No debate entre candidatos a prefeito de João Pessoa realizado na noite desta quinta-feira (29) pela TV Cabo Branco, Luciano Cartaxo (PSD) disse que a candidata Cida Ramos (PSB) está tão certa da derrota que desde já “aposta no tapetão”. Referiu-se à informação da adversária sobre Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) proposta pelo promotor eleitoral João Geraldo, que pede a cassação do registro de candidatura do atual prefeito, a quem acusa de contratar mais de 11 mil pessoas de forma irregular e precária na atual gestão.
O debate, transmitido ao vivo também pela CBN João Pessoa e o G1 Paraíba, foi mediado pelo jornalista Fábio William, da TV Globo Brasília e encerrou a campanha deste ano na Capital. Nesta edição, mais um festival de promessas dos candidatos, que incluem em suas ‘plataformas’ de campanha até mesmo a formalização dos camelôs, conforme anunciou Cida. Ou, como prometeu o Professor Charliton Machado (PT), o aumento da capacidade de investimento da Prefeitura dos atuais 5,39% para 10% das receitas do município, o que faria o próximo governo investir até R$ 400 milhões em obras e serviços (contra R$ 180 milhões, atualmente).
Como esperado, Cartaxo tornou-se alvo comum das acusações dos concorrentes oposicionistas, mas usou a estratégia de não responder diretamente às perguntas que lhe eram formuladas. Sobre questões como a que teria sucateado a rede pública de saúde municipal, onde faltariam remédios nos PSFs porque milhares de medicamentos, além de fraldas e alimentos especiais, tiveram a data de validade expirada, o prefeito respondia invariavelmente com a frase “Não pode provar”. Em seguida, passava a relacionar os investimentos na área e a se queixar de ter recebido de administrações anteriores pelo menos 30% dos PSFs desativados.
Gabinete ‘inchado’
Por sua vez, Charliton voltou a denunciar que no gabinete do prefeito estariam lotados mais de 400 prestadores de serviço ou comissionados dos quais ninguém sabe o salário ou o que fazem porque Cartaxo se recusa a prestar tais informações, mesmo quando solicitadas formalmente com base na Lei de Acesso à Informação. Segundo o candidato petista, o Gabinete do Prefeito tem um orçamento anual de R$ 20 milhões, quando poderia funcionar com apenas R$ 4 milhões por ano e contar com não mais do que 25 funcionários.
Já Luciano Cartaxo acusou Cida Ramos de, enquanto secretária estadual de Desenvolvimento Humano, ter negligenciado os cuidados com 28 creches que o Estado transferiu para o município há dois anos. O prefeito denunciou que recebeu as creches estaduais completamente desestruturadas, mas conseguiu expandir a rede de 43 para 83 unidades e ampliar o número de vagas de 3 mil para 12 mil. A candidata do PSB garante que esses números não são verdadeiros, mas mesmo assim o prefeito insiste em propagá-los na esperança de convencer eleitores incautos ou desinformados.
Sem Victor Hugo
O debate não contou com a presença do candidato Victor Hugo, do Psol, que chegou a recorrer à Justiça Eleitoral para suspender o programa. Uma liminar requerida com tal objetivo foi indeferida pelo juiz José Ferreira Júnior, responsável pela propaganda de mídia nas eleições de João Pessoa.
Victor Hugo não participou porque a emissora, seguindo norma adotada pela Rede Globo de Televisão, estabeleceu como critério convidar apenas candidatos de partidos com mais de nove deputados na Câmara Federal, conforme a lei faculta às rádios e canais de televisão que promovam esse tipo de evento na campanha eleitoral.
Na manhã desta sexta-feira (30), em comentário na página do blog no Facebook, Raquel Limeira, candidata a vereadora de João Pessoa pelo Psol, disse que o partido “não queria a suspensão do debate e sim garantir a sua participação nele por considerar importante para a democracia e para um maior esclarecimento da população acerca de todas as propostas”, acrescentando que “campanha política e debate são instrumentos pedagógicos”.
(Atualizada às 11h50)
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Uma resposta para Cartaxo: Cida está tão certa da derrota que já aposta no tapetão
Que jornalista , as “fraldas” infantis são tem sua grafia com “l” , não com “u” , cuja palavra deriva do verbo fraudar.