Após visitar no domingo (19) todo o trecho do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco que vai da quinta estação de bombeamento (EBV 5) ao deságue no rio Paraíba na zona urbana de Monteiro, passando pela EBV 6, o Professor Francisco Jácome Sarmento concluiu: “A situação geral é pior do que me relatavam”.
A pedido do blog, ele fez um relato detalhado de que tudo o que viu, fotografou e ouviu sobre como se encontram as bombas, os canais e barragens construídos em todo o percurso. É no mínimo preocupante o que Sarmento revela com autoridade de quem é, acadêmica e profissionalmente, um dos maiores especialistas do Brasil em recursos hídricos.
Acompanhe a seguir as constatações e impressões do Professor Francisco Sarmento. Confirmam o que ele dissera ao blog anteriormente de que foi feito todo um esforço para inaugurar o Eixo Leste sem a obra dispor dos instrumentos e serviços que dariam efetividade, regularidade e força ao curso d’água para alcançar, por exemplo, o quase esgotado açude de Boqueirão que abastece Campina Grande.
Bombas
Na EBV-5, das quatro bombas prevista foram instaladas duas. Ambas estavam desligadas. Indaguei ao funcionário a razão e a resposta foi risível: “O operador tirou folga”. A obra física (obra civil) da estação de bombeamento está realmente concluída. Essa EB eleva a água para um aterro com mais de 30 m de altura localizado logo atrás do prédio da estação.
No topo desse aterro são visíveis vários afundamentos que demandarão recuperação. Os taludes do aterro não estão protegidos, pois falta executar a camada de rochas que evita que a própria chuva provoque erosão naquele corpo de terra. Na situação em que se encontra atualmente, deve-se realmente rezar para que não chova (isso é um dilema) pois mesmo uma chuva de intensidade mediana poderá levar a sérios danos.
Na EBV-6 deveriam haver, assim como na EBV-5, quatro bombas instaladas. Das duas que lá se encontravam, uma apresentou problemas e foi remetida para o fabricante nos EUA para reparos. A restante estava em funcionamento. Mas também bombeando para o trecho em canal, localizado no topo de outro aterro absolutamente desprotegido dos potenciais efeitos erosivos que qualquer chuva pode causar. Ou seja, com as mesmas vulnerabilidade constatadas na EBV-5.
Canais
Há vários trechos com placas de revestimentos rompidas, inacabadas, em estado verdadeiramente precário. Mas isso não é o mais grave. Nenhum desses canais no trecho visitado (da EBV-5 até o deságue em Monteiro) apresenta qualquer sistema de drenagem executado. O sistema de drenagem se presta principalmente a evitar que, com as chuvas, a terra desça com a água e provoque assoreamento no canal ou eroda seus aterros e demais partes exposta. Além disso, falta executar praticamente toda a proteção de rochas ao longo dos trechos em aterro. Ou seja, a precária situação de vulnerabilidade à erosão possível de advir, caso chova (verificada nos aterro existentes logos após as EB’s, conforme acima mencionado), se estende também ao longo das dezenas de quilômetros de canais até o deságue em Monteiro.
Nos trechos em que os canais encontram os lagos das barragens que permitem transladar os vales (no trecho visitado, barragem Barreiro, Campos e Barro Branco) há ainda comportas a serem instaladas no emboque do canal. Além disso, conforme informei anteriormente, o sistema de operação e controle, que permite comandar propriamente o projeto (acionando comportas, controlando níveis d’água nos canais e nas barragens, etc.), sequer foi licitado. Tampouco o sistema de Operação e Manutenção da obra.
Igualmente indefinido está, no plano institucional, qual será o órgão que comandará a operação do sistema, seja o Eixo Leste, seja o Eixo Norte. Mas isso é outra história…
Barragens
Conforme divulgado na imprensa, a barragem existente entre a EBV-5 e a EBV-6 (barragem Barreiro) se rompeu poucos dias antes da inauguração promovida pelo Presidente Temer. Os estragos continuam lá e não serão concertados rapidamente. Certamente levará tempo, pois o cenário não permite dizer se a erosão destruiu o maciço de terra a partir da fundação ou a partir da interface com o muro de concreto que separa o maciço de terra da parte onde se inicia o sangradouro.
