Quem responde a seguir a essa e outras indagações de quem investe ou está pensando em investir no Tesouro Direto é Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor dos livros ‘Terapia Financeira’ e ‘Mesada não é só dinheiro’, além da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.
Recentemente, o Governo Federal lançou aplicativo que pretende facilitar as operações no Programa Tesouro Direto. Ele é uma das diversas melhorias que vêm sendo implantadas desde 2015, na intenção de descomplicar a vida dos investidores. Mas será que este é um investimento seguro, considerando a instabilidade política e econômica do País?
Foram várias as mudanças: lançamento do aplicativo, que torna mais fácil fazer análises e transações, como investimentos, agendamentos, resgates e consulta de extrato, além de reformulação no site e mudança no horário de resgate das aplicações, que agora pode ser feito entre 9h30 e 18 horas.
O Tesouro Direto tem sido a sensação do momento para investidores moderados e conservadores, por sua excelente rentabilidade. Ele faz parte de um programa criado para custear os gastos públicos. Na prática, o investidor empresta dinheiro para o governo e, depois de um período, recebe o valor acrescido de juros.
A rentabilidade pode ser conhecida no ato do investimento, na modalidade chamada pré-fixada, ou apenas depois, por estar atrelada a algum índice, como à taxa Selic ou ao IPCA, na modalidade pós-fixada. Os riscos sempre foram considerados baixos, considerando que o governo é o credor e há solidez.
Contudo, faço um importante alerta: considerando a atual instabilidade política e econômica do Brasil, qual é a segurança de que essa dívida será paga? Frente ao crescimento da dívida pública, que tende a impossibilitar o governo de honrar seus compromissos, podemos considerar como certo o retorno devido aos investidores?
A recomendação, nesse momento, é de cautela. Afinal, é importante evitar correr o risco de tomar grandes prejuízos, por isso oriento sempre a diversificação dos investimentos. Não acredito que seja o caso de agir por impulso, retirando todo o valor investido nos títulos públicos, não é isso. Aconselho apenas uma análise mais crítica e o acompanhamento dos desdobramentos desta crise. A informação é uma grande aliada do investidor.
As novidades do Programa Tesouro Direto tiveram mais a ver com facilidades para investir e analisar as operações do que com garantias para o investidor. Portanto, oriento que este busque sempre estar seguro, pulverizando seus investimentos e tomando cuidados prévios antes de investir.
- (Reinaldo Domingos)
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