A crise econômica não afetou o segmento onde atua Roberto Santiago, dono do maior shopping da Paraíba – o Manaíra, em João Pessoa, e sócio do segundo maior – o Mangabeira, também na capital. O empresário tem parte do faturamento de R$ 151 bilhões alcançado em 2015 pelos 538 shoppings espalhados pelo país. E certamente verá seu patrimônio crescer um pouco mais, ainda este ano, caso se confirme estimativa de crescimento em torno de 5% para 2016.
O Brasil conta atualmente com 538 shoppings, distribuídos em 196 cidades do País, e até o final de 2016 devem ser inaugurados mais 30. O censo anual do Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em parceria com a GEU (Grupo de Estudos Urbanos), será novamente fechado em fevereiro com importantes informações sobre o cenário de malls no país, englobando aspectos como faturamento, frequência, localização e estrutura.
Na Paraíba há cinco shoppings centers, quatro em João Pessoa e um em Campina Grande. A Abrasce considera como shopping o empreendimento com Área Bruta Locável (ABL) superior a 5 mil m². No Estado, o Manaíra Shopping é o que tem o maior ABL (Área Bruta Locável). São 75.000 m². Em seguida vem o Mangabeira, com 53.000 m²; depois, o Tambiá, com 150 lojas e quiosques e em seguida o Mag Shopping, com 25.000 m² de área construída. Já o shopping de Campina Grande, o Partage, possui 100 lojas distribuídas em uma ABL de 21.760,145 m².
O Censo Abrasce 2015-2016 mostra que, no fim de 2015, 48% dos shopping centers estavam localizados em capitais brasileiras e 52% em outras cidades. Os dados atuais, relativos a 2015 para comparativos com o desempenho de 2014, apontam um crescimento do setor em 6,5%. Somente no ano passado foram gerados 53.800 novos postos de trabalho. O levantamento não traz dados atualizados de geração de empregos por estado.
‘O Mago’ e seu patinete
O Mago – como Roberto Santiago é também tratado – deslizava visivelmente satisfeito o seu segway (patinete elétrico) por volta das 10h do sábado (24) em passeio de inspeção pelo 1º piso do seu empreendimento, recebendo e devolvendo acenos.
Na contramão da crise econômica por que passa o país, os números da Abrasce tanto permitem arriscar uma ligação, do desempenho do setor, com o semblante leve e tranquilo de Santiago naquela manhã, quanto para alcançar a dimensão econômico-social desse segmento que é responsável, atualmente, por mais de um milhão de empregos no país.
O Sudeste é a região do Brasil que, disparado, obteve o maior faturamento do setor: R$ 87 bilhões. O segundo melhor desempenho foi da região Nordeste, com R$ 25,8 bilhões, seguido pela região Sul (R$ 18,17 bilhões), Centro-Oeste (R$ 13,5 bilhões) e Norte (R$ 6,9 bilhões).
Quando se trata dos resultados por regiões, o Nordeste também ocupou a segunda posição no quesito de vendas realizadas. Ao todo foram comercializados R$ 25,8 bilhões nos 80 shoppings da região. O maior faturamento médio anual por mall também ficou com o NE e foi na casa dos R$ 322 milhões.
A média do tráfego de visitas por mês, em todo o país, em 2015 ficou acima de 444 milhões de pessoas – em 2014 foram 431 milhões. Esses números, de acordo com a associação, comprovam como o setor continua em alta e não foi afetado pela crise.
Convivência e multiuso
Outro destaque do censo fica por conta dos formatos dos empreendimentos, acompanhando a tendência de transformar os centros comerciais em núcleos de convivência. Segundo o Censo 2015-2016, 34% dos shoppings fazem parte de um complexo multiuso.
“Esse nicho de mercado precisa se reinventar sempre para se manter em alta. É por isso que estamos seguindo a tendência de transformar o espaço em um complexo multiuso e núcleo de convivência. Já temos faculdade, academia e casa de shows”, explica Rafaella Barros, gerente de marketing do Manaíra Shopping.
Outros dados que comprovam o equilíbrio no ramo dos malls são da pesquisa Confiança dos Empresários de Shopping Centers, realizada no último mês de março. Segundo a análise, 36,9% dos participantes declararam que esperam crescimento de até 5% no setor para este ano. Com relação à situação da empresa, a maioria aposta que a crise não afetará seus negócios e 53,8% acredita que manterão seu quadro de funcionários sem alteração.
Confiante na terceira alta consecutiva sobre a Intenção de Consumo das Famílias, medida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a gerente de marketing do Manaira Shopping acredita que o aumento do indicador reflete a estabilidade do setor. “A movimentação aqui é muito grande, o que possibilita que cheguemos a esse número. No ano passado tivemos uma média de 1 milhão e 700 mil visitas por mês”, finaliza Rafaella.
A pesquisa permitiu constatar, ainda, a consolidação do interior como ponto de atração para novos shoppings. Segundo o levantamento, 67% das inaugurações de 2015 ocorreram fora das capitais. Mais: 41% do total dos centros de compras estão concentrados em cidades com menos de 500 mil habitantes, o que aponta para uma tendência cada vez maior de interiorização desses empreendimentos. Em 2016, dos 30 lançamentos anunciados até o fim do ano, 23 estão previstos para ocorrer fora das capitais.
O perfil de shoppings
- Shopping centers em operação: 538;
- Número de cidades com shoppings no Brasil, ao final de 2015: 196;
- Total de ABL (Área Bruta Locável) no Brasil: 14,680 milhões de m² (aumento de 6% em relação ao ano anterior);
- Faturamento total do Brasil em 2015: R$ 151,5 bilhões
- 89% dos shopping centers brasileiros são empreendimentos do tipo tradicional e 11% especializados (outlet, lifestyle e temáticos). Destes, 15% são outlets.
- 48% dos shopping centers estão localizados em capitais brasileiras e 52% em outras cidades;
- Existem mais de 98.200 lojas nos 538 shopping centers brasileiros;
- Existem 770.597 vagas de estacionamento em shoppings em todo o território nacional;
- 581 salas de cinema nos centros de compra de todo o Brasil.
(com Abrasce e imacomunicacao.com.br)
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