Sérgio Machado, o “Gravador-Geral da República”, como diria o irreverente José Simão, divulgou nota na noite desta quinta-feira (16) na qual reafirma que Michel Temer pediu dinheiro (de origem que o presidente interino saberia ser ilícita) para a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo pelo PMDB, em 2012. O pedido teria sido feito em setembro de 2012 numa conversa na Base Aérea de Brasília.
“Após esta conversa mantive contato com a empresa Queiroz Galvão, que tinha contratos com a Transpetro, e viabilizei uma doação de R$ 1,5 milhão feita ao diretório nacional do PMDB; o diretório repassou os recursos diretamente à campanha de Chalita. A doação oficial pode ser facilmente comprovada por meio da prestação de contas da campanha do PMDB”, diz Machado em sua nota, divulgada após manifestação de Michel Temer negando tanto o encontro quanto o pedido de dinheiro para a campanha de Chalita.
O nome do presidente interino aparece pelo menos 25 vezes em planilhas de supostas propinas e delações premiadas da Lava Jato e operações anteriores da Polícia Federal. Em 2009, durante Operação Castelo de Areia, a PF apreendeu na casa de um executivo da Camargo Corrêa documentos nos quais Temer é citado 21 vezes ao lado de quantias que somam US$ 345 mil.
Em 2014, já com a Lava Jato, nova planilha de executivos da mesma empreiteira relacionava o então vice-presidente a dois pagamentos de US$ 40 mil por projeto de pavimentação em Araçatuba e pela duplicação de uma rodovia em Praia Grande, cada um deles estimado em US$ 18 milhões.
Ainda em 2014, a PF apreendeu um celular de José Aldemário Pinheiro, dono da OAS, e no aparelho descobriu conversas nas quais o deputado Eduardo Cunha questionava o empreiteiro por ele pagar R$ 5 milhões de reais a Temer de uma vez e adiar o repasse a outros líderes do PMDB.
Em 2015, Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, disse aos investigadores da Lava Jato que o lobista Fernando Baiano operava para Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer no esquema de corrupção da Petrobrás.
Em fevereiro deste ano, o senador Delcídio do Amaral (MS), envolveu Temer em um caso de aquisição ilegal de etanol por meio da BR Distribuidora, ocorrido entre 1997 e 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
(com UOL e Carta Capital)