A VIDA EM SUSPENSE, por José Mário Espínola

    Cena de ‘Salário do Medo’: o desespero para tentar salvar uma vida

Salário do medo (Salaire de la Peur) é um excelente filme francês de 1952, dirigido por Henri Georges-Clouzot e estrelado por Yves Montand, ator nascido na Itália como Ivo Livi e posteriormente naturalizado francês. Ele viria a se celebrizar, também, como cantor.

Os personagens principais, quatro fugitivos da justiça francesa, vão tentar ganhar a vida trabalhando para a companhia americana que explora o petróleo da região e o povo da Venezuela. Esta, além do petróleo, explora o povo miserável que trabalha para ela.

O filme aborda o contrato para os quatro transportarem uma carga de nitroglicerina em dois caminhões, ao longo de uma estrada muito precária, cheia de todos os tipos de dificuldades.

O clima dos protagonistas até chegar ao destino é de medo durante toda a viagem: a qualquer momento, a carga, um explosivo sensibilíssimo, pode explodir e matá-los. Por pura necessidade eles mostram o que é viver em perigo.

O roteiro brilhante, a direção impecável e as interpretações criam um clima de suspense que inevitavelmente é transferido para os espectadores.

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Ao assumir um plantão, o intensivista faz uma avaliação minuciosa de todos os pacientes internados na UTI sob os seus cuidados.

Para os casos mais críticos serão adotadas condutas de resposta rápida. Para os que estiverem estáveis o plantonista analisará a manutenção, ou não, da conduta atual.

Ou seja, o plantonista não espera que um dos pacientes sob os seus cuidados venha a evoluir de forma perigosa. O médico que toma a atitude de esperar que o paciente piore cria um clima de risco iminente para aqueles enfermos sob a sua responsabilidade. E gera suspense desnecessário e irresponsável para toda a sua equipe.

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Há exatamente um ano, os brasileiros vivem como se estivessem assistindo a um filme de suspense. São doze meses de medo crescente, medo de adoecer, medo de morrer ou de perder um ente querido.

A pandemia não é exclusividade do Brasil, quase todos os países do mundo foram acometidos pela covid 19. Mas não observamos uniformidade na forma de enfrentá-la, tanto do aspecto sanitário como do ponto de vista econômico.

Ao longo desse período, tivemos a oportunidade de assistir líderes previdentes, como a primeira-ministra da Nova Zelândia, Sra. Jacinda Ardern, que agiu rápida e preventivamente tomando medidas de distanciamento, uso obrigatório de máscaras e fechamento do comércio.

Essas medidas, apoiadas coletivamente, evitaram mortes e foram suficientes para evitar que a economia viesse a ter um grande prejuízo. Esse foi um bom exemplo.

No extremo oposto, tivemos os maus exemplos de governos como da Itália e dos Estados Unidos. Não fizeram um diagnóstico precoce, não acreditaram no tamanho da epidemia e consequentemente amargaram um enorme prejuízo, de vidas e financeiro.

O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto pode, dificultou o combate à epidemia local. Espero que um dia venha a ser responsabilizado por isso.

Copiando o governo americano, o presidente da República do Brasil, Sr. Jair Messias(?) Bolsonaro, embora tenha recebido do então ministro da Saúde, Sr. Henrique Mandetta, um diagnóstico precoce da epidemia, desprezou os estudos científicos recomendando a prevenção, feitos pela equipe do Ministério da Saúde, menosprezou a gravidade da doença. Desde então, vem pregando escancaradamente contra a ciência, divulgando tratamentos cientificamente comprovados como ineficazes e estimulando a desobediência social contra as medidas emanadas das instituições científicas.

Diante da grave crise sanitária, o governo Bolsonaro adotou a estratégia de não fazer nada preventivamente. De esperar que o paciente se agrave. Para isso trocou os ministros da Saúde, Mandetta seguido de Nelson Teich, pondo em seus lugares o general Eduardo Pazuello, que desmantelou o ministério e adotou a conduta negacionista de seu ídolo.

Dessa forma, quando finalmente surgiu a certeza da realidade da vacina, único meio de imunização em massa contra o coronavirus, o que poderá significar, em médio prazo, o retorno à normalidade, ajudando a resgatar os danos causados na economia do país, o Ministério da Saúde optou por não garantir a sua compra. Deixou para depois.

A crise agravou-se, a epidemia voltou a crescer, os mortos já atingem a apavorante cifra de 270 mil, com uma projeção de chegar perto de um milhão de mortos em outubro próximo. Para isso conta com a displicência do governo federal, inclusive o presidente Bolsonaro.

Embora a vacina tenha sido oferecida ao Ministério da Saúde desde setembro do ano passado, oferta documentada, ela foi recusada pelo governo.

