou um fantasma do que era. Paralelo a isso, o governo federal não tomou providências para a compra das vacinas, desde setembro do ano passado, quando estas lhe foram oferecidas para aquisição.

Seguindo cegamente a orientação do presidente da República, que em sua ignorância é contra as vacinas, o general ex-ministro protelou como pode a realização da compra de vacinas. Até recusou participar do consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando poderia ter garantido a maior parte dos imunizantes. Diante da desorganização do Ministério que vinha se caracterizando pela lentidão em vacinar os brasileiros, o grupo mineiro tomou a decisão de ele próprio se vacinar. O fez de forma clandestina, mas fez.

Se nada for feito para acelerar o processo e a rapidez de vacinação, vamos tomar conhecimento de outros grupos vacinando os seus, para retirá-los da faixa de risco, oferecer-lhes mais proteção, já que o governo não faz o que manda a Constituição: “A saúde é direito de todos e dever do estado.” Já que o governo não faz… Não os culpo. Acho que é mais ou menos como pagar um plano de saúde por não poder esperar que o Estado ofereça assistência médica de qualidade.

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Ao longo da última semana, o Brasil foi inundado por notícias sobre o curso da pandemia de covid 19 que assola o país. A pior delas foi o triste recorde do número de mortes, desde o início da doença: mais de 300 mil em um ano! Mas também surgiram notícias alvissareiras. Destaco as principais.

O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, foi demitido por insuficiência técnica e incapacidade administrativa e substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga, de formação exclusivamente científica. O novo ministro assumiu prometendo vacinar um milhão de pessoas por dia, já a partir de abril. Meta ambiciosa, mas possível de ser alcançada.

Basta dispor de vacina suficiente para manter o ritmo. Significa aplicar 270 milhões de doses até o final do ano! Ou seja: toda a população terá recebido pelo menos a primeira dose até 2022. Para desenvolver essa velocidade de vacinação, ele terá que aplicar uma logística que o ex-ministro não conseguiu implementar, apesar de se apresentar como especialista na matéria. Torço pelo ministro Queiroga nesse desafio. Há de ter sucesso, pois é determinado e competente. Se o presidente e seus comparsas não o sabotarem, nesse intervalo…

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As boas notícias não pararam por aí. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Artur Lira, fundaram um Comitê para acompanhar e administrar a epidemia, buscando centralizar as ações junto com o Ministério da Saúde. O Comitê deverá incluir ainda um representante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ser indicado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, também presente ao encontro dos chefes de poder, realizado no Palácio da Alvorada, com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Esse Comitê amortece a influência deletéria de Bolsonaro sobre a pandemia e realça protagonismo do senador Pacheco, mentor da iniciativa da unificação do combate à pandemia, tão ansiada pela nação brasileira e que chega com um ano atraso.

A necessidade do afastamento da cena e de bom comportamento do presidente da República ficou bem clara no recado dado na mesma tarde pelo presidente da Câmara, deputado Artur Lira, que ameaçou Bolsonaro de impedimento, caso não pare de atrapalhar a condução das ações de saúde e não deixe o ministro Queiroga trabalhar corretamente.

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Outra notícia animadora foi dada na sexta-feira (26): pela manhã, o Butantã comunicou que vai fabricar uma vacina anti-coronavírus, com perspectiva de ser lançada no mercado nos próximos seis meses. À tarde, o ministro da Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, comunicou apressadamente que a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que faz parte da USP – Universidade de São Paulo, universidade estadual, solicitou à Anvisa o registro de uma vacina em estudos que também será lançada brevemente. Não poderíamos ter notícias melhores, no meio de tanta tragédia sanitária. Que surjam outras, cada vez mais.

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Pesando os prós e os contras, em termos políticos a semana passada pode ter sido a melhor dos últimos dois anos. Em respeito às milhares de pessoas que perderam as suas vidas, espero que isso seja o início de uma virada e outras semanas ainda melhores venham a acontecer.

