(Foto: DoDesign-s)

Com base em pesquisa da qual também participa a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), de Campina Grande, anunciou nesta segunda-feira (3) que o licuri (ou ouricuri), planta da caatinga nordestina, tem potencial biopesticida relevante para eliminar o Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

A pesquisa é desenvolvida pelo Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga (NBioCaat), rede articulada pelo Insa em parceria com a UFPE, que tem como um de seus objetivos principais a utilização de compostos de plantas da caatinga no controle de pragas. Segundo os pesquisadores, nos testes de laboratório os óleos essenciais extraídos da semente de Syagrus coronata, conhecida como licuri, da família das palmeiras, demostram ser capazes de exterminar até 50% das larvas dos mosquitos.

Alexandre Gomes, do grupo de pesquisa do NBioCaat, disse que a equipe vai elaborar uma fórmula que agrega o óleo das sementes do licuri ao ácido dodecanoico e a partir daí desenvolver um biopesticida com compostos de plantas endêmicas da caatinga. Na sequência, o produto será testado em peixes, insetos e células animais para garantir a segurança de sua formulação. Por enquanto, as plantas utilizadas pelos pesquisadores foram coletadas no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque (PE), mas o licuri pode ser encontrado também na Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.

“O controle químico com inseticidas é uma das metodologias mais adotadas para o controle do Aedes aegypti, porém o seu uso indiscriminado tem favorecido a resistência dos mosquitos ao procedimento. Neste contexto, um biopesticida ainda não explorado pode contribuir significativamente para a eliminação dos mosquitos transmissores e, consequentemente, na redução dos casos de doenças como a dengue, a febre amarela, o zika vírus e a febre chikungunya”, complementa nota da Assessoria de Comunicação (Ascom) do Insa.