Este helicóptero levaria de Patos a São Bento material supostamente apócrifo contra candidato do Dem

À medida que se aproxima o domingo da eleição (2/10) avolumam-se as denúncias de crimes eleitorais e violência contra eleitores e candidatos na Paraíba. Da compra de votos à distribuição de material apócrifo, há de tudo. O número de ocorrências tende a crescer até a madrugada de amanhã, podendo chegar a um patamar que torna impossível à Justiça Eleitoral fiscalizar, reprimir ou punir.

Impresso apreendido ou ‘roubado’ em Patos

Fatos que comprometem a lisura do processo eleitoral são relatados em maior abundância por pessoas que participam de campanhas no interior do Estado. Um exemplo veio de São Bento na manhã de sexta-feira (30), de onde teria partido ordem da Justiça Eleitoral para apreender panfletos contra a candidatura do Doutor Jarques (Dem) que seriam jogados de um helicóptero sobre a cidade na noite de ontem.

O material contra o candidato da oposição à Prefeitura de São Bento foi localizado e apreendido no aeroporto de Patos, no momento em que era retirado de uma camioneta para ser colocado dentro de um helicóptero. Nos impressos não haveria indicação de coligação, partido ou representante partidário responsável pelo panfleto.

Por sua vez, o candidato à reeleição Gemilton Souza (PSB) denunciou na tarde de ontem que na verdade o que houve em Patos foi um roubo do seu material de campanha, apreendido por dois homens que se conduziam em um carro de passeio e se diziam da Polícia Federal.

‘Cárcere privado’

Já do Seridó veio até a Capital a informação de que também na noite desta quinta-feira (29), na cidade de Tenório, 22 km distante de Juazeirinho, o candidato a vereador Arthur Conserva foi cercado e intimidado na zona rural por 25 motoqueiros em propriedade de uma correligionária. Ele só escapou do cerco porque alcançou a porteira e correu para a casa de Kukuta, também candidata à Câmara Municipal.

Segundo narrativa postada em redes sociais, “os motoqueiros usavam capacetes (e alguns até capuz)” e estacionaram nos arredores da propriedade, no sítio Cachoeirinha, e ficaram “andando de um lugar para o outro, um deles com uma lanterna, apavorando o casal morador e cerca de 10 pessoas entre familiares e visitantes que viveram momentos de cárcere privado”. Os supostos reféns foram salvos pela Polícia Militar, que para o local enviou uma patrulha. A maioria dos motoqueiros fugiu, mas cinco ainda foram detidos, revistados e liberados.

Senador hostilizado

Na noite dessa sexta-feira (30/9), o deputado federal Benjamin Maranhão (SD) divulgou nota cobrando do Governo do Estado uma ação efetiva da Polícia Militar para garantir em Araruna o direito de ir e vir de seus correligionários, aliados e familiares, especialmente sua mãe, a prefeita Wilma Maranhão, e de seu tio, o senador José Maranhão (PMDB).

Segundo Benjamin, o carro da prefeita foi danificado por adversários que anteontem teriam impedido o senador de pousar com seu avião em Solânea. Dezenas de carros foram estacionados na pista de pouso, informou o deputado, colocando em risco a vida de José Maranhão e de possíveis acompanhantes no voo que o trazia até aquela cidade, próxima de Araruna, reduto eleitoral da família.

Apreensões e prisões

Na tarde de ontem, na BR 104, policiais rodoviários federais apreenderam um carro de um comerciante de Santa Cecília que levava R$ 16 mil em espécie material de propaganda eleitoral de candidatos da sua cidade e também de Barra de Santa Rosa e Vertente de Lério (PE).

Em Itabaiana, pela manhã, outro carro foi detido em uma blitz da Polícia Militar e dentro dele foi encontrada quantia não revelada e material de propaganda de um candidato a prefeito da cidade. Em Mari, uma madrugada de muita confusão. Oito pessoas foram presas e levadas para a Delegacia de Sapé sob acusação de ameaça e constrangimento ilegal de adversários.

Em Alagoinha, também na sexta-feira, uma vereadora gravou e postou nas redes sociais um vídeo em que apela por proteção para a sua família. Ela conta que teve a sua casa invadida por adversários políticos quando lá se encontravam apenas duas filhas menores de idade e ainda foi impedida, juntamente com o marido, de entrar na própria residência para socorrer suas meninas.