A NATUREZA AGRADECE, por Bethania Rolim da Nóbrega

Antigamente, as lojas de roupa concentravam-se nas coleções de inverno, verão, outono e primavera; hoje, temos enxurradas de peças renovando o estoque a cada semana, sempre com novas coleções e preços bem acessíveis, o que nos atiça a comprar mesmo sem necessidade.

Mas, como bem diz o ditado popular, “o barato sai caro”, porque a natureza paga boa parte dessa conta. Todo esse material para produção de vestuário vem dos nossos recursos naturais, na maioria das vezes utilizando-se de trabalho escravo, um custo muito alto para andarmos na última moda.

Um exemplo do que estou falando é a utilização de litros de água na produção de uma única calça jeans. Água é um bem finito. Se não cuidarmos, um dia acaba. Por isso é necessário refletir sobre a nossa responsabilidade socioambiental e sobre o consumo sustentável.

Chegamos a um tempo que não podemos continuar a consumir do mesmo modo. Temos que buscar novas opções, como ir à procura daquela costureira que faz um trabalho quase artesanal.

Já temos sinais de algumas marcas que estão se adaptando a nova realidade, adotando reciclagem e outros materiais que não prejudicam a natureza. Existe ainda a alternativa de consumo sustentável que é o brechó. Você já pensou em comprar roupas de brechó?

Se você quer sair desse modelo pronto, criado pela indústria da moda e feito para todo mundo se vestir igual, as roupas de brechó são uma ótima opção para sermos diferentes uns dos outros e procurar a nossa própria identidade de como nos vestimos. No brechó você encontra raridades e roupas diferenciadas, capazes de melhorar o seu estilo único de ser. E o melhor de tudo, sem agredir o nosso patrimônio natural.

Fiz o poema reproduzido abaixo para expressar melhor meus sentimentos sobre o trabalho dos brechós. Data de quando cursei a cadeira de Direito Ambiental e sobre o tema que aqui abordo defendi meu Trabalho de Conclusão de Curso.

VIDA SUSTENTÁVEL

Vista-se de uma peça rara
Experimente o diferente, não seja igual
Vista-se de brechó
Sinta a energia da vida que se mostra sustentável
Que não é a mesma que sai de fábrica
Dali vem o cansaço, o suor, o trabalho, muitas vezes escravo

Enquanto isso
Tem água escorrendo, virando tinta que vai pro mar
São litros de água na produção de um jeans
É a vida que se esvai
É a água que escorre
É a sede que não tem fim

  • Bethania Rolim da Nóbrega é publicitária e bacharela em Direito

TEORIA DA INVOLUÇÃO, por Rubens Nóbrega

(Imagem deliberadamente ilustrativa. Foto: Globo)

Há mais de dois meses, desde quando a pandemia da covid começou a bater seguidos recordes de mortes no Brasil, um grupo de jovens participa de sucessivos embalos de quartas e sextas-feiras à noite numa mansão da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Festança regada a comes e bebes do bom e do melhor, mas sem qualquer distanciamento. Pelo contrário, quando chegam no grau, alguns só faltam se pegar no tapa e, vez em quando, num rala-e-rola. Tudo sem máscara, viu? E álcool, minha filha, só o que vem na bebida. Dose? Se for de vacina, nem pensar!

A esbórnia chama a atenção de todo o Brasil, revoltando alguns incomodados com a impunidade que protege aquela turma que se esbalda em tantas festas clandestinas. Afinal, por que não chega àqueles pândegos as medidas restritivas e os rigores da lei impostos por governadores e prefeitos à maioria?

“Por que a Prefeitura ou a Polícia não vai lá e acaba com essa farra?”, questionou ontem (27) indignado seguidor do líder da ‘liberdade do povo se aglomerar, não parar de trabalhar e se contaminar’. É da mesma galera que defende o ‘se morrer é menos gasto pra Previdência e ótimo pro mercado’.

Tal questionamento foi dirigido publicamente ao prefeito Eduardo Paes, do Rio. E pra não haver dúvida sobre a procedência do que aqui se afirma, reproduzo abaixo a indagação do revoltado e a resposta do alcaide carioca.

