Acabei de ver um vídeo no MaisPB (veja ao final do texto) que mostra o atentado contra a vida do empresário Marcone Morais, ontem (11) à tarde, na porta do Banco do Brasil no Bessa, em João Pessoa. Reforçam tremendamente as suspeitas de que foi homicídio – e não tentativa de assalto – as imagens do bandido correndo e pulando sobre uma moto estacionada na calçada para surpreender e atacar a vítima ainda na rampa de acesso à porta da agência.
Não dá pra ver com nitidez se o suposto assaltante já estava com arma na mão quando iniciou a corrida para alcançar a vítima, mas a forma como agiu lança muitas dúvidas se o alvo da ação era de fato o dinheiro que provavelmente o empresário conduzia em malote ou mochila amarrada às suas costas. A hipótese de assalto seria mais crível se a abordagem fosse mais discreta, além de feita no momento em que Marcone abria a porta do carro que acabara de estacionar na porta do banco.
Reforçam ainda a suspeita de crime de mando, de execução encomendada, a história recente do empresário. Em 2007, colaborou com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal no desmantelamento de um cartel de revendedores de combustível que dominavam o mercado e impunham o valor que queriam ao litro da gasolina. 17 empresários do ramo, donos de postos na Capital, foram presos na Operação 274, deflagrada pela PF em junho daquele ano em meio a uma ‘guerra de preços’ na qual Marcone enfrentava a maioria dos seus colegas.
Como se fosse pouco, há menos de seis meses o empresário teve um carro seu metralhado e nesse mesmo período teria sofrido pelo menos duas tentativas de assalto. Por essas e outras, andava armado, mas também porque vinha recebendo ameaças de morte, segundo confirmou um de seus filhos no velório do pai na Central São João Batista, hoje pela manhã em João Pessoa. Por derradeiro, mas não menos importante, o crime tem características de um plano macabro que nasce de uma ‘fita dada’, ou seja, de informações privilegiadas sobre o cotidiano da vítima que são repassadas a bandidos. Via de regra, quem ‘passa a fita’ quer dar cabo à vida da pessoa a ser assaltada que, reagindo ou não, invariavelmente é assassinada.
De qualquer sorte, a Polícia já tem dois suspeitos presos e todas as condições de elucidar o crime. Segundo divulgou o portal PBAgora na tarde desta terça-feira (12), os dois homens detidos confessaram participação no atentado a Marcone Morais e teriam confirmado a quem os prendeu que “receberam a fita, ou seja, a rotina do empresário”. Com isso, investigações seriam direcionadas para levantar a possibilidade de pessoas ligadas à vítima terem fornecido as informações que os bandidos precisavam para planejar o roubo com disposição para matar ou morrer.
https://youtu.be/j8ULnJOvyAE
É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para Vídeo reforça suspeita de que morte de empresário foi planejada
Rubens, me sinto chocado por dois motivos. O primeiro, ver a execução de uma pessoa da minha estima, um homem de bem, um raro dono de posto honesto. O segundo, por constatar que perdemos uma voz independente, uma pessoa que tinha coragem de apontar o errado. Muita tristeza. Um grande prejuizo para o Brasil que ainda tem pessoas íntegras.