Não há dúvida que Wilson era, realmente, um gentleman. Em todos os nossos acampamentos, nunca tivemos um convidado tão fino. Mas tudo tem limites.
DESINTELIGÊNCIA
Unha e carne desde a quinta série do fundamental em Bananeiras, não se viam nem se sabiam há mais de 20 anos. Na verdade, com pandemia e insensatez se espalhando, um temia receber notícia do outro.
A MESA E A FORMIGUINHA, por Aderson Machado
Era um lindo dia da primavera de 2009. O sol aparecia imponente, e fazia muito calor. Apesar de estar numa praia, não optei por ir à beira-mar. Escolhi um restaurante, recuado da orla marítima, para saborear uma “loira bem gelada”.
GAMELEIRA, por Tereza Barros
Plantada pelo vento de Iansã, a gameleira resistiu e viveu seu advento, se enraizando em solo adverso. Fincou-se no muro do terreiro de um antigo casarão, do histórico bairro olindense de Santa Tereza. Árvore de Terreiro de Santo, forjou o seu tronco, a ele integrando diversos elementos de ferro, abandonados junto ao muro, que ela abraçou com suas raízes aéreas, e com os dois se fundiu num só tronco. E, nesse rito de luta pela vida, se consagrou aos dois orixás, a Iansã, que a plantou, e Xangô, que a cultivou. E assim aquilombou-se naquele verdejante terreiro de Oxalá. Onde Iansã abria clarões de sol e luar, raios de luz, a riscar o chão assombrado por sua exuberante copa, domínio de Xangô, o santo guerreiro.
A INVASORA
Foi um alvoroço medonho. Ela entrou pela janela da cozinha e foi logo atacando o morador. Sentado e concentrado, ele fazia as contas do mês num caderninho sobre a mesa de tomar café da manhã.
A REVOLTA DOS SAPATOS, por Ana Lia Almeida
Ao tomar conhecimento da flexibilização da quarentena, meus sapatos se animaram. Um mundo de possibilidades voltou a se abrir para eles. Finalmente se encontrariam novamente com as tão queridas calçadas, com o concreto, com as rampas, degraus e ladrilhos, com outras cerâmicas além do chão dessa casa enfadonha onde estamos todos enclausurados há 4 meses.
MENINICES, por José Mário Espínola
Menino é e sempre será menino, não importa a geração, raça ou espécie. As meninas são, realmente, diferentes. São mais graciosas, delicadas, suas brincadeiras são mais suaves. Porém a sua meninice é mais curta que a dos meninos. Então elas deixam de ser meninas e, como disseram Luiz Gonzaga e Zé Dantas no Xote da Menina, “… ela só quer, só pensa em namorar!”. Questão de hormônios, não se pode mudar.
LÍNGUA DE MACHO (II)
Na primeira parte desse exercício de cultura inútil sobre machismo na Língua Portuguesa (ou de seus dicionaristas), publicada ontem (14), sugeri ao leitor dar uma espiada nos verbetes ‘homem’ e ‘mulher’ em alguns dos nossos mais concorridos dicionários, para conferir a diferença de tratamento a um e outro gênero. Bem, aos que acataram ou não a sugestão, reproduzo adiante o resultado de minha própria busca.