A NATUREZA AGRADECE, por Bethania Rolim da Nóbrega

Antigamente, as lojas de roupa concentravam-se nas coleções de inverno, verão, outono e primavera; hoje, temos enxurradas de peças renovando o estoque a cada semana, sempre com novas coleções e preços bem acessíveis, o que nos atiça a comprar mesmo sem necessidade.

Mas, como bem diz o ditado popular, “o barato sai caro”, porque a natureza paga boa parte dessa conta. Todo esse material para produção de vestuário vem dos nossos recursos naturais, na maioria das vezes utilizando-se de trabalho escravo, um custo muito alto para andarmos na última moda.

Um exemplo do que estou falando é a utilização de litros de água na produção de uma única calça jeans. Água é um bem finito. Se não cuidarmos, um dia acaba. Por isso é necessário refletir sobre a nossa responsabilidade socioambiental e sobre o consumo sustentável.

Chegamos a um tempo que não podemos continuar a consumir do mesmo modo. Temos que buscar novas opções, como ir à procura daquela costureira que faz um trabalho quase artesanal.

Já temos sinais de algumas marcas que estão se adaptando a nova realidade, adotando reciclagem e outros materiais que não prejudicam a natureza. Existe ainda a alternativa de consumo sustentável que é o brechó. Você já pensou em comprar roupas de brechó?

Se você quer sair desse modelo pronto, criado pela indústria da moda e feito para todo mundo se vestir igual, as roupas de brechó são uma ótima opção para sermos diferentes uns dos outros e procurar a nossa própria identidade de como nos vestimos. No brechó você encontra raridades e roupas diferenciadas, capazes de melhorar o seu estilo único de ser. E o melhor de tudo, sem agredir o nosso patrimônio natural.

Fiz o poema reproduzido abaixo para expressar melhor meus sentimentos sobre o trabalho dos brechós. Data de quando cursei a cadeira de Direito Ambiental e sobre o tema que aqui abordo defendi meu Trabalho de Conclusão de Curso.

VIDA SUSTENTÁVEL

Vista-se de uma peça rara
Experimente o diferente, não seja igual
Vista-se de brechó
Sinta a energia da vida que se mostra sustentável
Que não é a mesma que sai de fábrica
Dali vem o cansaço, o suor, o trabalho, muitas vezes escravo

Enquanto isso
Tem água escorrendo, virando tinta que vai pro mar
São litros de água na produção de um jeans
É a vida que se esvai
É a água que escorre
É a sede que não tem fim

  • Bethania Rolim da Nóbrega é publicitária e bacharela em Direito
É BOM ESCLARECER
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