A própria investigação não será tão rápida e, até que se saiba o que aconteceu, não se poderá prever quando a barragem poderá receber água para que o Eixo Leste opere normalmente. Atualmente, o nível de água dessa barragem é ditado pela cota em que a ruptura da parede ocorreu e essa cota é tão baixa que estão executando escavações com explosivos na margem do lago para que haja profundidade suficiente para que as bombas flutuantes possam continuar funcionando.
Após a EBV-6 há ainda duas outras barragens: Campos e Barro Branco. Para minha surpresa constatei que ambas foram acometidas do mesmo problema que levou à ruína parcial da barragem Barreiro. No caso de Barro Branco, a gravidade das infiltrações obrigou a execução emergencial de um “engordamento” da parede da barragem onde o problema surgiu. A execução emergencial levou ao deslocamento do muro de concreto da comporta da barragem. Em Campos, conforme dito, também ocorreram problemas dessa natureza e foram usadas proteções feitas com camadas de rochas.
Como consequência disso, as três barragens (Barreiro, Campos e Barro Branco) não podem ser enchidas até o nível operacional normal. Para contornar o problema foram deslocadas as bombas doadas pelo governo de São Paulo, que se encontravam auxiliando na então inconclusa EBV-4 (não visitei essa EB nesse ida de ontem), para que possam fazer o bombeamento complementar nas barragens de Barreiro e Campos. Ocorre que esse conjunto de bombas, tendo que atender aos dois reservatórios, foi dividido em dois grupos, reduzindo assim a quantidade de água que chega ao rio Paraíba. O volume de água que desemboca em Monteiro é da ordem de apenas algumas dezenas de litros por segundo, ou seja, um montante hídrico ínfimo comparado não apenas com a capacidade do Eixo Leste, mas com a própria severidade da crise atualmente vivenciada exige.
Recuperação Ambiental
Por onde se transita, ao longo da obra, veem-se montanhas e montanhas de material oriundo das escavações que deverá ser remanejado para locais devidamente autorizados pelo órgão ambiental (Ibama) para que se tenha um mínimo de recomposição da paisagem que, como dito, ratifica tratar-se de uma obra inconclusa. Uma analogia: é mais ou menos como um edifício em fase de conclusão onde todo o entulho ainda se encontra nos vários pisos construídos.
As principais conclusões em relação ao constatado diretamente em campo são:
- É imprevisível o prazo para que o Eixo Leste efetivamente possa funcionar transferindo volumes de água suficientes para aplacar a crise hídrica vivenciada na bacia do Rio Paraíba e entorno.
- A população, que festeja efusivamente a pequena lâmina de água que transita nos canais no trecho visitado, não tem nenhuma percepção dessas anomalias nem dos risco que envolvem essas barragens, à exceção de alguns mais esclarecidos, dentre as várias pessoas com quem conversei, que estranham a presença das bombas instaladas em flutuantes (nas barragens de Barreiro e de Campos), a que chamam “gambiarras”.
- É inevitável a conclusão de que, nos últimos meses, a execução da obra foi ditada pela orientação de fazer a água chegar, deixando-se de lados serviços importantes, como execução dos sistemas de drenagem dos canais, proteção de taludes de aterro, instalação e operacionalização de comportas de controle das barragens e seu enchimento lento, concomitante áa observação do comportamento das mesmas, como mandam as normas de segurança etc.
- Em outras palavras, o que está lá é tão precário que bastou uma semana de funcionamento para que as improvisações impusessem uma drástica redução na vazão transferida.
- Temo que o trecho não visitado não esteja em condições diferentes, pois, como a EBV-5 estava inoperante, certamente todas as demais, desde o São Francisco (lago de Itaparica) – EBV-1, EBV-2, EBV-3 e EBV-4 – também se encontrem desligadas (conclusão óbvia, pois, caso contrário a água “empossaria” na EBV-5 fazendo transbordar (mais uma vez) os canais.
Por fim, gostaria de explicar que, entre o segundo semestre de 2016 e até bem pouco tempo, quando indagado por jornalistas sobre a solução para a crise hídrica na Paraíba, sempre respondi que nos restava apenas rezar, pois a transposição não chegaria a tempo.
Em setembro do ano passado, essa certeza aumentou com o recebimento de fotos que me foram enviadas por um amigo. O estágio então retratado não permitiria ao técnico mais otimista acreditar que a obra viesse a ser concluída a tempo.
Depois dessa visita, percebo claramente que os executores da obra trabalharam nesse intervalo não com o objetivo – impossível de ser alcançado – de concluí-la, mas sim de fazer a água chegar de qualquer maneira ao destino, na data politicamente estabelecida.
