Decisão do juiz Max Nunes de França, de Campina Grande, liberando a realização da tradicional Vaquejada do Parque Maria da Luz, que começa hoje (13) e termina domingo (16) em Massaranduba, aumentou ainda mais a polêmica em torno de eventos como esse. Ao ponto de opiniões pró e contra chegarem a extremos até na forma de interpretar, por exemplo, gravuras como as reproduzidas acima.
“Quem é vaqueiro? À esquerda, um homem sozinho cuidando de dois bois e ninguém aplaudindo. À direita, dois homens maltratando um boi sozinho divertem-se com a queda do animal e muita gente aplaude”, postou o cantor e compositor Paulo Vinicius no Facebook. De imediato, outro cidadão interveio: “Quais estão mais maltratados? Os bois da esquerda, magros, que mal andam de tanta fome e sede, ou o da direita, que tá bem gordinho e vai levar uma simples queda na areia fofa?”.
Tem sido assim e muito mais desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na última quinta-feira (6) declarar a inconstitucionalidade de uma lei estadual do Ceará que regulamentava a vaquejada como esporte. A partir daí, além de manifestações contrárias de promotores e participantes de vaquejada que foram às ruas protestar contra a decisão, milhares de pessoas passaram a frequentar a Internet e redes sociais polemizando o assunto.
O antagonismo extremado de visões e posições sobre o tema também contemplou o blog. Leitores postaram comentários com fundamentos e argumentos convincentes a favor e contra a vaquejada, como os reproduzidos a seguir.
“STF agrediu o Nordeste”
Caro Rubão, se fosse um esporte do Sul maravilha, pretenso olimpo da cultura universal, além de ter apoio financeiro e patrocínio dos bancos oficiais inclusive, sequer o processo chegaria à pauta do STF. Pior que proibir a tradição cultural e o exercício pleno da nossa nordestinidade, o STF agrediu o Nordeste por inteiro a interferir na nossa cultura secular. Feriu de morte um esporte auto-sustentável, que não depende de bancos nem do BNDES maravilhoso.
Pior que desempregar e deixar milhares de pessoas abandonadas no sertão nordestino, neste momento, exterminando uma cadeia econômica/financeira desenvolvida no cerne da cultura da região por sua gente, é, simplesmente, os Senhores Ministros se deleitarem à mesa com a picanha em decomposição do boi abatido à paulada, foiçada etc. A justificativa é que o boi morto faz parte da cadeia alimentar me parece absurda pois o boi vivo na vaquejada alimenta muito mais gente, em face do que representa econômica e financeiramente.
O STF julgou o que não conhece e tirou o prato da mesa de muita gente. Pior ainda é o silêncio das autoridades, dos governadores, por exemplo. Mas, o nordestino aprendeu a duras penas a enfrentar dificuldades e a vencê-las e vai vencer mais esta. Nosso incondicional apoio!
- (Newton Mota)
“Festa, bebida e prostituição”
Há uma forma de fazer a vaquejada sem derrubar o boi? Fazer o animal entrar numa corrida, que para o pretenso “vaqueiro” (sim, chamar esses “esportistas” de vaqueiros pra mim fere a imagem do real vaqueiro que usa da prática apenas como instrumento de trabalho e não como entretenimento para uma plateia em sua maioria leiga que não sabe da vida do animal nem da imagem original do vaqueiro)…
Como dizia, para o pretenso vaqueiro trata-se apenas de uma demonstração de agilidade e força, mas para o boi é uma corrida pela vida, que termina numa queda regada de medo e stress. Isso não é esporte. Sou nordestino, sei da minha nordestinidade e não me vejo representado na vaquejada. Cultura é algo mutável, costumes de gosto duvidoso não devem ser perpetuados com a desculpa de tradição e identidade cultural. Durante a história da humanidade muita coisa antes considerada manifestação cultural foi abandonada em nome da evolução da sociedade.
Embora deva reconhecer que a atividade movimenta a economia paraibana, não devemos deixar de pensar que esse montante de R$ 15 milhões não se destina à manutenção da cultura paraibana, senão apenas aos bolsos dos grandes criadores e outros, inclusive políticos que enriquecem com essas atividades, com a contratação de bandas de grande porte do Nordeste de cachê alto, enquanto o verdadeiro vaqueiro, aquele que trabalha de peão nas fazendas e os pequenos criadores de gado do Sertão, não têm sua vida melhorada em nada. Atualmente, a vaquejada não passa de pão e circo com desculpa de manutenção da cultura. Nesses festivais nada além de festa, bebida e prostituição é perpetuado.
- (Rodrigues Marcelo)
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3 Respostas para Vaquejada: polêmica acirrada na Internet e redes sociais
SOLTEM O RABO DO BICHO
Noé não tinha a VAQUEJADA na cabeça,após o dilúvio.
Por ordem divina,ele protegeu os animais para procriação,por causa da biodiversidade de nosso planeta e manutenção do equilíbrio de nosso ecossistema. E,o homem,lhes deu nomes e cuidou deles.O boi,foi chamado de boi e a vaca,chamada de vaca! O leão foi chamado de leão,a girafa de girafa…Quando Noé viu que as águas se minguavam,soltou a pomba para sinalizar a liberdade na terra.
