O Professor Francisco Jácome Sarmento mostrou ontem (15) com palavras e imagens que a adutora da barragem de Acauã à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Gravatá, em Queimadas, começou a ser construída em 2002. Ele respondeu às declarações do ex-deputado Assis Quintans, que na quarta-feira (14) chamou de “projeto inexistente” o sistema planejado e iniciado para salvar Campina Grande e cidades vizinhas do iminente colapso no abastecimento de água que hoje ameaça todo o chamado Compartimento da Borborema.
Para ilustrar sua resposta, na qual deixa claro mais uma vez que a adutora alvo da polêmica com o ex-deputado foi abandonada a partir de 2003, ano em que Cássio Cunha Lima (PSDB) assumiu o Governo do Estado, Sarmento forneceu ao blog fotografias da revista ‘Plano das Águas’, reproduzidas em sequência abaixo. A publicação relaciona e detalha as obras empreendidas no primeiro (1995-1998) e no segundo (1999-2002) governo de José Maranhão, gestões nas quais o Professor da UFPB trabalhou como secretário de Recursos Hídricos.
‘Plano das Águas’ é uma publicação oficial, impressa e distribuída em dezembro de 2002. Dentro, destacam-se as páginas dedicadas ao Sistema Adutor Acauã e nelas, fotografias das estações de bombeamento e dos tubos assentados para levar água da barragem até a ETA de Gravatá, que atende Queimadas e Campina. A revista contém ainda uma ficha técnica da obra. A edição foi patrocinada pelo Banco Mundial, como se vê da foto da contracapa. São documentos que ilustram o texto enviado por Sarmento – transcrito na íntegra a seguir – para rebater Quintans e acrescentar novos esclarecimentos sobre o assunto.
Caro jornalista Rubens Nóbrega,
A respeito dos comentários do ex-deputado Assis Quintans publicados no Blog do Rubão gostaria de esclarecer o que segue.
1) Os documentos que comprovam que o Sistema Adutor Acauã era uma adutora que tinha como principal beneficiária a cidade de Campina Grande são públicos. Para se ter acesso aos julgamentos das Cortes de Contas em relação àquela obra bem como à destinação dada aos tubos de 700 mm de diâmetro que interligariam o lago de Acauã à ETA-Gravatá, pode ser feita pesquisa com toda facilidade que nos permite a Internet.
2) Em se tratando de sistemas de abastecimento de água, o planejamento de Engenharia de Recursos Hídricos se faz tendo-se em consideração não os períodos úmidos, não os anos de bons invernos, mas sim, e me parece isso deveras óbvio, os períodos de seca, ou seja, aquele(s) ano(s) em que se faz necessário dispor de uma reserva de água armazenada numa barragem, cujo volume é dimensionado para suprir as demandas no referido período de escassez.
3) Tenho certeza absoluta que o nobre deputado Quintans, a quem prezo, homem do Cariri e profundo conhecedor daquela realidade, prestou declarações de ordem política. Não raramente, declarações de natureza política feitas em torno de matéria técnica embutem contradições nem sempre sutis. No caso em comento, se nos basearmos em anos como 1974, 1985 ou 2004 (grandes cheias do Nordeste) para planejar os sistemas de abastecimento de água, não há que se pensar em Transposição do São Francisco. Seria totalmente dispensável, pois em anos como os mencionados, nossa região experiencia verdadeiros aguaceiros bíblicos. O problema, como já dito, está nos anos de seca.
4) Como já mencionado na entrevista dada ao Blog do Rubão, em face da existência do Eixo Leste da transposição, esvaziam-se todas as outras alternativas de suprimento para Campina Grande e cidades do entorno. Ocorre que, na época em que a adutora de Acauã foi projetada, licitada e iniciada no âmbito do Plano das Águas (Governo Maranhão) não existia alternativa nem a curto nem a médio prazo para Campina Grande. O tempo provou que estávamos certos: as obras da transposição tiveram início somente no dia 17 de julho de 2007 e, até o presente, não foram concluídas. Portanto, a não continuação do empreendimento a partir de 2003, confiando-se no início e na conclusão da transposição em apenas 3 anos (2003 e 2006, como citou o nobre deputado) foi arriscada, para se dizer o mínimo. Mais ainda quando, em 2003, era público e notório que o Vice-Presidente José Alencar Gomes da Silva apenas dava início às negociações com os estados da bacia doadora (a bacia do São Francisco) com o objetivo de viabilizar a obra, cumprido Decreto Presidencial que constituiu Comissão Especial com esse fim específico. Tive a honra e o prazer de, por seis anos, ter assessorado diretamente o grande brasileiro José Alencar na missão que recebeu do Presidente Lula.
