Janaína e Marcos com os filhos (Fotografia de provável álbum de família publicada no jornal El Mundo)

“Um crime com mensagem”. Assim o jornal El Mundo, de Madri (Espanha), refere-se ao trucidamento dos paraibanos Marcos Campo Nogueira e Janaína Santos Américo e dos dois filhos do casal. Os corpos, esquartejados, foram encontrados dentro de sacos plásticos em um chalé no povoado de Pioz, da cidade de Guadalajara, que fica no entorno da capital espanhola.

As autoridades daquele país conduzem as investigações sob sigilo, mas ao diário madrilenho informaram que a extrema crueldade com que foi praticado o crime configura claramente um recado dos mandantes da chacina a um destinatário ainda desconhecido. Os investigadores acreditam ainda que os assassinos não mais se encontram na Espanha.

“A crueldade e a forma como os criminosos deixaram os cadáveres no interior da casa faz pensar que se trata de um crime cometido por ‘profissionais’ e por encomenda”, escreveu M. Hernández, do El Mundo, autor de matéria que traça um perfil do casal paraibano, que o jornal chama de “as vítimas do crime de Guadalajara”.

O texto informa que Marcos e Janaína casaram-se em 28 de agosto de 2013 e se mudaram para a Espanha, onde viviam há três anos, atraídos por uma oferta de emprego em um restaurante. A família chegou a Pioz em 21 de junho deste ano, procedente da localidade de Torrejón de Ardoz (Madri).

A imprensa espanhola destaca ainda que Marcos e Janaína não tinham antecedentes criminais e na casa onde moravam há três meses não foi encontrado qualquer tipo de droga. Essa informação serviria para afastar especulações e insinuações de que a matança teria a ver com um acerto de contas entre as vítimas e traficantes.

O mistério em torno do crime aumentou ainda mais depois de que a Polícia confirmou que nem portas nem janelas do chalé foram forçados. Em razão desse detalhe, suspeitam os investigadores que Marcos e Janaína conheciam e permitiram a entrada em casa das pessoas que vieram para matá-los.