Coincide que, semelhante ao agora (felizmente!) ex-presidente dos Estados Unidos, o nosso presidente não acredita na ciência. Isso mesmo: ele tem a mentalidade retrógrada de um senhor feudal ignorante da Idade Média, cercado por figuras anacrônicas que pensam como ele, inclusive seus filhos.

O governo federal também não preparou esquema para vacinar ràpidamente a população, pois o Programa Nacional de Vacinação – PNI, do Ministério da Saúde, que um dia já foi modelo para o mundo, foi desprezado e sucateado.

Há meses o mundo já está vacinando os seus povos, mas o Brasil começou com dois meses de atraso. Isso porque deixa tudo sempre para a última hora. E vem se arrastando a ridículos 0,1% de pessoas vacinadas por dia.

A displicência é marca deste governo. O prazer pelo risco foi o que levou à crise do oxigênio no Amazonas. O ministro da Saúde foi avisado a tempo de que os estoques estavam se esgotando e resolveu pagar para ver, deixando tudo para a última hora.

A pior conseqüência dessa atitude irresponsável foi a morte por asfixia de centenas de pessoas, semelhante às câmaras de gás nazistas, que mataram milhões de pessoas pela asfixia causada por gases venenosos.

Tudo isso, associado à leniência das autoridades estaduais e municipais, hesitantes em tomar medidas duras para conter a coletividade, gerou o clima de suspense que estamos vivendo, beirando o pânico!

O brasileiro hoje consome uma quantidade de cortisol acima do tolerável por um organismo para se manter saudável. Este hormônio, normalmente liberado pelas glândulas adrenais quando a pessoa está submetida a algum perigo iminente, quando produzido em excesso provoca taquicardias, elevando a pressão arterial, podendo causar danos a outros órgãos, em especial o coração. Uma das piores conseqüências é o infarto agudo do miocárdio, que gera o risco de morte iminente.

Até quantas mortes vamos tolerar?

ESSES MOÇOS…, por José Mário Espínola

Lupicinio-Rodrigues

Lupicínio Rodrigues (foto copiada do site Vida Nova)

Esses moços, pobres moços… Assistindo ao noticiário veio-me à mente a belíssima canção, composta pelo cantor e compositor Lupicínio Rodrigues, que faleceu em 27 de agosto de 1974, com apenas 60 anos de idade.

Conta a história que ele compôs essa música no ano de 1947, com o objetivo de convencer seu amigo Hamilton Chaves a não se casar, pois tinha APENAS 22 anos de idade. Lupicínio queria alertá-lo para as surpresas da vida, e aos 33 anos achava-se um bom conselheiro.

Desconheço se o seu amigo aceitou ou não o conselho. O fato é que, ao assistir às noticias da pandemia, me foi inevitável a conotação com a música e com a intenção de Lupicínio: o alerta para que alguém evite cometer atitudes irresponsáveis pelas quais depois venha a se arrepender.

Pois não deixa de ser alarmante, para mim, o crescimento exponencial do número de casos da doença covid 19. E quando nós olhamos mais detidamente o perfil epidemiológico, ficamos assombrados com a evolução acontecida nos últimos três meses.

Até novembro do ano passado, morria bem menos gente por covid 19. E dentre os que morriam era muito maior o número de pacientes idosos, acima dos sessenta anos em diante. Estes significavam pouco mais de dois terços dos óbitos e os pacientes falecidos abaixo dessa idade eram menos de um terço. Esse também era o perfil dos pacientes internados pela doença.

Hoje, a estatística mostra uma inversão: quase dois terços de pacientes relativamente jovens (pelo menos não-idosos) ocupam os leitos hospitalares e morrem, contra menos de um terço de idosos.

O que pode ter acontecido de tão forte nesse período que possa ter influenciado a mudança de um perfil epidemiológico?

A resposta básica me parece ser apenas uma: a sabedoria de Lupicínio! A mudança no comportamento dos jovens.

Desde o início da epidemia, os idosos foram aconselhados a se isolarem o máximo possível. E obedeceram. Os menos-idosos e os mais jovens, por sua vez, de forma coletiva nunca obedeceram à recomendação de se isolarem e usarem máscaras corretamente.

Como a princípio morriam menos, parece que lhes subiu à cabeça a sensação de serem super-heróis. Dificilmente usaram máscaras ou se isolaram. Logo vinha lá de cima o mau exemplo do presidente da República, Jair Messias(?) Bolsonaro, que sempre negou a doença e a ciência, e nunca apoiou ou ordenou o isolamento rigoroso, o bloqueio total, como fizeram líderes de países que tiveram melhor evolução que o Brasil.

Nesse ínterim, o isolamento dos idosos contribuiu para inverter a curva epidemiológica, que no início de novembro já estava quase totalmente achatada. A epidemia, então, parecia estar controlada e a caminho do fim. Viva!

