Considerado o principal ou no mínimo um dos maiores delatores da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa não teve confirmada pela Polícia Federal qualquer de suas tentativas de incriminar o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) no esquema de propinas do chamado Petrolão.
Daí a razão de a PF ter pedido o arquivamento do inquérito que investiga denúncias de corrupção contra o médico paraibano que fez carreira política no Rio de Janeiro após se consagrar nacionalmente como líder dos cara-pintadas que foram às ruas exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992.
O relatório final sobre as apurações da PF – encaminhado no dia 29 de setembro último ao ministro Teori Zavascki, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) – conclui que não foram encontrados “indícios mínimos de autoria e materialidade” em relação aos crimes pelos quais o parlamentar era investigado.
“Os policiais apuravam informações prestadas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em delação premiada, ele disse ter sido procurado por Lindbergh em 2010 para conseguir R$ 2 milhões para sua campanha para o Senado daquele ano. O executivo, então, repassou o combinado ao doleiro Alberto Youssef, que faria a entrega do dinheiro. Segundo a tese inicial dos investigadores, a verba tinha origem em contratos superfaturados assinados entre a Petrobras e empreiteiras”, relata a revista Consultor Jurídico.
De acordo com o relatório da PF, Youssef, que também fez acordo de delação premiada na “lava jato”, negou que tivesse participado dessa negociação e disse que nunca esteve com Lindbergh. “Paulo Roberto havia dito ainda que o senador era um dos políticos com influência suficiente para aprovar ou vetar indicados para as diretorias da Petrobras. Ninguém confirmou essa história”, observa a Conjur, acrescentando que a Polícia Federal também conferiu a versão de Paulo Roberto com executivos construtoras Queiroz Galvão, Carioca Engenharia, Iesa, Camargo Corrêa, Engevix, Setal, UTC e Andrade Gutierrez.
“Nenhum dos que falou em delação premiada confirmou a história contada pelo executivo da Petrobras”, apurou a PF, que teria confirmado “doações eleitorais vultosas” feitas pelas empresas envolvidas na “lava jato”, tanto para Lindbergh quanto para o PT. “Mas ninguém, além de Paulo Roberto Costa, confirmou qualquer repasse ao senador Lindbergh Farias”, arremata a matéria da Conjur.
Clique aqui para ler o relatório final da PF sobre o inquérito.
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