Ainda não foi dessa vez. Na tarde desta terça-feira (20), o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) não julgou e adiou outra vez o julgamento de mais uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que pede a cassação do governador Ricardo Coutinho (PSB). A acusação, dessa vez, é a de que ele trocou apoio e votos por ambulâncias na campanha de reeleição, em 2014.
A Aije, movida pela coligação A Vontade do Povo, que teve o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) como candidato a governador, acusa Ricardo por abuso de poder político e econômico e conduta vedada. Nota distribuída pelo PSDB informa que o processo voltará à pauta de julgamentos do TRE na quinta-feira (22) à tarde, conforme previsão atribuída ao próprio presidente do órgão, o desembargador José Aurélio da Cruz.
A coligação de Cássio diz que no ano da eleição foram distribuídas mais de 70 ambulâncias, que custaram em torno de R$ 30 milhões. A distribuição deu-se por critérios absolutamente políticos, acrescenta o PSDB. “Recebia ambulância o prefeito que apoiasse a reeleição do governador-candidato, numa demonstração clara de uso de poder político e desprezo às necessidades da população dos municípios que dependem do transporte para socorrer seus doentes em cidades com mais recursos de atendimento”, afirmou o advogado Frederico Rego, que representa o senador no processo.
Frederico garante que existem provas contundentes contra o governador. Cita como exemplo o caso do município de Brejo dos Santos. “O prefeito Luiz Vieira de Almeida apoiava Cássio no primeiro turno das eleições, no segundo passou a apoiar Ricardo Coutinho e recebeu uma ambulância para o município. Há inclusive vídeo gravado por ele confirmando a doação. A entrega foi feita num evento festivo com direito a carreata, fogos, sirene ligada e presença do governador”, disse o advogado.
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