Por essa e muitas outras que venho ouvindo, lendo ou vendo nos últimos dois anos e meio, estou convencido de que se Darwin estivesse entre nós, hoje, certamente ele rebatizaria a sua tese sobre o aparecimento e desenvolvimento da raça humana.

Com certeza, o velho Charles adotaria a Teoria da Involução após estudar espécimes feito esse bovino interpelante.

CANSAÇO, por Ana Lia Almeida

Imagem meramente ilustrativa. Foto: Brasil de Fato/Pernambuco

Mas você está cansada de quê? A dois passageiros de distância, Rita se pôs a imaginar seus mil motivos para responder àquela pergunta que o rapaz fez à moça bem ali do lado. Sua noite mal dormida por causa da azia depois do cuscuz com leite no jantar. Suas horas extras para pagar a prestação do celular novo de Maria Clara assistir às aulas dela. O serviço que era muito na casa de Dona Laura. As varizes que ao fim dos dias doíam cada vez mais em suas pernas.

Estou cansada das suas brigas, do seu ciúme, de você não querer deixar eu fazer as minhas coisas. Estou cansada de você, Eugênio. Os olhos de Rita se encontraram com os de algumas outras pessoas que estavam ali perto do casal em crise. Os muitos passageiros que ouviam a conversa partilhavam expressões de assombro ou divertimento enquanto Eugênio continuava com o braço enlaçado na cintura da moça como se aquilo tudo não fosse com ele.

Calma, neném. Não me chame assim, já disse mil vezes. Ah é, e por acaso ele não te chamava de nenhum apelido carinhoso, hein? Está vendo só, Eugênio, é disso que estou falando; eu vou-me embora. A moça foi abrindo caminho entre os colegas da condução e Eugênio gritando que aquela não era nem a parada dela, que o motorista não abrisse a porta porque tinha uma mulher louca querendo descer fora do ponto, que ela ia se perder e podia ser atropelada, e nisso a moça já descia correndo as escadas do ônibus em direção à rua.

Cinco segundos de silêncio no lotação. Depois disso, foi o homem chorando alto com as mãos no rosto e o falatório generalizado, os mais de perto explicando aos de trás o que tinham visto e enfeitando a história de mil modos. Que a mulher não gostou do cara tê-la chamado de neném e foi-se embora; que um tal de Efigênio tinha levado um chifre daquela moça que saiu correndo; que um passageiro estava batendo na mulher mas ela conseguiu fugir e uma hora dessas deveria estar na delegacia com a Maria da Penha; que havia uma mulher louca no ônibus que fugiu correndo do irmão.

Rita, que era da turma dos mais perto e assistira a tudo com a maior atenção, não quis se meter. Não confirmava nem desmentia nada, concentrada em seus pensamentos. Sujeitinho esquisito, o tal do Eugênio. Não era à toa que a moça havia se cansado. Ficou lá gritando depois chorando, a maior cena, mas parado feito poste. Porque não foi atrás dela? Vai ver teve uma livrança deixando esse daí para trás. Agora, isso era lá conversa de se ter em ônibus? Ela que nunca ia se passar para isso, expor suas intimidades na frente de todo mundo daquele jeito. Já estava mais do que na hora de vagar um assento para ela, que as varizes hoje estavam demais.

O BIG BROTHER DE JOÃO PESSOA

Vid8 GME

(Imagem meramente ilustrativa. Crédito: Vid8)

A capital da Paraíba terá dentro de um ano, no máximo, um Big Brother pra chamar de seu. Trata-se, na verdade, de moderno sistema de monitoramento que vai funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, a partir de abril do ano que vem.

Até lá, serão instaladas mais de 700 câmeras em pontos estratégicos para ‘vigiar’ ruas, avenidas e áreas críticas de João Pessoa, de onde transmitirão imagens em tempo real para o Centro de Cooperação da Cidade, o ‘cérebro’ desse ‘Grande Irmão’ municipal que começa a ser construído em abril próximo.