5) No estágio atual da crise hídrica vivenciada não cabem discussões tolas acerca de quem fez ou deixou de fazer. Importa sim acelerar a transposição e rezar para que (i) não haja nem colapso qualitativo, nem quantitativo em Campina Grande e demais cidades; (ii) 2017 seja diferente dos últimos cinco anos, dado que, o atual governo estadual, conforme tem reiterado, não tem Plano B para enfrentar cenário de continuidade da seca sem transposição concluída, situação essa que, infelizmente, não tem probabilidade nula de ocorrer.
Grato,
Francisco Jácome Sarmento.
É BOM ESCLARECERO Blog do Rubão publica anúncios Google, mas não controla esses anúncios nem esses anúncios controlam o Blog do Rubão.
7 Respostas para Sarmento comprova início de adutora que poderia salvar Campina
Se a populaçao de Campina Grande tivesse alguma percepçao da realidade jamais elegeria os politicos que costuma eleger; ser bairrista eh uma coisa, exportar lixo etico para o restante da Paraiba eh outra. E o pior eh que esses que conderaram Campina a propria sorte no seu abastecimento de agua, tendo sido os responsaveis pela exlusao da cidade do rol das beneficiadas se elegem sob o mote hipocrita de amarem Campina. Tipico amor bandido!!!!!!!!
Infelizmente o CANCER do Brasil, continua estes politicos que só se preocupa em alimentar seu EGO, em detrimento de solução concreta para problemas cruciais como a questão hidrica, principalmente na Paraíba, que é o Estado mais vulneravel em recursos hidricos; varias sugestões viaveis já foram apresentadas como alternativa para evitar o CAOS anuciado, mas não, continuam insistindo na mesma tecla TRANSPOSIÇÃO, TRANSPOSIÇÃO, qualquer pessoa minimamente consciente sabe que isto não é possivel pois Boqueirão já agoniza, e as chuvas não vão chegar a tempo nem para manter os níveis minimos necessários para atender a população nem que os dias de racionamento aumente; estão esperando o que? QUEREM REPETIR O EXODO BIBLICO ocorrido há dois mil anos, só que agora será a população fugindo da cidade para não morrer de sede…que Deus tenha pena de todos nós.
Nāo devemos esquecer que o atual governo não fez nada pra contornar essa crise hídrica. Desde 2015 se fala que essa seca podia durar mais ainda mas não botaram nada e o discurso tá pronto: é só dizer que Temer atrasou a transposição.
Trabalhei no Estado até 2002 e acompanhei em 2004 a retirada de Campina Grande das cidades beneficiadas. Mas o que me chamou atenção foi que com Campina Grandeva adutora iria custarn72 milhões. O governo Cassio retirou Campina Grande que usaria os canos mais caros e recontratou a obra por 129 milhões. Uma vez Cunha ( Lima) sempre CUNHA.
Realmente se essa adutora tivesse sido continuada ajudaria a Campina Grande a chegar em 2017 e uma adutora de Gramame pra Acauã ficaria mais fácil. Como engenheiro entendo viável.
Qualquer um da região sabe que foram realizados vários km dessa adutora de Campina Grande. É mesmo uma pena se falta isso agora. A família Cunha Lima nunca aceitou qu fosse Maranhão governador que resolveu a água de Campina. Diziam que a barragem tinha águas que não prestavam. O engraçado é que o governo Cássio continuou a construção da adutora para as outras localidades. Assim, a pergunta que fica é: Os cidadãos dessas outras cidades são inferiores aos campinenses??Podem então beber essas águas imprestáveis como o fazem hoje os de Itabaina, Salgado São Félix, Ingá, etc????
Bom é assim: matar a cobra e mostrar o pau. Valeu meu Professor!!!!!!!