Espero que a obra seja de fato concluída e que possamos contar a sustentabilidade operacional do Eixo Leste, e em 2018, com o Eixo Norte, para o bem de todos, pois não há alternativa para milhões de pessoas que esperam por isso.
Em anexo, algumas fotografias que documentam a viagem, dentre elas o “buraco” deixado pela ruptura da barragem Barreiro, as bombas flutuantes do reservatório Campos (foto com módulos azuis). Tenho cerca de 100 fotos se precisar de alguma específica, basta informar.
- Francisco Sarmento
O Blog do Rubão publica anúncios Google, mas não controla esses anúncios nem esses anúncios controlam o Blog do Rubão.
38 Respostas para Sarmento visita Eixo Leste e conclui: situação é pior do que lhe relataram
A ÁGUA CHEGOU… E AGORA?…MORDEU A LÍNGUA DOUTOR FRANCISCO SARMENTO?….”Ministro Helder Barbalho confirma água do Velho Chico em Campina Grande para abril”….QUARTA-FEIRA DIA 12-04-2017.
Ministro Helder Barbalho confirma água do Velho Chico em Campina Grande para abril
Ao invés de liberalização digo operalisaçao.
Resta saber tão somente que arcará com o custo de manutenção e liberalização desse grandioso sistema.
RETIFICANDO: “Estive la no eixo leste……não sinalizava que a água chegasse em Campina em dezembro de 2016”.
E graças a são Geraldo Alckimin…..
Obrigado.
NOBRE JORNALISTA RUBENS NÓBREGA, ESSE É O MESMO ENGENHEIRO QUE, QUANDO SECRETÁRIO DE RE RECURSOS HÍDRICOS DO GOVERNO MARANHÃO, AFIRMOU NO MES DE JANEIRO/2010 QUE AS ÁGUAS DA TRANSPOSIÇÃO CHEGARIAM À PARAÍBA EM OUTUBRO/2010, FUI AO EIXO LESTE NO DIA PRIMEIRO DE MAIO DO MESMO ANO (2010) EM UMA CARAVANA DE 14 CARROS 4 X 4 E LÁ CONSTATAMOS QUE EXISTIAM APENAS 7,5 kM DE CANAL CONCRETADO. EXATAMENTE INICIADO NO TALUDE (1) COM 61 METROS DE ALTURA, QUE RECEBE AS ÀGUAS DA EBV1 , ATÉ ….EM DIREÇÃO À BARRAGEM DE AREIAS, DEPOIS BRAÚNAS, DEPOIS MANDANTES, ETC. NAQUELA ÉPOCA, O CANAL DE APROXIMAÇÃO DA REPRESA ITAPARICA NÃO ESTAVA CONCLUÍDO, NEM A BARRAGEM DE AREIAS E BRAÚNAS ESTEVAM SENDO CONSTRUÍDAS PELO GLORIOSO EXERCITO BRASILEIRO. E POR AÍ VAI. ESTIVE LA NO EIXO LESTE NOS DIAS 28, 29, 30 DE OUTUBRO E PRIMEIRO DE SETEMBRO DE 2016, E O CENÁRIO DA ÉPOCA NÃO SINALIZAVA QUE A AGUA CHEGASSE EM CAMPINA GRANDE EM DEZEMBRO DE 2017. DE FORMA ALINHAVADA E GRASSA A SÃO GERALDO ALCKMIN, AS AGUAS CHEGARAM A MONTEIRO COM AS BOMBAS EMPRESTADAS POR 120 DIAS. VAMOS VÊ EM QUE VAI DÁ.
Note-se que apesar da afirmação da chegada da água em outubro de 2010, nimgem lembra deste fato, a imprensa, a Assembléia e coitado do povo sem estes poderosos meios de fiscalização. confere Rubão. Sou teu ouvinte na CBN.
Caro Gabínio, pesquisei, mas não encontrei registro segundo o qual em janeiro de 2010 o então secretário Francisco Sarmento previa a chegada das águas da Transposição à Paraíba para dezembro daquele ano. Se o prezado dispuser de algum link, recorte, áudio ou qualquer outro arquivo que comprove a informação do seu comentário, peço que envie para [email protected], por favor. Será publicado imediatamente. E o Professor, claro, será ouvido sobre tal previsão.
Os argumentos técnicos elencados por Sarmento são bastante consistentes, e obviamente preocupante diante da dimensão da obra hídrica e da sua utilidade.