A construção, já licitada, com empresa contratada e tudo o mais, representa investimento superior a R$ 11 milhões em um edifício planejado para dominar 1.800 metros quadrados do terreno da sede administrativa da Prefeitura de João Pessoa, no bairro de Água Fria.

O Centro de Cooperação da Cidade integrará e poderá acionar toda e qualquer secretaria ou autarquia do município para resolver problemas da população. De acidente a congestionamento no trânsito, de queda de barreira a inundação, de chamar Samu ou Zoonose… Tá valendo!

Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, entre outros serviços estaduais e federais, também poderão ser chamados para atender às demandas do Centro de Cooperação, que é parte do Programa João Pessoa Sustentável, largo e multifacetado projeto de melhoria da infraestrutura urbana.

O programa está orçado em mais de um bilhão de reais, com metade dessa dinheirama assegurada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A outra metade virá de recursos próprios do município. Tudo nos conformes acertados com a instituição internacional pela gestão passada da PMJP.

Mas execução ficou, claro, a cargo do governo empossado em janeiro deste ano. Que vai ter quatro anos para dar conta de todas as metas e prioridades combinadas com o BID, que abarcam desde intervenções em comunidades vulneráveis à transformação do antigo Lixão do Róger em parque de lazer e esportes.

Depois conto mais. 

IMPASSES ETÍLICOS, por Babyne Gouvêa

VÍDEO: Homens ficam enciumados em bar e dão início a pancadaria  generalizada em Cuiabá

Imagem meramente ilustrativa e propositadamente desfocada. Crédito: YouTube

Tudo começou quando dois companheiros de bar sentaram juntos à uma mesa para um aparente embate político. Logo chamaram a atenção de alguns presentes, que inadvertidamente tentaram interromper o diálogo manifestando opiniões divergentes e opostas às tendências ideológicas dos protagonistas.

Um deles se manifesta questionando o seu interlocutor sobre o conceito de comunismo. Sem titubear, o interpelado responde, didático, professoral:

– É um sistema econômico e político que defende uma sociedade sem classes. Nele, os meios de produção e outros bens pertencem ao governo e a produção é dividida igualmente entre todos…

– E agora, o que você me diz do capitalismo? – retruca o parceiro de mesa.

– O capitalismo tem como objetivo principal a acumulação de capital através do lucro – responde.

Surge uma terceira voz perguntando se alguém tem conhecimento de algum país que tenha efetivamente implantado um regime comunista, com sucesso ou se algum companheiro de bebida conhecia alguma nação capitalista verdadeiramente justa com os direitos dos seus concidadãos.

Sem responder, o primeiro a indagar chama o garçom e aparenta indisposição estomacal, pedindo um antiácido. Levanta-se, sai do seu assento, afastando os curiosos que estavam próximos, chamando-os de comunistas, pejorativamente, atestando intolerância ao diálogo. Um dos afastados interroga em voz alta:

– Por que agora virou lugar-comum chamar as pessoas de comunistas?

Um frequentador com o dedo em riste complementa a pergunta com um argumento inquisitivo:

– Por que defender uma sociedade igualitária desperta tanto ódio?

Mais um entra no debate. Esse, fazendo gesto de arminha com uma mão para o alto e segurando garrafa com a outra, tangencia e interpela:

– Vamos ficar isentos de pagamento de impostos na compra de berros e munição. Tem presente melhor para a população?

– Bom mesmo é no País Tupiniquim, onde o Salve-se Quem Puder é o sistema vigente – atalha um ébrio articulando palavras com dificuldade e com ares de deboche.

Surgiram novas intervenções defendendo tanto democracia quanto regime autoritário. Pandemônio no bar. Cada um argumentando em voz alta sobre a sua vertente filosófica, política, ideológica… Alguns à direita, uns à esquerda e os indefectíveis “sou de centro”.

Convocado, o gerente do estabelecimento tentou apaziguar os ânimos. Expôs a todos uma ideia supostamente sensata: não pagaria as despesas quem apresentasse proposta de governo que implementasse planos estratégicos de saúde e educação, criasse oportunidades de empregos, proporcionando mais dignidade à população e, condição sine qua non, lançasse um condutor de caráter retilíneo.

