A busca por notícias de Vivianny Crisley não cessa. O 15º dia do desaparecimento da jovem estudante foi marcado nesta quinta-feira (3) à noite por uma caminhada que reuniu familiares, amigos e ativistas de movimentos de combate à violência contra as mulheres. O grupo distribuiu panfletos entre motoristas e passageiros que passavam pela avenida principal do Bancários e também entre frequentadores da Praça da Paz, no mesmo bairro da Capital.
Após a panfletagem, o grupo se dirigiu por volta das 20 h ao Bebericos Prime, misto de bar e casa de shows onde ela foi vista pela última vez. Os discursos emocionados da manifestação do último sábado (29), no mesmo local, deram lugar, desta vez, a abordagens não menos carregadas de emoção, todavia mais personalizadas a fim de demonstrar às pessoas que qualquer um, na Paraíba e no Brasil atuais, está sujeito aos mais variados tipos de violência. Principalmente os que se praticam contra as mulheres.
“A este fato se somam tantos outros desaparecimentos e violências que não chegam ao nosso conhecimento, inclusive nesta cidade, neste mesmo bairro, nas universidades em que estudamos, nos bares que frequentamos”, diz o panfleto intitulado ‘Onde está Vivianny? – Basta de Violência Contra a Mulher!’, distribuído durante toda a caminhada pela avenida Sérgio Guerra.
Representante no Estado do movimento pela Marcha Mundial das Mulheres, a estudante de artes visuais Joana Gaviraghi lamentou que a Paraíba ainda ocupe “lugar de destaque entre os estados onde mais se mata mulheres no país”, disse, referindo-se aos dados levantados por organismos nacionais e internacionais, a exemplo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgou ontem o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo ela, parte do grupo que promoveu a caminhada tentou contato com o secretário de Segurança, Cláudio Lima. Foi ao final da manhã, numa visita à sede da Secretaria de Segurança, em Mangabeira, e lá entregou documento cobrando celeridade nas investigações e medidas emergenciais para deter a violência contra as mulheres. “A Polícia diz que está trabalhando e não pode dar maiores detalhes para não atrapalhar as investigações. Vamos manter a atenção e a busca por informações que nos levem a encontrar Vivianny”, completou Joana Gaviraghi.
As manifestantes convidaram outro grupo de jovens que se encontraram a participar das atividades que marcarão no próximo 25 deste mês de novembro o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher.
Suspeito foragido
No Bebericos Prime, onde foi vista pela última vez, a estudante Vivianny Crisley estava na companhia de um homem que a Polícia considera suspeito e foragido. Ele já teria sido identificado e procurado em sua residência para ser interrogado, mas não foi encontrado.
A estudante trabalhava no comércio e estudava Recursos Humanos em uma faculdade de Natal (RN), de onde retornou há três meses para a casa dos pais, em João Pessoa. Estava procurando emprego e um curso equivalente ao que fazia no Rio Grande do Norte. No dia 20 de outubro último, aceitou convite para comemorar aniversário de uma amiga, compareceu à comemoração no local indicado e sumiu.
A Polícia teve acesso a imagens de vídeo que mostrariam Vivianny com o desconhecido, que, por sua vez, faria parte um grupo de pessoas com as quais a jovem teria se entrosado durante a festa. Todas já teriam sido ouvidas pelo delegado Reinaldo Nóbrega.
A falta de notícias da filha, desaparecida há 15 dias, agravada por uma tensa expectativa por resultados das investigações policiais sobre o desaparecimento de Vivianny Crisley, 28 anos e mãe de uma criança de oito meses, levaram o pai da jovem a ser internado na terça-feira (1º), em João Pessoa. João Salvino Filho, 69 anos. Ele foi levado para a Upa do Valentina Figueiredo. Segundo a família, seu estado é delicado.
- (Fotos cedidas por Wellintânia Freitas)
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