O engenheiro de minas Francisco Antônio Braga Rolim alerta: a estrutura do açude de São Gonçalo corre risco com as explosões realizadas próximas ao sangradouro para, em tese, aumentar a capacidade de acumulação do manancial da região de Sousa, no Alto Sertão paraibano.
Natural daquela cidade, Catonho Braga, como é mais conhecido, reside e trabalha em Brasília, tem muita experiência com explosivos em mineração e, entre outros trabalhos, contribuiu com seus conhecimentos e serviços profissionais na construção da hidrelétrica de Serra da Mesa, em Goiás.
O engenheiro sousense tem, portanto, autoridade para se manifestar sobre o assunto que é da sua especialidade e lhe dá motivos para se preocupar com o que pode acontecer quando um dia o açude voltar a encher e sangrar. O que pode ocorrer ano que vem, se chover forte na área. Poderão ocorrer, por exemplo, fissuras, fendas e rachaduras na fundação, na estrutura da barragem ou do sangradouro.
E o que é pior: tais problemas não podem ser enfrentados com antecedência, previdentemente. Porque os danos das explosões de agora somente aparecerão no futuro, em caso de cheia causada por inverno abundante. No ponto de “máxima sangria’ é que todo mundo saberá se a barragem continua ou não segura após sofrer o impacto das detonações.
Artigo e questionamentos
O alerta de Catonho está em artigo que ele escreveu sobre o assunto (clique no link abaixo para ler na íntegra) e compartilhou com o jornalista Chico Pinto, de João Pessoa, depois de constatar que “há muitas informações desencontradas” sobre o sentido e os objetivos das explosões em São Gonçalo.
“Por um lado, (dizem) que as obras vão aumentar a capacidade de acumulação. Mas outras informações apontam que será reduzida a capacidade em 10 milhões de m3 e que aquele espetáculo da sangria vertente não mais seria visto, pois o escoamento será em sistema de comporta circular”, explicou.
Ainda segundo o engenheiro, “as autoridades deveriam avaliar e se posicionar sobre o assunto, porque podemos perder um grande patrimônio” e, diante de dúvidas que não conseguiu remover em sua coleta de informações sobre a questão, pergunta:
1. Quais as reais justificativas técnicas de fazer alteração, cujo resultado promoverá mudança drástica em um reservatório que nunca teve qualquer problema?
2. Quais as vantagens e benefícios de tais mudanças, em comparação com o modelo original que sempre se mostrou seguro e promovia um espetáculo pouco visto no mundo?
3. O que havia de errado naquele reservatório que justifica essa grande mudança?
Tentando contato com o Dnocs
Os questionamentos do engenheiro Catonho Braga poderão ser respondidos pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas), órgão responsável pelo açude de São Gonçalo. Antes de publicar esta matéria, o blog tentou por várias vezes – em vão – contato com o escritório do Departamento em João Pessoa. O número de telefone disponível (3208.900) deu o tempo todo sinal de ocupado.
Uma ligação foi feita para o posto do Dnocs em São Gonçalo (3556.1035). Um funcionário atendeu, identificou-se como “vigia” e confirmou a ocorrência de explosões, recentemente. Pediu, todavia, que o blogueiro ligasse por volta das 14h, pois quem poderia dar mais informações ou maiores explicações não se encontrava no momento e somente retornaria à tarde ao local de trabalho.
De qualquer modo, com ou sem sucesso nas tentativas de contato, o espaço está aberto aos esclarecimentos que o Dnocs quiser fazer.
Clique aqui para ler o que o engenheiro Catonho Braga escreveu sobre explosões no Açude São Gonçalo
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Uma resposta para Explosões colocam em risco açude de São Gonçalo
É muita incompetencia ldos técnicos daqui.