PÓ DE ARROZ, por Babyne Gouvêa

Pó de arroz sobre torcedores do Fluminense no Maracanã (imagem copiada do site do clube)

Ao meu pai, Inácio Gouvêa, e ao meu amigo Everaldo Soares Júnior

Sempre gostei de futebol. Quando criança, ouvia com meu pai os jogos transmitidos pelo rádio. Na maioria das vezes, aos domingos. Herdei dele a paixão pelo Fluminense e ensinamentos sobre a dinâmica e regras do esporte, além do vocabulário futebolístico original – back, offside, corner… Um Philips All Transistor era o transmissor das nossas alegres tardes dominicais, principalmente quando o Fluzão jogava.

Foi um aprendizado mantido em silêncio durante longo tempo. Existia tabu quanto à mulher se interessar por futebol. O esporte era de domínio masculino. Guardamos, pai e filha, um segredo que selou a nossa cumplicidade desportiva, aí incluídas as idas ao cinema por dois motivos: o próprio filme e o cinejornal que o antecedia, o Canal 100, com sua música de fundo inesquecível. Trechos dos clássicos do futebol carioca com uma visão documental e uma narrativa dramática levavam os cinéfilos ao delírio. Desde que fossem amantes do esporte mais globalizado de que se tem notícia.

Quando o meu time vencia, todo o meu contentamento aumentava nas segundas-feiras quando lia Nelson Rodrigues n’O Globo – À Sombra das Chuteiras Imortais. Lendo os textos me deparava com frases como “o Fla x Flu começou cinco minutos antes do nada”; “Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos”. Ler Nelson Rodrigues falando de futebol explica um pouco da devoção nacional ao esporte.

Lamentável ele ter ‘subido’ em 1980, sem assistir aos encantos do Casal 20, Washington e Assis – dois dos responsáveis pelos feitos e títulos daquele grande e inesquecível Fluminense, no período 1983-1985. Até 1999, ano em que meu pai se encantou, era certa a nossa discussão sobre a partida ao final de um jogo no qual o Fluminense era sem dúvida o protagonista. Em caso de vitória, dividíamos as alegrias com o nosso amigo Everaldo Soares Júnior, outro tricolor fiel, fidelíssimo.

Assistir a uma boa partida de futebol é reconfortante, independente de qual seja o time em campo. Jogos da Liga dos Campeões da Europa são imperdíveis, a começar pelo seu hino. É de fazer arrepiar de emoção o mais frio dos torcedores.

Num instante de epifania fui tomada por uma saudade da geral do Maracanã – símbolo do espaço mais democrático do futebol brasileiro, marca da popularidade do maior estádio do mundo e lugar onde raramente a gente presenciava brigas. Os ingressos de valor mais acessível permitiam aos humildes torcerem pelo time do coração, esbanjando alegria.

Torcedora apaixonada pelo Fluminense faço minha uma frase rodrigueana: “Sou tricolor, sempre fui tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, muito antes da presente encarnação”.

A HISTÓRIA DO PÓ DE ARROZ

(com texto e foto do site do Fluminense)

O pó de arroz é um dos principais símbolos do Fluminense. A alcunha, porém, nasceu de uma provocação de rivais e, ao longo dos anos, ganhou dos adversários interpretações de cunho racista. Ano passado, no Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o “Time de Todos” decidiu esclarecer o surgimento do termo e rechaçar sua origem discriminatória.

A história começa com a saída de Carlos Alberto (foto) do América-RJ para o Tricolor, em 1914. No dia 13 de maio daquele ano, o jogador, negro, enfrentou pela primeira vez seu ex-clube. Para provocá-lo, os americanos se valeram do pó-de-arroz que o atleta, desde sua equipe anterior, passava no rosto após fazer a barba.

Sendo assim, o produto não tinha como objetivo esconder a cor da pele. Na verdade, era comumente usado por homens da época para fins estéticos e dermatológicos. Depois daquele episódio, o pó de arroz passou de ofensa a uma das maiores marcas de celebrações tricolores.

  • (Torcedores do Fluminense, a exemplo de Babyne Gouvêa, também são chamados de ‘Pó de arroz’)

Cabedelo consegue R$ 487 mil para teatro e R$ 1,7 milhão para campo de pelada

Campo de futebol em Ponta de Matos (Foto: Secom/PMC)

A Prefeitura de Cabedelo pediu e conseguiu, junto ao Governo Federal, R$ 2,2 milhões para duas obras no município: restaurar o Teatro Santa Catarina e ampliar um campo de futebol em Ponta de Matos. O dinheiro, alocado por emendas parlamentares ao Orçamento da União, será repassado via convênios com os ministérios do Turismo e dos Esportes.

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Desportista recorre ao Governo do Estado para salvar ex-jogador

Também conhecido como Gabriel Cabelo de Fogo, o ex-jogador precisa de ajuda

Gabriel, o ‘Cabelo de Fogo’, parece precisar realmente de toda ajuda possível

Goleador e ídolo das torcidas de Treze e Campinense nos anos 80, o alagoano Ivanildo da Silva Oliveira, o Gabriel (ou Gabriel Cabelo de Fogo), aos 57 anos desenvolveu alcoolismo e vive hoje perambulando pelas ruas de Campina Grande, mas invisível pela indiferença de muitos e alvo da preocupação e compaixão de uns poucos que o reconhecem e sabem do seu passado glorioso no futebol paraibano.

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Phelipe Caldas lança livro terça, na Usina Cultural

caldas

O jornalista Phelipe Caldas (foto) lança às sete da noite da próxima terça-feira (12), na Usina Cultural Energisa, em  João Pessoa, o livro de crônicas ‘Além do Futebol: paixões, dores e memórias sobre um jogo de bola’. Em Campina Grande, o lançamento acontecerá no domingo (17), no Boteco.

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Sócio do ‘heliPÓptero’ agora é Secretário Nacional do Futebol

helipóptero

(Divulgação – Polícia Federal)

A pedido de Zezé Perrella, seu filho Gustavo Henrique Perrella Amaral Costa foi nomeado hoje secretário nacional de Futebol do Ministério do Esporte.

Gustavo Perrella era um dos sócios da empresa dona do helicóptero apreendido com cocaína no Espírito Santo, em novembro de 2013. A Justiça concluiu que Gustavo não tinha conhecimento do fato.

Agora, o governo Temer decola.

(da coluna de Lauro Jardim, O Globo)

Crônica de Bruno Filho sobre os descaminhos do nosso futebol

BRUNO FILHOEm pouco mais de quatro anos de militância profissional no radiojornalismo paraibano, Bruno Filho se transformou em uma das unanimidades inteligentes da comunicação de massa na Paraíba. Tenho o privilégio de testemunhar diariamente em estúdio, nas tardes de segunda a sexta, a competência e a elegância com que ele exerce o ofício de âncora na CBN João Pessoa.

As mesmas qualidades Bruno Filho exibe quando escreve, como prova a crônica a seguir disponibilizada em áudio, escrita logo após a derrota da Seleção Brasileira para o Peru, na Copa América. Na voz de Hebert Araújo, com edição de Jonathan Dias, confiram “Um desabafo de quem vive no esporte há 50 anos“.