CLUBE DOS INSONES, por Ana Lia Almeida

Perda do sono

Imagem meramente ilustrativa copiada de selecoes.com.br

Faço parte do distinto Clube dos Insones da Quarentena. Trocamos o dia pela noite, dormimos tarde e acordamos cedo, no meio da madrugada pensamos que estamos sonhando, mas, quando damos por nós, estamos mesmo é pensando acordados. Em resumo, dormimos pouco ou simplesmente não conseguimos dormir e pronto. A turma se levanta e acabou-se.

A condição para entrar nesse clube é ter o juízo ardido. Alguma coisa tem de queimar dentro da sua cabeça: a dúvida sobre aquela infiltração vir do telhado ou da parede do banheiro; a luz da cozinha que você não tem certeza se apagou, as últimas páginas daquele livro que você está lendo e não sabe se o rapaz vai preso, vai se matar ou o quê afinal. Um motivo qualquer para arder o juízo e lá se vão os insones gastando a madrugada.

O dia seguinte de quem não dorme, evidentemente, é quase sempre um dia perdido. Saber disso, para a nossa desgraça, contribui para a perda do sono. Afinal, como é que amanhã faremos aquela tal coisa se não estamos conseguindo dormir, e por aí a aurora desanda? Melhor mesmo, nessas horas, é admitir a insônia e cuidar da vida, ir até a cozinha apagar a luz de novo, voltar pra cama e terminar logo o livro. A infiltração a gente deixa para o dia seguinte.

Por muito pouco a vida sempre pode nos roubar o sono. O nosso Clube dos Insones, no entanto e infelizmente, tem mais de cem mil motivos para não dormir.

• Ana Lia Almeida é Professora e Cronista

O “VELHO” FIRMINO, por Aderson Machado

Firmino Victor Machado. Era esse o nome de meu pai, que nasceu no Sítio Pirauá, no município de Areia, Paraíba, no dia 5 de agosto de 1901. Faleceu em 27 de maio de 1997, com quase 96 anos de idade.

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UM ALÍVIO NAS DORES DO MUNDO

“O doce Aracati chega do mar, e derrama a deliciosa frescura pelo árido sertão. A planta respira; um doce arrepio eriça a verde camada da floresta” (José de Alencar, em ‘Iracema’).

Ouvir Caetano, como ouvi ontem, teve em mim o efeito de um Aracati no final de tarde sertaneja, na casa de gente humilde com cadeira na calçada pra falar do tempo, da chuva que não vem e da vida alheia.

Assistir ainda vivo ao Vivo de Caetano, como assisti ontem, deu-me sensação de vida soprando na alma um alívio nas dores do mundo de agora, qual um alísio que refresca e traz calmaria sem nos lançar à deriva.

Ver Caetano cantando, como vi ontem, reacendeu-me aquele resto de esperança de a humanidade dar certo algum dia, porque dela ainda brotam uns poucos gênios do bem como esse moço de 78 anos.

Sentir Caetano cantando, como senti ontem, deu vontade de abrir janela e fazer coro, bem alto, para receber reclamação e pedir perdão e licença à vizinhança. Ah, “deixa eu cantar, que é pro mundo ficar odara”.

MONGA ONLINE, por Ana Lia Almeida

(Foto: Madriana Nóbrega)

Sem a querida Festa das Neves, até a Monga precisou se adaptar. Providenciou logo um post para o Instagram, devidamente replicado no Facebook, no Whatsapp e no Twitter: “Prepare seu coração: vem aí a Monga online!”.

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ENTREVISTA COM A MONGA, por José Mário Espínola

(Foto: imagem copiada do Blog do Arthur Veríssimo)

No auge do isolamento causado pela pandemia da Covid 19, a tradicional Festa das Neves de João Pessoa foi cancelada, sendo mantida apenas a comemoração religiosa, mesmo assim com restrições. Mas a imprensa não se conformou com uma das ausências mais sentidas e tanto furou que conseguiu entrevistar a principal personagem da festa: a Monga! A entrevista, na íntegra, vai reproduzida a seguir. 

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A INCREDIBILE ARMATA BOLSONAROLEONE (I), por Francisco Barreto

Trata-se da saga de D. Bolsoneraleone, O Sinistro. Cavaleiro ideologicamente esfarrapado, figura grotesca, oriundo de um coletivo em franca decadência política e moral, que pretendia liderar e conduzir um pequeno e atrapalhado exército composto por figuras rotas e esquálidas cuja habilidade fora a de submeter os burgos e populações conquistados impondo a sua vontade férrea.

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MONGA, A RAINHA DA FESTA, por José Mário Espínola

(Imagem: YouTube)

Nesta quarta-feira (5), a nossa Capital completará 435 anos de fundação. Ao longo de sua existência, passou por muitas épocas que marcaram o seu desenvolvimento, desde a incipiente Aldeia de Nossa Senhora das Neves até chegar à moderna e pujante João Pessoa que é hoje.

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OS NÚMEROS, por Ana Lia Almeida

Ali no jornal, como número, está bom. Não dói, não cheira, fica tudo certinho. Tão limpinho, tão organizado, com camisa de botão… Isso é que é ser número! Desfila comportado diante dos nossos olhos acalentados pela boa matemática, já preparado para o gráfico do dia seguinte. Assim é melhor.

Quando a tabela sai dali, começam as dificuldades. Aquele número, antes tão apresentável, passa a doer, a arder de febre. Tão bem contado, tão sistematizado, o número agora quer sair do jornal e vir atrás de mim, descabelado, desembestado, sujo.

Como incomodam esses números quando escapam do seu devido lugar matemático!  Como eles fedem e causam a maior desordem…  Uns baderneiros, uns comunistas, esses números! Que fiquem nas tabelas, nos gráficos, não me venham com atestados!

Não venham atrapalhar a minha aula com essa doutrinação ideológica sobre a vida real dos números. Eu já sei, já vi no jornal, já disse que sinto muito, agora me deixem em paz. Fora com essa ladainha sobre os números. Tenho metas a cumprir e não posso parar.

  • • Ana Lia Almeida é Professora e Cronista