Quando assumiu o Ministério da Saúde, confesso que fiquei dividida: por um lado, não gostei de ver um paraibano servindo a esse governo; por outro, ponderei que por seu currículo médico seria bom para o país.
Qual o quê! Assistindo a uma live do presidente, pude vê-lo enredando a Sua Excelência como uma criança faz junto ao seu professor sobre um colega.
Vi também o ministro ouvir passivamente do presidente a defesa do uso de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a ivermectina. Fiquei desolada, com uma vergonha do tamanho da Paraíba.
Digamos que o ministro estivesse do lado de cá, fora do governo. Como reagiria àquela cena, àquelas palavras e às manchetes reproduzidas a seguir?
– Mudanças de orientação expõem falta de coordenação no Ministério da Saúde;
– Ministro suspende vacinação de adolescentes;
– Anvisa se mantém favorável à vacinação de adolescentes com a Pfizer;
– Governo muda orientação para esconder a falta de vacinas;
– Municípios surpreendidos por mudança de orientação;
– Nova orientação é tentativa de camuflar a falta de vacinas;
– Órgão do próprio Ministério da Saúde recomenda manter vacinação;
– Precisa Medicamentos é alvo de busca e apreensão com aval do STF;
– 54% de reprovação do desempenho do presidente na pandemia.
Como esclarecer esse nebuloso panorama? Prometo que me esforçarei para não cotejar o Doutor Queiroga com o seu antecessor.