A Europa vive atualmente uma onda crescente de descoberta e disseminação de ritmos brasileiros do Nordeste, especialmente o forró. Não aquele conhecido aqui como “de plástico”, massificado por  expoentes do porte de um Wesley Safadão e Aviões do Forró, mas o embalado por ritmos autênticos, originais.

“Se você olhar, as principais cidades da Europa hoje têm forró: Lisboa, Porto, Londres, Birmingham, Manchester, Stuttgart, Frankfurt, Berlim, Milão, Turim”, testemunha Sandrinho Dupan, músico e pesquisador do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Ele tem ministrado oficinas de ritmos brasileiros em diversos festivais em companhia de mais três músicos – Roninho do Acordeon, Ivan Dias (triângulo) e Geleia (zabumba). E se diz impressionado e entusiasmado com a receptividade à música nordestina em eventos onde se apresentaram e deram ‘aulas de forró’ na Alemanha, Suíça e na Itália.

Além disso, os europeus estão buscando conhecer mais o ritmo, garante Dupan. Detalhe: estudando e conversando em português. “É um ponto importantíssimo: estão falando a nossa língua. Nas oficinas, todos falavam português. Aqui a galera está fazendo muito pelo forró tradicional”, comemora o músico.

Revela ainda ter encontrado nas viagens pessoas de pelo menos dez nacionalidades. Pessoas que conhecem a ‘pré-história do forró’. “Sabem quem é que é Zito Borborema, Ary Lobo, Carmélia Alves! Há DJs que fazem festas de abertura, discotecagem por aqui que tocam só coisas dos anos 1970 para trás, ou seja, eles estão muito respaldados no que vinha acontecendo e no que aconteceu”, destaca.

Em viagem desde o dia 16 de novembro, os músicos retornam ao Brasil na próxima quinta-feira (8). Trarão na bagagem o reconhecimento por um trabalho que na definição do jornalista Fernando Moura, parceiro dos músicos em curadoria musical no Museu dos Três Pandeiros, de Campina Grande, só confirma a “referência planetária da musicalidade brasileira, muito além da mera curiosidade ou exotismo”.

• (Com informações da Ascom/UEPB)