Mas eis que o cão atentou as autoridades estaduais e municipais, que foram pressionadas pelos segmentos econômicos, estes liderados pelo presidente da República, que dá o mau exemplo promovendo aglomerações sem usar máscaras. Assim, afrouxaram o controle sanitário.

Para agravar, veio a campanha eleitoral e o que se viu foi um “liberou geral” totalmente irresponsável. Repito sempre: as autoridades municipais e estaduais jamais poderiam ter permitido concentrações, naquela campanha. E, bem antes da campanha eleitoral, no início da pandemia, o presidente da República deveria ter tido uma atitude responsável, tomado as rédeas do país e assumido o papel do verdadeiro líder que ele nunca foi. E decretado o isolamento social de forma rigorosa.

Na sequência da mobilização eleitoral vieram as comemorações das festas natalinas, as comemorações de fim de ano, os “chás de macumba,” como diz (com toda a propriedade!) o Dr. Lauro Wanderley. Depois chegou o veraneio, culminando com o carnaval.

São medonhas as concentrações organizadas por empresários criminosos, as festas diabólicas chamadas de “paredões”, que contam com a tolerância cúmplice das autoridades civis. A consequência é o agravamento quase descontrolado da pandemia no Brasil.

Como sou componente da categoria de idosos, voltam à minha mente as sábias palavras de Lupicínio Rodrigues:

“Esses moços, pobres moços…/
… não passavam, aquilo que eu já passei…/
…Saibam que deixam o céu por ser escuro/
E vão ao inferno à procura de luz…”

Infelizmente, no momento que estamos vivendo, a letra da bela música me faz lembrar as luzes estroboscópicas e o som infernal dos “paredões” que os jovens irresponsáveis estão protagonizando.

Triste Brasil, que se veste de luto aceitando passiva e covardemente as mortes dos seus entes queridos. Triste juventude, que não escuta mais as vozes da experiência…

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ESSES MOÇOS
Lupicínio Rodrigues

Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim
É que peço
A esses moços
Que acreditem em mim

Se eles julgam que há um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania e muito me custou
Pois só as mágoas que trago hoje em dia
E estas rugas o amor me deixou

Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim
É que peço
A esses moços
Que acreditem em mim

“NÃO CONSIGO RESPIRAR, GENERAL…”, por José Mário Espínola

‘El triunfo de la Muerte’, de Pieter Bruegel el Viejo (imagem copiada da revista eletrônica Touch of Class)

Uma das sensações mais angustiantes que um ser vivo pode experimentar é a da sufocação. Respirar o ar puro é o mais importante fator necessário à condição de vida, mais ainda do que a ausência de água salubre para beber, que leva à sensação da sede. Esta, porém, ainda suporta alguns dias até a extinção da vida. A falta de ar só é suportável durante poucos minutos.

O mágico Houdini provocava a sensação de pânico na plateia que o assistia se livrar das algemas que o prendiam dentro de um tanque d’água. Ou dentro de um barril cheio de água descendo rio abaixo. Então ele surgia triunfante à superfície, trazendo a plateia abaixo.

São pouco frequentes casos de sufocação por obstrução das vias aéreas, principalmente em crianças. Em adultos são menos frequentes, mas acontecem. Anos atrás, perdemos um bom amigo que se engasgou com um pedaço de carne, durante um churrasco.

São casos esporádicos, felizmente. O que estamos assistindo no Amazonas, no entanto, é um verdadeiro morticínio em massa causado pela falta de ar em consequência da Covid 19, sem que os pacientes tenham oxigênio disponível para sobreviver.

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Para manter o organismo vivo, o ar que respiramos percorre um longo trajeto: ao ser inalado pelas narinas, desce para uma câmara, a faringe. Daí, penetra um pequeno orifício, a glote, que é obstruído pela epiglote quando o alimento passa pela faringe em direção ao esôfago ou se abre para a passagem do ar respirado.

O ar atravessa a laringe, acessada logo abaixo pela glote, e onde estão as cordas vocais, que geram os sons com a passagem do ar. Logo abaixo da laringe, o ar desce por um tubo largo, a traqueia, que dá origem aos dois brônquios-fontes correspondentes aos pulmões direito e esquerdo.

O ar desce pelos brônquios, que se estreitam dando origem a tubos cada vez menores e numerosos, os bronquíolos. Estes terminam em minúsculos saquinhos, os alvéolos. Em número de milhões e intimamente ligados à circulação pulmonar, é nos alvéolos que acontece a troca gasosa: o ar rico em oxigênio, que chega, por gás carbônico, lixo gasoso produzido pelos órgãos e trazido até os alvéolos pela circulação venosa. O ar, desta vez rico em gás carbônico, é eliminado através da árvore brônquica percorrendo no sentido inverso à inalação do ar que garante a vida.

