Cartaxo no Rangel (Foto: Política & Etc.)

Precisa nem perguntar lá no Posto Ipiranga. Todo mundo sabe, inclusive Luciano Cartaxo, que limpeza, iluminação, tapa buraco, pintura de lombadas e faixas de pedestre, poda de árvores, jardinagem, pintura de meio fio etc. é obrigação da Prefeitura. Precisava, então, lançar um ‘programa’ pra isso?

Precisar, não precisa, mas sabem como é… Campanha antecipada tem dessas coisas. O candidato parece tomado por uma compulsão de ocupar a mídia feito posseiro e produzir eventos que diariamente lhe rendam microfones na boca, flashes e holofotes. Mesmo que seja fazendo algo feito o ‘Programa Coração do Bairro’, lançado ontem pelo prefeito da Capital no Rangel.

Pensei até que fosse o Doutor Damião baixando no Paço, mas, reparando direitinho, vi que é coisa da falta do que fazer ou inventar. E conclui que a mais nova produção cartaxista tenta emprestar a serviços públicos comezinhos o caráter de programa especial. Como se recolher o lixo – e tudo o mais já mencionado – não fosse um dever da Prefeitura, mas obra ou dádiva da generosidade criativa do prefeito da vez.

Mas não pensem que é fácil. O lance tem que ter uma justificativa técnica, na verdade um fraseado que lhe dê sentido e seriedade. Aí, entram de sola os geniais assessores encarregados de vender o ‘programa’ ao distinto público. No caso do ‘Coração do Bairro’, as palavras-chaves são zeladoria e integração.

Pronto. Agora, e somente agora, quatro anos e quatro meses de governo depois, graças ao magnânimo prefeito e indisfarçado candidato a governador, toda semana um bairro será visitado por equipes de secretarias diversas escaladas para fazer o que devem ou já fizeram em algumas das 164 locais da cidade listados pela força-tarefa da campanha de Cartaxo.