É bom encaminhar este importante relato do Dr. Sarmento (que é, na verdade uma grande contribuição ao Governo e ao povo nordestino) para que o ex-presidente desça do mura da burrice e fique sabendo, através de um intérprete, claro, que a obra que ele e Dilma deixaram ao léo não é apenas um condutor de água, mas um mar de dificuldades, precariedade e irresponsabilidade, técnica e profissionamente falando.
Que os parlamentares nordestinos levem esta grande contribuição de Sarmento para ser muito bem avaliada no Ministério da Integração nacional. Isso não pode ficar assim !
Precisamos de outros Sarmentos. Tomara que tenha nascido na minha velha Paraíba, como eu.
Como técnico em terraplenagem, me preocupo , onde vc ver esses taludes estar em sem proteção com entroncamentos , podia ter feito primeiro ah fundação , e no núcleo um tipo material impermeável, e fazendo as camadas , jusante e montante ,
É MELHOR PREVENIR DO QUE ARREMEDIAR. UMA OBRA VOLUMOSA E DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA O NOSSO POVO NORDESTINO, QUE VEM SOFRENDO A VÁRIOS ANOS COM AS ESTIAGENS PROLONGADAS., CREIO QUE O GOVERNO FEDERAL OU ESTADUAL DEVERÁ TER O MONITORAMENTO DE TODAS AS EBVs., CANAIS E RESERVATÓRIOS, DE GENTE CAPACITADOS PARA O BOM ANDAMENTO DAS ÁGUAS DO VELHO CHICO., CREIO SAPIENTIMENTE QUE DEVERÁ TER UMA FISCALIZAÇÃO RÍGIDA E CORRIQUEIRA., PARA NÃO ACONTECER QUALQUER TIPO DE DESASTRE DE QUALQUER NATUREZA..
Meu Deus quando vai ser concluída essa obra?
Não surpreende tal situação em véspera de eleições, e todos os pais dessa obra de fenomenal importância e necessidade se locupletando na pirotecnia ridícula da política, quando vamos aprender a levar a sério nossos projetos dessa magnitude? É a mesma coisa do SUS tão abrangente, tão necessário mas tão abandonado e tão politizado, isso é Brasil, infelizmente! !!!
Quem acompanha a crise hídrica que Campina vem passando, sabe que uma cidade com mais de 500 mil habitantes ( população flutuante), não pode ser abastecida por carros pipa, diante disso, foi feito um esforço concentrado para que a água chegasse logo em Boqueirão, e vai chegar, se tem alguns atropelos, faz parte de uma obra emergencial, a bomba vai ser consertada e a vazão vai ser suficiente pra quando Boqueirão chegar aos 50%, o que garantirá água por mais de dois anos pra Campina, ser desligado o sistema para o término dá obra normalmente, a despeito de todo derrotismo, toda falta de informação, toda tendência política, a água chegará a Boqueirão breve, evitando o colapso. Quem viver verá!!!
Se a água chegasse com a mesma intensidade que os políticos chegaram para garimpar simpatia e votos, nunca mais teríamos seca nessa paraíba.Uma vergonha, por isso não voto em nenhum deles, nunca mais
Somos favoráveis a transposição e também não somos despreparados como afirma o Sr. Antonio, nem tão pouco o nosso comentário é falso. Apenas nos preocupamos com a manutenção da grande obra. Lamentavelmente o Sr. Antonio não entendeu a participação das pessoas envolvidas no assunto.
Gostaria de esclarecer que conheci o prof. Francisco Sarmento em 2001, quando o município de Campina Grande e adjacências enfrentava uma grave crise hídrica. Na época então aluna de um mestrado em que escolhi um tema referente à referida crise hídrica, entrevistei o Dr. Sarmento sobre aquela situação, e podem acreditar, felizmente, ou infelizmente, o homem sabe o que diz , mesmo porque, não sei se as pessoas que leram essa entrevista têm conhecimento que ele fez parte da equipe técnica que finalizou o projeto projeto de Transposição do São Francisco. Portanto, se tem alguém que pode falar com propriedade sobre essa obra, é o referido professor.
Vindo desse governo corrupto do Pt tudo e possivel agora fica o vagabundo do lula fazendo inauguração de uma obra que nem acabou a verdade ele ta fazendo campanha fora de hora.