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A Covid 19 é uma doença viral muito grave, pois provoca distúrbios de coagulação em órgãos do nosso corpo. Quando afeta os pulmões, esse processo patológico ocorre ao nível dos alvéolos, que sofrem uma inflamação brutal, impedindo a troca do gás carbônico por oxigênio natural do meio ambiente. Falta, então, oxigênio vital para todas as células do corpo.

Para que o paciente sobreviva enquanto as complicações são tratadas, além de medicação intensiva em altas doses é necessário que oxigênio puro seja injetado nos pulmões, através da árvore brônquica.

Na maioria dos casos isso é suficiente utilizando-se uma máscara de alta pressão, a Venturi. Nos casos mais graves, porém, é preciso que o paciente receba um tubo através de sua traqueia, pelo qual se joga oxigênio puro diretamente dentro dos pulmões.

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Para mim é muito angustiante assistir depoimentos desesperados obtidos durante reportagens que vêm sendo exaustivamente veiculadas sobre a imensa tragédia que está se abatendo sobre o Amazonas.

Tragédia anunciada. Há pelo menos nove dias, já se sabia que não haveria oxigênio suficiente para dar suporte ventilatório aos tantos pacientes portadores da forma mais grave e mais letal da doença Covid 19.

Inevitavelmente me vem à lembrança dois episódios recentes: as mortes de George Floyd, nos Estados Unidos, e de João Alberto Silveira Freitas, num supermercado de Porto Alegre. Em ambos os casos, as mortes por sufocação foram anunciadas e, portanto, poderiam ter sido evitadas.

Assim como muitas mortes poderiam ter sido evitadas caso as autoridades de saúde, em seus três níveis (Prefeitura de Manaus, Estado do Amazonas e Ministério da Saúde), tivessem envidado todos os esforços ao seu alcance, necessários para minimizar os efeitos da doença (ou mesmo evitá-la), especialmente o colapso da rede de hospitais.

Concorreram para esse desfecho tenebroso as autoridades, tanto municipais quanto estaduais e federais, ao autorizarem campanhas políticas no mês de novembro; ao permitirem concentrações festivas no mês de dezembro; ao terem desmanchado os hospitais de campanha; ao permitirem o desabastecimento de medicamentos e equipamentos essenciais ao tratamento da Covid 19 e ao terem negligenciado diante das evidências de que iria faltar oxigênio na rede hospitalar daquele Estado.

Pelo contrário, não apenas permitiram como também incentivaram o fim do distanciamento social e das demais medidas sanitárias.

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A imagem que mais representa a tragédia do Amazonas é digna de uma cena medieval, que poderia muito bem ser retratada nos mais expressivos quadros de Pieter Bruegel ou de Hyeronimus Bosch: uma pirâmide macabra, cuja base é composta por milhares de cadáveres carcomidos de pacientes mortos, a maioria por sufocação. E cercada por uma roda de pequenos demônios e esqueletos animados, que dançam alegres e agradecidos.

No alto da pirâmide está o presidente da República, Jair Bolsonaro, sorriso triunfante, que desde o início da pandemia vem escancaradamente sabotando o sistema de saúde do Brasil, estimulando o uso de tratamentos inócuos e a desobediência às medidas sanitárias. Aos seus pés está o seu ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que ocupa esse lugar por total e escancarada incompetência para dirigir pasta tão importante, especialmente neste momento tão grave de crise da saúde brasileira. E por aceitar, em troca do cargo, promover as insanidades emanadas pelo seu presidente, filhos dele e asseclas.

Logo abaixo deles vêm o governador do Amazonas, Wilson Lima, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto e seus respectivos secretários da Saúde. Eles não só autorizaram concentrações eleitorais e sociais como participaram delas, dando o mau exemplo. E desmantelaram todo o serviço público de saúde, rede de farmácias e laboratórios, além dos hospitais de campanha.

Tenho a esperança de que sejam responsabilizadas, uma vez encontradas em culpa, todas essas autoridades. E todas as outras que fizeram algo em favor da tragédia e não das vítimas, além de todos aqueles com algum grau de responsabilidade na crise da saúde. Aí cabem empresários que se aproveitaram da crise para auferir lucros, políticos que se deixaram corromper para facilitar os negócios escusos durante a pandemia et caterva.

Enfim, todos eles um dia serão julgados por haverem concorrido para as mortes resultantes, seja por imperícia, imprudência ou negligência. Por ação ou omissão.

  • ‘El triunfo de la Muerte’, de Pieter Bruegel el Viejo: imagem que ilustra este artigo (copiada da revista eletrônica Touch of Class)