Ouvida a proposta-desafio, os exaltados circunstantes entreolharam-se e a discussão deu lugar ao silêncio. Calados, todos miraram o garçom e na direção dele dispararam o gesto universal de pedir a conta.

  • Babyne Gouvêa é Biblioteconomista

DO MITO AO MINTO, por Juca Pirama

Gripezinha' testa 'histórico de atleta': Bolsonaro irá recuar após infecção  pela COVID-19? - Sputnik Brasil

(Imagem: Sputiniknews)

Ontem, no dia em que as mortes por Covid ultrapassaram o total de 300 mil, desde o primeiro caso no dia 17 de março de um ano atrás, o Brasil foi surpreendido por notícias alvissareiras.

A primeira foi pela manhã, quando o presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, promoveu uma reunião com os presidentes da República, Sr. Jair Messias(?) Bolsonaro; do Supremo Tribunal Federal, ministro Luis Fux; e da Câmara, deputado Artur Lira.

Esta reunião, tão desejada pela população enlutada e pela parcela que ainda tem esperança, selou, espera-se, a união dos Poderes constituídos em prol da unificação das ações de saúde dedicadas à pandemia que assola o planeta, em especial o nosso país.

Foi criada uma comissão mista com o objetivo de unificar o combate à Covid, potencializando e unificando as ações de saúde realizadas pelo Ministério da Saúde, os governos estaduais e municipais, e distribuindo os insumos e equipamentos necessários a todos os cidadãos.

Pelo menos foi o que anunciou o senador Pacheco… A reticência fica por conta da máxima de que, no Brasil, quando não se quer resolver um problema, cria-se uma comissão. Mas eu acho que essa irá funcionar, sim. Pois parece que a tragédia sanitária finalmente sensibilizou os senhores políticos.

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A outra boa notícia foi a declaração do presidente da Câmara, deputado Artur Lira. Ele enquadrou o presidente(?) da República, Jair Bolsonaro, exigindo deste um bom comportamento, em todos os sentidos, fazendo-lhe ameaças constitucionais.

Artur Lira, ocupando a presidência da Câmara com o apoio explícito e decisivo de Bolsonaro, surpreendeu assim a todos nós. Ele fez em dois meses o que Rodrigo Maia não fez em dois anos.

Agindo assim, tanto o deputado Lira quanto o senador Pacheco conferiram Bolsonaro à sua real dimensão: a insignificância. Demonstraram-lhe que a nação é maior do que ele. Que o país pode passar com ele, sem ele ou apesar dele.

Que Jair Bolsonaro não passa de um adorno feio totalmente perdido na beleza do Palácio do Planalto…

Coincidência ou não, na noite anterior ele havia feito um pronunciamento à nação, durante o qual relatou como realização sua tudo aquilo que não fez, até o momento. Reafirmou, assim, a sua alcunha de O Minto.

Ficou evidente que o pronunciamento não foi muito bem recebido, dada a manifestação espontânea de panelaços pelo Brasil inteiro.

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Não perdendo a oportunidade, liguei para o amigo patriota:

– E aí, Verde & Amarelo, tudo bem? Ontem foi um dia histórico: pela manhã o presidente do Senado assumiu o protagonismo e fez O Minto recolher-se à sua insignificância. E à tarde O Minto foi ameaçado veladamente pelo presidente da Câmara, caso não quisesse se recolher. Como homem dos bastidores que você é, o que acha que o G.O., Gabinete do Ódio, vai fazer? Vai deixar por isso mesmo? Ou vai reconhecer a própria covardia, botar o rabinho entre as pernas e num fazer nada? Não vai espalhar nenhuma sujeirazinha dos dois políticos? Ou será que o G.O. já não mais destila esses ódios todos? Será que o G.O. não passa de um WC pestilento (daqueles de posto de gasolina) anexado ao gabinete do presidente?

Tut-tut-tut… A ligação caiu antes que ele respondesse.