PERDOEM-ME O COMENTÁRIO: mas, não é proibido fazer comícios fora de época?! Aonde estão as autoridades para coibirem esse “crime”?! Ao falar em crime, por que o VICE dos 14 anos nefastos ao nosso Brasil não abriu o bico para evitar tal esbórnia? Seria eliminado, se fizesse isso, como o foi Celso (prefeito do PT)? Então, foi covardia de Temer? E, pelo que estamos percebendo, é até um bom administrador. Com toda a sinceridade, eu achava que nem com dez anos de grande administração chegaríamos a reduzir os estragos provocados nos últimos 13 anos. Entregaram o país a escumalha. Então, que fazer?! E, pelo que estamos vendo, eles querem voltar para terminar o “serviço”.
Vocês falam muito…mais não sabe que o Rio São Francisco está secando!!!
Aí não terá água para ninguém!?
Surpreendentemente meus caros, eles quereno a postulaça de serem o pai desta obra? com as caras mais lavadas, e exaguada se apressaram em inaugurar, isso mim deixa compretamente afogado na decepitude do desgosto, pra fremente ficamos na retanguadista esperando o resultado faturatorio que será registrado nos anais desse jornal.
Como diria (Odorico Paraguaçu)
Todos os comentarios sao falsos e as pessoas envolvidas são despreparadas para fazer críticas as obras da trásposição . Parabéns ao exército brasileiro.
Até onde sei DR. SARMENTO É UM ENGENHEIRO extremamente qualificado em obras hídricas.
DEUS É O SENHOR DO IMPOSSÍVEL , E POR BONDADE E MISERICÓRDIA ELE VAI ABENÇOAR A FINALIZAÇÃO DESTE PROJETO EU CREIO QUE ELE É FIEL …
Torna-se necessário em caráter de urgência urgentíssima, ver o projeto atual, as empresas responsáveis por sua execução e o cronograma financeiro executado e o previsto. Só assim acredito eu que outras providências serão agilizada.
Parabéns ao Dr. Sarmento pelo relatório preliminar.
Tal obra precisa de tempo para functionar; e de mas tempo para desenvolver uma agricultura irrigada. Venho da catinga perto de Anagé onde Sarney fiz uma represa, aquela do rio Gaviao. So agora que a gente là comença a usar gotejamento adecuado. Patiença e brasilidade
Esse cidadão que escreveu acima, citando Camará usa pseudônimo. Ele na verdade se chama Gilmar e foi o engenheiro da execução das obras das barragens do Eixo Leste pela SA Paulista, a empreiteira responsável pela obra.
Sobre as bombas, exceto a que quebrou, está quantidade é o que está previsto na primeira etapa do projeto.
Quanto a infraestrutura ele está certo, mas convenhamos que na necessidade atual, é melhor assim do que sem nada.
E nos trechos construídos pelo governo anterior, houve talvez ropimento de aquaduduto no eixo norte.
Mas queria que este ilustre professor
Explicasse Camará!
“Na EBV-6 deveriam haver, assim como na EBV-5, quatro bombas instaladas. Das duas que lá se encontravam, uma apresentou problemas e foi remetida para o fabricante nos EUA para reparos. “ ISSO É UM ABSURDO!
Especialista prevê dificuldades para operacionalização da transposição na Paraíba
De acordo com o 2º secretário do Comitê Pro Transposição, o especialista em recursos hídricos, Pedro Severino de Sousa, a inauguração operacional da transposição é incerta.
https://www.clickpb.com.br/paraiba/especialista-preve-dificuldades-para-operacionalizacao-da-transposicao-na-paraiba-206951.html
Apesar da entrega da obra de transposição estar prevista para acontecer em março de 2017, as águas do Rio São Francisco não deverão chegar à Paraíba nesse mesmo período, segundo especialista. Com mais de 3 mil quilômetros de extensão, o rio passou por maus tratos nós últimos cinco anos com a escassez de chuvas e a intervenção humana, chegando ao menor nível da capacidade de água da sua história.
De acordo com o 2º secretário do Comitê Pro Transposição, o especialista em recursos hídricos, Pedro Severino de Sousa, a inauguração operacional da transposição é incerta. Um problema que pode influenciar no abastecimento é que o rio é responsável pela geração de energia elétrica de todo o Nordeste.
“Os últimos cinco anos no semiárido do Nordeste e Norte foram tempos de secas. E o Rio São Francisco desde suas nascentes na Serra da Canastra, no Centro do Estado de Minas Gerais, veio escassear o seu maior volume caudal, o que causou a diminuição substancial nas recargas das Barragens Hidroelétricas de Três Marias (MG), Sobradinho (BA), Lago Itaparica, Paulo Afonso (BA e Xingó (AL)”, disse Pedro.
