Embora considere Deserto “uma homenagem à arte de representar” e a Federico Fellini, Lima Duarte, um dos principais nomes do elenco, decidiu que não iria assistir ontem (26) à noite, no Cine Brasília, à exibição do filme locado na zona rural de São Mamede (PB) e recém premiado nos Estados Unidos. Ele não concorda com a “ideologização e partidarização” do Festival de Cinema de Brasília, onde poderiam ocorrer manifestações tipo ‘Fora Temer’ que confrontariam as posições políticas do veterano ator.
Lima Duarte, que revelou sua decisão em entrevista ao portal Estadão, ressalvou que sabe da importância do festival, pelo qual disse ter carinho e onde esteve por duas vezes, mas evitaria assistir à apresentação na mostra competitiva – cuja entrega de troféus e prêmios foi programada para às 19 h desta terça-feira – em razão do “pouco espaço para o silêncio necessário para apreciar um filme, um trabalho artístico”.
Aos 86 anos, prestes a completar 70 de carreira, o ator defende que “a arte precisa ser recebida em outro campo sensorial”. Ao todo, Lima fez 39 filmes contando com dois que entrarão em cartaz – além de ‘Deserto’, a comédia ‘O Crime da Cabra’, de Ariane Porto e Teresa Aguiar –, e foi chamado para mais dois filmes, um sobre a Operação Lava Jato, de uma produtora em Curitiba, e o outro sobre a vida do compositor Carlos Gomes, que será rodado em 2017 e dirigido por Ariane Porto.
Deserto, gravado na pequena Vila dos Picotes, na zona rural de São Mamede (PB), deu semana passada ao diretor curitibano Guilherme Weber o prêmio de melhor diretor no Los Angeles Brazilian Film Festival, reconhecido como um dos mais importantes festivais de cinema brasileiro fora do Brasil. A disputa, na categoria, foi com oito longas-metragens.
O diretor Guilherme Weber faz questão de propagar que Lima Duarte é seu ator preferido. “Eu cresci o admirando e não tinha outra opção para o papel. É um ator que une o erudito e o popular como poucos e seu amor pelo ofício é admirável.”
O filme é livremente inspirado no romance mexicano “Santa Maria do Circo”, de David Toscana, que conta a história de uma trupe circense que funda uma sociedade no deserto do México. No filme, Weber e a roteirista Ana Lúcia Maia transpuseram a narrativa para o sertão nordestino.
(Com informações de O Estado de S. Paulo e do FestBrasília)
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