Se depender do cronograma das obras que Estado e municípios precisam concluir para receber as águas do Rio São Francisco, o objetivo do projeto transposição não será alcançado em solo paraibano antes de junho de 2017. Principalmente se for para salvar Campina Grande e região do colapso total no abastecimento.
A previsão baseia-se nas informações divulgadas nesta segunda-feira (24) pelo Ministério Público Estadual sobre reunião do Comitê Gestor da Crise Hídrica na Paraíba realizada hoje em Monteiro. No encontro foram discutidos o andamento e o acompanhamento de obras de esgotamento sanitário e a construção de estações elevatórias de esgoto no percurso das águas sanfranciscanas até o açude de Boqueirão, que abastece Campina e mais 18 cidades próximas.
“A Cagepa informou que será construída uma estação elevatória em Monteiro, cujo início se dará em 75 dias”, diz o MPPB em nota distribuída à imprensa no começo da tarde, acrescentando que a companhia ainda estaria licitando nove projetos de esgotamento sanitário e realizando outros 11 em conjunto com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que, por seu turno, executará sozinha mais 34 obras do tipo.
Considerando que uma estação elevatória de esgotos leva de quatro a seis meses para ficar pronta, com mais 75 dias para iniciar a construção… Na mesma reunião, a Prefeitura de Monteiro comunicou que também está construindo uma estação elevatória “que deverá ficar pronta em 120 dias”. Além disso, é preciso fazer a limpeza do Rio Paraíba, que recebe diretamente em seu leito esgotos domésticos em Monteiro, Camalaú e Coxixola, entre outras.
“Em relação à limpeza do Rio Paraíba, o Estado informou que já foi realizada a licitação das máquinas, equipamentos e topógrafos e que as ações devem começar no dia 13 de novembro com perspectiva de término no dia 15 de fevereiro de 2017. Será feita a limpeza do rio no trecho de 130 quilômetros entre Monteiro e Cabaceiras”, acrescenta a nota do MPPB.
Em acréscimo, será necessário despoluir os açudes de Poções, em Monteiro, e Camalaú, no município do mesmo nome, para a água chegar limpa ao Rio Paraíba. O serviço está a cargo do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), que vai investir R$ 21 milhões no primeiro açude e R$ 6 milhões no segundo. A ordem de serviço será assinada em novembro e a obra deve ficar pronta até abril de 2017, preveem técnicos do órgão.
De qualquer modo, o Governo do Estado deve manter a previsão segundo a qual as águas do São Francisco estarão servindo à Paraíba, via Eixo Leste (a partir de Monteiro) até abril do ano que vem. O engenheiro João Azevedo, secretário estadual de Recursos Hídricos, declarou ao portal G1-PB em 16 de março deste ano que “o fato de (as obras) ainda estaram em execução não é impeditivo para receber as águas do São Francisco”.
Ele lembrou que as águas da Transposição, “quando chegarem aqui, passam por tratamento antes de serem distribuídas para a população”, ressalvando que obviamente ninguém quer “que as cidades que estejam situadas nas bacias receptoras poluam as águas que estão chegando do São Francisco”.
É BOM ESCLARECERO Blog do Rubão publica anúncios Google, mas não controla esses anúncios nem esses anúncios controlam o Blog do Rubão.
Uma resposta para Se depender de obras na Paraíba, água do São Francisco só deve servir em junho de 2017
Prezado blogueiro,
Essa história, ao meu ver, está mal contada. Pergunto se por acaso chover na bacia do rio Paraíba, o que é difícil, mas não impossível, e essa água chegar ao açude de Boqueirão, por acaso não vai ser distribuída em função da citada poluição no percurso do rio?