O especialista explica que diante do “Stress Hidroelétrico”, que segundo ele, está chegando ao colapso com o fenômeno do La Ninã para os anos de 2016 e 2017 no país, as águas do São Francisco não conseguirão chegar aos destinos traçados pela transposição devido ao baixo volume.
“Para se ter uma ideia, no mês de novembro do ano passado, a Barragem Sobradinho atingiu a 1% do seu volume útil. A Chesf, só não entrou em um colapso, por conta que o Sistema Elétrico Brasileiro ser interligado e quem suplementava a demanda de consumo de energia na Região Nordeste era a Eletronorte, através da Usina de Tucuruí”, exemplificou o especialista.
Ainda segundo Pedro Severino de Sousa, com as previsões climáticas para o ano de 2017 de ser de chuvas escassas, “presume-se que o Rio não recarregará o suficiente para os reservatórios do Sistema Chesf para geração de energia, e tal pouco, para captar e bombear águas para transposição”, afirmou.
Excelente análise e eu já falava, mesmo leigo no assunto que esta obra sem manutenção será um grande desastre.
Realmente é uma preocupação de todos nós a execução dessa grande obra para atender a condução de águas de Transposição do Rio São Francisco, principalmente pela urgência do seu uso para consumo humano, dando prioridade a cidade de Campina grande, no momento atual. O comentário do Professor Francisco Sarmento, já demonstra a sua preocupação na qualidade da obra executada nos trechos do canal de interligação e no sistema de bombeamento, até aonde sua visita permitiu. Na verdade estamos na fase de construção. Entretanto, o nosso maior desafio é a operação com total monitoramento e manutenção dessa grande obra do Nordeste Brasileiro, resultando assim, na gestão das águas da Transposição do Rio São Francisco. Engenheiro Agrônomo José Antunes de Oliveira.
Sempre suspeitei que essa pressa era para efeito fotografico inauguratorio como diria Odorico Paraguassu.Incrível.
Mesmo possuindo autoridade técnica para tais analises, Professor Sarmento é sabedor da necessidade hídrica que assola nossa Paraíba e em especial Campina Grande, os problemas por ele apontados e por você divulgados são tecnicamente contornáveis, ele também é sabedor disso. Já o colapso hídrico que passa o açude boqueirão, só são contornáveis através de bons invernos, e não apenas um inverno, ou através da solução definitiva, que venha a ser a Transposição das Águas do Rio São Francisco, sendo assim, passa a ser consensual fazer chegar a carga hídrica que venha a amenizar colapso do açude boqueirão e afastar de vez o fantasma da falta de água, enquanto que os defeitos por ele detectado, que deve ser de conhecimento dos Engenheiros responsáveis pela ora, .sejam sanados, e nunca parar tudo, para consertar problemas pontuais, que não são comuns mais são normais acontecerem.
Ilustríssimo Urtiga,
Supostamente o amigo nao leu todo o texto. Diante disso, explicarei com outras palavras. Devido a atual situação do sistema , com essa pequena vazão que o sistema consegue regularizar, é possível que a água nao chegue com tempo de evitar um colapso no açude Boqueirão. Com essa vazão levará muito tempo para perenizar o trecho do rio, trecho esse muito seco pelos recorrentes anos de seca.
Ele não está criticando o projeto ou ignorando a necessidade hídrica de Campina e em alertando para que este benefício de tantos pais,não seja destruído no primeiro sereno que ocorrer. Sabemos como é o Brasil quando obras são entregues antes de sua total conclusão. O alerta está dado.
Era bom remeter todas as irregularidades constatadas ao MPF, a fim de pressionar a empresa responsável para saná-las
É no mínimo preocupante esse relato do Sr. Sarmento. Como engenheiro civil, fico mais preocupado ainda, pois trabalho, há 39 anos em um órgão rodoviário, e assim entendo muito bem de terraplenagem, talude, proteção de aterro ou coisa que o valha…
Resta uma solução que deveria ter sido tratada como uma alternativa de projeto. Colocar tubulação forçada, aterrar o talude, reduzir a vazão, mas garantir que a água chegue a quem precisa, a um custo baixo e por longo prazo. O resto que sobrou vai para os empreiteiros e a canalhice que se beneficiou das necessidades do povo nordestino. Aí se trata de tema de crime e não de engenharia.