Lamentável, triste mesmo, a situação a que chegou a agropecuária em nosso Estado. Esse desastre foi anunciado desde o primeiro mandato de Ricardo Coutinho e o governo atual deu sequência ao desmantelamento do setor.
Pra fechar com chave de ouro o desmantelo, estou só esperando o governo entregar a água do São Francisco para os agricultores despreparados para lidar com sistemas de irrigação eficientes e sem assistência técnica.
Se não houver apoio, orientação e crédito para quem produz, a tendência é vermos e sofrermos com solos lavados e salinizados, por conta de irrigação inadequada, arcaica, repetindo a frustrante experiência de São Gonçalo e Sumé.
A antiga Emater, coitada, simplesmente nada mais faz. Basta ver o amontoado de carros apodrecendo no pátio da empresa, porque não têm mais utilidade. Falta de combustível, de manutenção, de vontade, de decisão…
Dá dó ver um patrimônio público tão valioso apodrecer por falta de uso. A Emater agoniza, não tem mais recuperação. Mesmo caso da Emepa, conforme descrito pelo respeitado e reconhecido pesquisador Camilo Flamarion.
Em artigo recém publicado (‘Saudades da Emepa – Fim melancólico’), ele lamentou, como também lamento profundamente, a desnecessidade de extinção da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba, “empresa esta, que sempre orgulhou a todos os paraibanos e os amantes da agricultura”.
O crime de sucatear a Emater, Emepa e a própria Secretaria da Agricultura, da qual hoje nem se fala mais, é um crime que nem cadeia paga, porque com a morte dessas importantíssimas entidades, morre também na Paraíba o setor mais dinâmico da economia nacional.
Camilo, dos quadros da Embrapa Paraíba, observa bem em seu escrito que “a extinção da Emepa e da Emater não foi digerida pelos agropecuaristas”, hoje órfãos e saudosos de ambas.
Imaginem, então, o que não sentem os pesquisadores e os técnicos da extensão rural na Paraíba, vendo tudo que construíram virar sucata sob a omissão deliberada de nossas autoridades. Não é apenas triste e lamentável, é revoltante, deplorável.
• Antônio Carlos Ferreira de Melo é Professor aposentado da UFPB e Zootecnista
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2 Respostas para AGROPECUÁRIA DESPREZADA, por Antônio Carlos Ferreira de Melo
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É triste vermos os produtores rurais sem nenhuma assistência técnica.