Vaquejada,é um “esporte” cruel.Uma crueldade de carteira assinada que mexe com os pilares duma ansiada economia,que idealiza artesãos,que movimenta médicos veterinários,que inflama as massas populares das arenas,nas recreações endurecidas, e que diz:” não temos outro meio de ganhar a vida,é uma cultura,uma tradição de 100 anos,que recheia bilheterias e gera renda e emprego”.
Por isso, o boi é solto na arena,por instantes,mas logo é aparelhado por dois peões,que encurralam o animal num corredor de espetáculo,sendo escoltado até uma área circular de pontuação,onde seu rabo é puxado com força,sofrendo um forte solavanco para o lado,causando forte imapacto na sua coluna vertebral e cai,pelo tropeço de suas próprias patas e os cavaleiros recebem pontos e aplausos da plateia.
Os defensores desse “esporte”dizem que o animal tem dois atenuantes de proteção: o protetor de rabo,para que essa cauda não seja torada e a areia da arena que amortece a queda do bichinho – como se isso resolvesse ou bastasse. Aliás,nesses tipos de esportes cruéis e judiadores,nós sempre torcemos pelo bichinho!
Eu queria que o boi,nessa hora, falasse como falou a jumenta de balaão!(Nm 22:24-30). O que ele diria? Qual seria o seu protesto? Certamente,os bois das vaquejadas diriam: “Que fizemos nós para sermos judiados tanto assim? – porventura,não somos nós,bois e vacas,que fazemos a festa de vocês nos churrascos da vida? E se alguém fizesse isso com vocês?Com certeza,ficariam bem ressentidos! Porventura,não somos nós que,com nossos excrementos,misturados aos de nossos parentes suínos e equinos e os das aves vizinhas,de nossos campos e fazendas afora,contribuimos para a fabricação do BIODIGESTOR,levando gás de cozinha para milhares de famílias,além de iluminação e energia elétrica e,ainda,lhes oferecendo o BIOfertilizante para suas plantações e,desse resto,lhes damos ainda,insumos e adubos para as hortaliças?
Digo eu,essas coisas,também geram rendas e empregos,acabam com as queimas de lenhas,debelando com as fumaças,iluminam as casas dos sertões nordestinos,preservam florestas,purificam o ar e não atacam a camada de ozônio e são capazes de sustentabilizar o planeta em que vivemos,aumentando nosso fôlego de vida. Pensem nisso e salvem nosso planeta! Troquem as sangrentas vaquejadas,pelas implantações do BIOdigestor,usando os excrementos desses animais que vocês tanto judiam e desprezam.Eles têm muito valor.
Se a proibição da vaquejada,pelo STF,coloca em ameaça a balança econômica dos Estados nordestinos do país,o BIOdigestor veio para ficar e gerar empregos para cavaleiros e peões,para que eles não judiem mais desses animais. Bois e vacas nunca nos deixam de mãos vazias.Quem os fez foi o grande empreendedor do universo! Deus se importa muito com os animais que nos deu: Provérbios 30:24-33; Salmo 104:24, 25, 27, 28. Emanoel Reis e Edna Santos
STF vetou uma lei que regulamentava,no Ceará,a prática da VAQUEJADA,como esporte,no Brasil.
Leonardo da Vinci, gênio da humanidade, já no século XV, dizia: “Chegará o tempo em que o homem conhecerá o íntimo de um animal e nesse dia todo crime contra um animal será um crime contra a humanidade”. Essa semana, demos um passo nesse sentido. Faltam tantos outros. Mas o importante é que comecemos a criar essa consciência.
Preclaro Rodrigues, havia muito tempo que o nordeste e o nordestino sofriam muito com a discriminação. Éramos insultados e achacados como povo preguiçoso e atrasado. Burros e analfabetos. Um peso carregado pelo Brasil. Você deve lembrar do que passamos. Então, você acaba de enxergar do seu jeito a importância do esporte que representa a vaquejada(economica/financeiramente). Esse esporte precisa ser mais difundido e fortalecido, justamente para alcançar os irmãos vaqueiros que ainda não foram incluídos. É inclusão, sim ! Infelizmente as pessoas – em sua maioria, não pensam grande !!! Um povo que não defende sua cultura e tradição, simplesmente por que dela não participa seja qual for a razão, estão fadados ao domínio e a escravidão, porquanto onde estará sua identidade !? Há por exemplo, quem se alto denomina vegetariano, não pelo que isto representa, mas simplesmente por que lhe faltam as condições que lhe possibilite adquirir a carne. Então, se gostamos está tudo bem ! e se não gostamos ou não podemos, está tudo errado !? Temos que acabar !? Penso não ser racional. Temos que ter cuidado com a nordestinidade de cada um, pois prefiro a nordestinidade de Todos. Note, “A PEGA DE BOI’ na caatinga de Sergipe é uma tradição secular, e como outros tantos esportes, também tem seus riscos, mas você apenas mostrou sua irresignação quanto a vaquejada. Bom, penso não ser por aí, mas defenderei sempre o teu direito de manifestar-se. Até breve, amigo.
Vaquejada é um absurdo! ! Todos esses que defendem deviam ser puxados pelo fundo das calças e derrubados no chão, pra ver se batem com a cabeça e arranjam coisa melhor pra se divertir! !!