Violência doméstica faz mais de uma vítima por hora na Paraíba

(Foto: Ilustração/Arquivo)

A Paraíba registrou no minimo uma agressão à mulher a cada hora do feriadão do 1º de Maio, de acordo com os casos de violência doméstica registrados pela Polícia Militar entre 19h de sexta-feira (28) e 23h59 desta segunda-feira.

As 77 horas cobertas pela PM em todo o Estado resultam numa média de 1,2 espancamento ou estupro praticado contra mulher em território paraibano apenas num final de semana e nos limites das residências familiares. Na estatística policial divulgada pela mídia oficial e oficiosa, não entram assédio moral e sexual nem eventual crime de morte que tenha a mulher como vítima.

Razoável imaginar, portanto, que os números da violência contra as mulheres paraibanas sejam muito mais elevados do que aqueles registrados em delegacias, boletins de ocorrência ou comunicados da PM à Polícia Civil. A suspeita ganha foros de verdade quando se passa à leitura das informações sobre a distribuição geográfica dos crimes cometidos no feriadão.

“Mais da metade dos casos se concentraram na região metropolitana de João Pessoa, com 60 chamados, sendo 36 em João Pessoa, sete em Santa Rita, cinco em Bayeux e dois em Cabedelo”, diz um texto publicado sobre o assunto, acrescentando que Campina Grande “também teve um número expressivo de chamados (da PM), com 17 solicitações”.

De qualquer modo, há que se reconhecer o trabalho da Polícia, que, apesar do efetivo reduzido e de sofríveis condições de trabalho em muitos casos, prendeu mais de 20 acusados em flagrante. E os outros 75 que conseguiram fugir deverão enfrentar, doravante, além de processos, um novo comportamento, uma nova situação das companheiras agredidas.

Foram elas, parentes ou amigos que chamaram a Polícia e desde então passam a ser orientadas pelas autoridades sobre como prevenir novas abordagens e novas agressões dos brutos e covardes com que viviam. Para além da intervenção policial, em alguns casos os agressores serão repelidos por medidas protetivas emitidas pela Justiça em favor das mulheres sob ameaça.

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