Perto do Hospital das Clínicas de Recife, fogueira de pneus bloqueia a 101  (Foto: Reprodução/Whats/DP)

O Professor Arael Costa, de João Pessoa, relatou ontem (12) ao blog a angústia por que passou na sexta-feira (11) à espera de informações do 191 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre bloqueios nas rodovias que conectam a Paraíba a estados vizinhos. O serviço de atendimento da PRF por telefone apresentou problemas justamente em momento de grande precisão de motoristas e passageiros que trafegavam anteontem pela BR 101.

O relato de Arael

Bom dia, caro amigo.

Tenho acompanhado suas recordações residenciais e tomo a liberdade de alertá-lo para os riscos tão bem marcados na bela canção de Antônio Almeida e João de Barros (o imortal Braguinha), que diz “a saudade mata a gente…“

Mas, fiquemos no mundo real em que vivemos.

Veja a situação que vivi, nesta sexta-feira (11) de protestos, que trazem inconvenientes a quem nada tem a ver com a situação, como os muitos motoristas obrigados a se locomover entre Recife e João Pessoa, nessa manhã aziaga.

Diz o folclore político paraibano que o venerado ex-Prefeito de Campina Grande – Severino Cabral, ao viajar daquela cidade a João Pessoa, após algum tempo de viagem, acendeu vistoso charuto, provocando reação do condutor do coletivo, que reclamou: “Seu Cabral, por favor apague o charuto. O senhor não viu o cartaz que diz ser proibido fumar dentro do ônibus?”.

Ao que ele retrucou: “Se eu fosse dar importância ao que dizem os cartazes, estaria ‘empanzinado’ de Coca-Cola, pois desde que saímos de Campina, cartaz mandando a gente tomar essa ‘gororoba’ é só o que se vê na beira da estrada”.

Isto, hoje, aplica-se perfeitamente ao procedimento da Polícia Rodoviária Federal que espalha vistosos cartazes à beira das estradas, dizendo que o telefone 191 está à disposição dos usuários para emergências.

Infelizmente vivi, na mesma sexta-feira, situação análoga que me fez relembrar essa “tirada” do velho líder campinense, pois, necessitando viajar a Recife, para atender a uma situação de dor familiar, justamente no horário que se informava a interrupção da estrada por manifestantes, procurei informações nesse telefone e ao ser atendido fui brindado com o tradicional procedimento do disque 1, para informações ou disque 2, para emergências.

Como necessitava de informações, disquei 1 e recebi informações genéricas sobre procedimentos referentes ao feriadão, o que não era o meu caso. Voltei a ligar e disquei a opção 2. Fui brindado com uma seleção de músicas de gosto duvidoso e, ao final de uma audição de quase cinco minutos, recebi a informação de que a linha conectada tinha problemas, seguindo-se o seu desligamento.

Imagine se essa minha ligação fosse para pedir socorro…

Arael

Normalizado, mas…

O blog testou o 191 nesta manhã de domingo (13) de aparente calma nas BRs. Foi bem atendido. Nas duas opções: 1, para informações sobre possíveis interrupções de rodovias no feriadão e depois na espera em linha para comunicar emergências.

Na opção 2, o blogueiro informou que se tratava de um teste e pedido de informações sobre o que houve na sexta. A atendente explicou que no dia dos bloqueios na BR-101 (em Pernambuco) a linha congestionou em razão da grande demanda, causada por milhares de ligações para o 191. Todo mundo ligando ao mesmo tempo ou quase. Presumivelmente, para saber sobre quando seriam levantadas as barreiras montadas por manifestantes.

De qualquer modo, a normalização de agora ou posterior aos bloqueios em nada diminui a importância e a procedência da reclamação do Professor Arael Costa. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal deveria estar com o 191 preparado para situações como a de sexta. Ou seja, dispor de um sistema com maior número de ramais e/ou gente suficiente para não deixar na mão ou na aflição quem mais precisa de informações ou de socorro nas BRs.