Há quatro anos aguardando em vão resposta do Governo do Estado às suas reivindicações por melhores salários e condições de trabalho, cerca de 400 servidores da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Alice de Almeida (Fundac) devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (30).
Por convocação do Sindicato dos Trabalhadores da Fundac (Sintac), a decisão de paralisar as atividades foi tomada em assembleia virtual com a participação de mais de 100 filiados. A assembleia foi realizada através da plataforma Google Meet no último dia 24, quando a categoria concluiu que não há condições de prosseguir no trabalho sob tanta precariedade e indiferença das autoridades estaduais.
Segundo a Assessoria de Imprensa do Sintac, a greve é a extensão natural de um processo de mobilização permanente iniciado no começo do mês, 40 dias após as lideranças do movimento serem recebidas na Granja Santana, em João Pessoa, pelo engenheiro Ronaldo Guerra, chefe de gabinete do governador João Azevedo. Na audiência, concedida no dia 26 de janeiro passado, foi apresentada a pauta de reivindicações dos trabalhadores ao representante do governo.
Os funcionários querem a revisão do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), implantação de Gratificação de Incentivo Funcional para os Agentes Socioeducativos e sua incorporação na aposentadoria e reajuste do vale-alimentação para R$ 600. Sem retorno do governo a esses pedidos, decidiram pela mobilização com previsão de greve.
Presidente do Sintac, Márcio Philippe ainda acredita numa saída para o impasse. “Não somos intransigentes e estamos abertos ao diálogo, como sempre, na expectativa de uma manifestação positiva e providências do governo para nos atender. Se ocorrer, suspenderemos a greve”, antecipou, lembrando que o movimento afeta os serviços das sete unidades socioeducativas que funcionam em todo o Estado.
Philippe garantiu que em respeito à lei 30 por cento dos servidores manterão em funcionamento o que for essencial e emergencial no sistema que responde pela atenção, assistência e guarda dos chamados menores infratores na Paraíba. Um trabalho difícil e perigoso miseravelmente remunerado pelo governo estadual, que paga pouco mais de um salário mínimo como vencimento básico ao pessoal de nível superior, enquanto o de nível médio precisa de penduricalhos no contracheque para alcançar o mínimo.
O QUE DIZ A FUNDAC
Procurada, a direção da Fundac informou através de sua Assessoria de Comunicação que “está em articulação junto ao Governo por meio da SEDH (Secretaria de Desenvolvimento Humano) e Secretaria da Administração”. Quem busca solução para o problema junto às instâncias que decidem, como o fez por todo o dia de ontem (28), é Waleska Ramalho, presidente da Fundação.