DILEMAS DE UM ALVINEGRO, por José Mário Espínola

(Imagem: radiobotafogo.com.br)

“Yo no creo en brujas,
pero que las hay, las hay!”
(Miguel de Cervantes Saavedra)

É bastante conhecida a fama de tradicionalmente supersticioso dos torcedores do Botafogo. Isso não existe! Eu, por exemplo, não o sou. É claro que tem uns torcedores que abusam de algumas das nossas tradições.

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OS ALOPRADOS, por Raíssa Santos

(Imagem recortada de charge de Ziraldo publicada em caosnaeducacao.blogspot.com)

Não sei, mas sinto que a distância entre os corpos uniu ainda mais as mentes, as personalidades, as essências, e escancarou quem realmente somos. Falo isso, voltando-me para o meu ofício de educadora. Vejo cada dia, de forma mais concreta, com quem quero conviver até a aposentadoria.

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CONCURSO PÚBLICO, por Aderson Machado

Concurso publico para GM em Campo Limpo

Eu tive a “sorte”, vamos dizer assim, de ter logrado êxito logo no primeiro concurso público que fiz. Mas isso já faz um bom tempo. Foi, precisamente, no longínquo ano de 1978. Os tempos eram outros, evidentemente.

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Prefeitura cede estacionamento por 50 cestas básicas e 10 latas de tinta

(Imagem copiada do portal MaisPB)

No dia 22 de julho último, recebi uma propaganda (card ou banner, não sei direito como chamam) sobre a instalação de um cinema drive-in em João Pessoa. “Oba, meu sonho!”. Assim exclamei meu entusiasmo ao remetente, mas não resisti e fiz questionamentos quando vi que o negócio seria instalado no estacionamento da Estação das Artes, espaço público sob responsabilidade da Prefeitura da Capital.

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O QUE É QUE A ECOPRAÇA TEM

Tem muita beleza, tem

Tem verde, muito verde tem

É acessível como ninguém…

Espaço, muito espaço tem

Um mar pertinho a Bessa, tem

Tem coleta seletiva, tem

E energia solar também…

Tem gente que usa, tem

E gente que cuida bem…

REAÇÕES ÁCIDO-BASE, por José Mário Espínola

(Imagem copiada de porcoespinho.com.br)

Estudando Química, aprendemos que reações ácido-base se dão de uma forma muito simples e sempre buscam a neutralidade como produto final. Aprendemos também que um ácido forte em contato com uma base fraca terá como resultado um produto com características químicas mais ácidas. Por outro lado, o produto será mais básico ou neutro se obtido de uma relação na qual a base é igual ou mais forte que o ácido.

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Até quando João Pessoa vai assistir impassível seu mais belo cartão postal ser destruído?

por Francisco Jácome Sarmento

Foto 1: Vista do trecho final da obra da PMJP: rochas com aproximadamente 1,5 metro de diâmetro.

Em 27 de julho último, publiquei no “Blog do Rubão” um artigo intitulado “Afinal, o que está acontecendo na praia do Cabo Branco?”, denunciando e explicando pela enésima vez o processo de destruição da enseada do Cabo Branco, consequência direta da obra de suposta proteção da Falésia homônima, em execução pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).

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UMA PROPOSTA DECENTE

Imagem meramente ilustrativa reproduzida do YouTube

Seus filhos jamais desconfiaram que quase tiveram outro irmão ou irmã e por muito pouco não foram os mais novos de uma prole maior.

Faltou um tantinho de nada para o pai deles aceitar proposta quase irrecusável. Uma bonita colega de trabalho propôs terem um filho, mas a criança seria totalmente dela, afetiva e materialmente, do parto à formatura, produção independente total.

Tratado feito mero doador de sêmen, diante da proposta fez cara de chocado, quase ofendido. Fez mais: para dar autenticidade à sua aparente repulsa, disse à proponente que era radicalmente contra “gravidez de laboratório, por não ser coisa de Deus”.

Sandra, eis o nome da colega, surpreendeu-o mais uma vez. “Eu também sou contra, mas tem nada a ver com religião. Sou contra porque é muito caro. A gente faz de forma natural, mas sem envolvimento algum, viu? É somente sexo e amizade, nada mais”, explicou ela.

Explicação de efeito imediato e visível no semblante e terminações mais enervadas do possível reprodutor. Deu trabalho disfarçar a excitação; muito mais, manter-se fiel à postura calculada, de ficar quieto e sério para não dizer logo um sim turbinado por um “só se for agora!”.

Conseguiu balbuciar “vou pensar e dou resposta”. Finda a conversa, reservada e quase sussurrada no cafezinho na repartição, ele saiu dali e foi direto contar a Moreira, melhor amigo e vizinho de birô, que “estava a ponto de ganhar, sem apostar, na Mega-Sena”.

“Quem, aquela gostosa? Não, não é possível. Deixa de ser mentiroso, rapaz. Se ela souber…”, gozou Moreira, emendando: “Sério que ela te chamou pra fazer filho? E tu não fosse? Ou foi e deu aquela brochada?”. Realmente, mesmo em confidência, a história era inacreditável.  

Era tudo verdade, no entanto. Muito embora no íntimo o escolhido reconhecesse ser difícil alguém acreditar que ele fora eleito por aquela mulher atraente, bem sucedida e bem resolvida. Ainda mais assim, desobrigando-o de qualquer responsabilidade no pós-parto e além.

“Epa, peraí! Também tenho qualidades. Não sou um galã, é verdade. Muito pelo contrário. Mas tenho algum charme, sou confiável, inteligente, bom caráter…”. Passou o resto do dia moendo no juízo especulações do gênero. Queria se convencer de que não era descartável. 

De qualquer modo, tão logo reencontrasse Sandra, perguntaria, sem enrolar nem arrodear: “Por que eu?”. Reencontrou, perguntou. O que ela falou deixou-o com mais dúvidas: “Só quero ter com alguém que não venha me aperrear ou cobrar depois qualquer coisa, a mim ou a meu filho”.

Ele pensou, pensou, pensou… E não topou. Botou na cabeça que ela escondia algo, que mais tarde aquela relação acabaria em pensão alimentícia. Engano. Ela nada queria nem precisava. Ganhava o suficiente para criar o filho sozinha, educá-lo e dar ao mundo uma boa pessoa.

Daquele momento em diante, nunca mais se falaram e até se evitaram. Dois meses depois, apareceu barriga em Sandra. Mais seis, ela deu entrada na licença-gestante, emendou férias acumuladas e ainda pediu prorrogação por motivo de saúde dela ou do bebê.

Discretamente, ele acompanhou todo aquele trajeto. Soube do nascimento de um menino e na véspera de retorno dela ao trabalho, de um pedido que Sandra fizera – no que foi atendida – para ser transferida e lotada em outro órgão. Passaram-se dois anos. Semana passada…

Esbarram-se no corredor de um supermercado. Sandra empurrando um carrinho; ao lado, uma criança, empurrando outro. Cumprimentaram-se fraternalmente. “Esse aqui é o Felipe”, apresentou ela. Ele olhou com admiração para o garoto. “Lindo menino, lindo mesmo”, atestou.

Despediram-se. Ela foi em busca de detergentes: ele, direto para o caixa. Onde chegou ligeiro, quase deixando escapar pela boca e bem alto a conclusão – ou descoberta – que acabara de formar em sua mente. “Poxa, o moleque é a cara do Moreira!”.