Promotores de Justiça e policiais, principalmente, ficaram revoltados na tarde de hoje (8) ao tomarem conhecimento de mensagens, fotografias e vídeos postados em redes sociais, nos quais advogados e cliente aparecem como se estivessem zombando das pessoas que, ao contrário deles, não têm poder, dinheiro ou influência para libertarem rapidamente dois jovens presos em flagrante ontem à noite em João Pessoa sob suspeita de estarem traficando drogas.
O cliente, Pedro Uchoa, 30 anos, personal trainer e ex-integrante da Seleção Masculina de Basquete da Paraíba, foi preso na tarde dessa quinta-feira (7) em um posto de gasolina da BR 230, no Esplanada. Ele voltava de Natal (RN) na companhia de Caio Gabínio, 32 anos, DJ e ex-campeão mundial de Handebol de Praia pela Seleção Brasileira da modalidade. No carro em que viajavam, a Polícia encontrou 45 comprimidos de ecstasy, 30 gramas de cocaína, skank, maconha comum e em pasta, além de R$ 2,8 mil em dinheiro.
Segundo declarou em entrevista à imprensa o delegado da Polícia Civil Thiago Sands, a quantidade de drogas apreendida configuraria tráfico, crime que em outros tempos e circunstâncias ensejaria o imediato encarceramento dos dois no presídio do Roger, na Capital. Mas Pedro e Caio foram soltos na manhã desta sexta, muito provavelmente porque na audiência de custódia a que foram levados a juíza que os atendeu entendeu que os rapazes não são traficantes, apenas viciados que precisam permanecer em liberdade, inclusive para que possam se submeter a algum tratamento médico.
Favoreceu-lhes a libertação rápida também o fato de que a Lei das Drogas (Lei 11.343/2006) deixaria a critério do juiz definir se é para consumo próprio ou tráfico o tanto de drogas que o pretenso usuário ou criminoso portava no momento do flagrante. Além disso, o magistrado tem que avaliar outras circunstâncias para se decidir por uma prisão. O modo como a droga estava embalada e guardada ou a quantia em dinheiro de que dispunham os suspeitos quando abordados pela Polícia, por exemplo.
Por último, mas não menos importante, no dia 23 de junho último o Supremo Tribunal Federal (STF) firmou o entendimento de que, mesmo sendo tráfico de drogas, se o traficante for réu primário, sem antecedentes criminais, não terá cometido crime hediondo. Não sendo hediondo, o criminoso pode ganhar liberdade pagando fiança.
Pois bem, com tudo isso a favor, pareceu deboche a exibição de um vídeo em que o advogado, com ar de riso, pergunta a Pedro Uchoa se “demorou muito (a soltura)” e se ele “ficou com raiva pela demora”. Já em uma fotografia, oito advogados posam sorridentes ‘para a posteridade’ ao lado do personal trainer. E numa terceira postagem replicada em grupos de zapzap, Caio Gabínio agradece aos que o amam pelo apoio, confessa que “maluco a gente sempre foi… Só q agora todo mundo sabe…” e encerra comunicando: “Tô em casa mói de puta!!!”.
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3 Respostas para Postagens de atletas presos ontem e soltos hoje revoltam policiais e promotores
E são ricos ,se fossem pobres ficariam tranxafiados , pq a lei q dá em Chico ñ é a mesma q dá em Francisco!!
Um fato e uma notícia dessa ainda chocam? meu Deus!
Gente, isso é normalíssimo. Nós vimos aceitando isso desde 1900 e cocada. A sociedade vem protelando o acerto de contas.
Não é mais como antigamente, quando, diga-se de passagem, já existia o mal, mas havia a peia, a palmatória, o cinturão, o cipó, e uma boa dosagem de vergonha, tudo capitaneado por um sentimento de responsabilidade dos pais e autoridades.
E tudo isso foi relegado a quinto… último plano…
Então agora é aguentar! ok… calado não! mas que tá difícil dar jeito, ah, isso está sim.
A barricada continua… vamos a luta!
Absurdo. As brechas na lei favorecem a quem tem dinheiro. Absurdo também essa atitude dos advogados. Que exemplo eles deram para seus filhos e familiares. Uma lastima.