Ricardo perdeu na pesquisa e na urna, mas Cássio não pode cantar vitória

Romero e Cartaxo: os grandes vitoriosos. Dessa vez, sem grandes eleitores (Foto: Arquivo/Pensamento Múltiplo)

Romero e Cartaxo, vitórias por méritos próprios (Foto: Arquivo/Pensamento Múltiplo)

Os adversários podem até dizer que Ricardo Coutinho (PSB) foi o grande perdedor das eleições municipais deste domingo (2), por conta da derrota dos candidatos a prefeito que apoiou em oito dos dez maiores colégios eleitorais da Paraíba, que somados detêm 42% do eleitorado da Paraíba. Em compensação, o maior ‘inimigo’ do atual governador, Cássio Cunha Lima (PSDB), não pode sair por aí cantando vitória e levando o crédito por vitórias de correligionários ou aliados em João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Cajazeiras, Bayeux, Cabedelo e Guarabira.

Principalmente em João Pessoa e Campina Grande. Afinal, ao contrário do que ocorreu em 2012, em 2016, tanto Luciano Cartaxo (PSD) quanto Romero Rodrigues (PSDB) podem bater no peito e dizer que não devem suas reeleições a qualquer ‘grande eleitor’. Quatro anos atrás, o atual prefeito de João Pessoa não teria vencido as eleições sem o apoio do então ocupante do cargo, o saudoso Luciano Agra. Em Campina Grande, o reeleito de hoje teria enorme dificuldade de chegar ao segundo turno de 2012 sem a força dos Cunha Lima. Este ano, não. Este ano, a história foi e é outra. O mérito pelo resultado, em ambos os casos, é pessoal e intransferível. Feito convite pra entrar em clube de bacana.

Indo além dos dois colégios eleitorais mais importantes do Estado, onde seus prefeitos mostraram que poderiam vencer as eleições já no primeiro turno – com, sem ou apesar dos ‘padrinhos’ -, noutros grandes municípios paraibanos (para os padrões do Estado, obviamente), outros vencedores também não precisariam agradecer aos dois maiores caciques da política paraibana do momento. Dinaldinho Wanderley (PSDB), vitorioso em Patos, por exemplo, não tem porque beijar a mão de Cássio. Da mesma forma, Fábio Tyrone (PSB), que retoma a Prefeitura de Sousa, não tem porque fazer festa para Ricardo. A não ser por diplomacia, amizade ou bajulação.

A mesma coisa se pode dizer de Santa Rita, onde Emerson Panta (PSDB) deu de lavada em Zé Paulo (PSB). O vitorioso, mesmo enrolado com impugnações na Justiça Eleitoral, obteve mais de 70% dos votos válidos, contra 23% e pouco dados ao candidato pessebista. Com diferença tão grande assim, seria muita cara de pau alguém querer dividir os louros com o vencedor. Tal e qual aconteceu em Sapé, onde Roberto Feliciano (PSB) ficou com 69,14% dos votos válidos, enquanto seu mais próximo concorrente – Josivaldo da Caixa (PRB) – chegou a um máximo de 15,48% do eleitorado (29.277 votantes) que compareceu às urnas. Resumindo: nem Panta deve a Cássio nem Feliciano a Ricardo.

O deputado Zé Aldemir (PP) é outro que também pode se atribuir 99,99% da sua vitória sobre a prefeita Doutora Denise (PSB), em Cajazeiras. O mesmo vale para Berg Lima (PTN) em Bayeux, com seus surpreendentes 58,92% sobre os 38,75% do prefeito Expedito Pereira (PSB). No mesmo patamar é possível colocar ou encontrar Zenóbio Toscano (PSDB), que vai para o seu terceiro mandato em Guarabira, dessa vez batendo Fátima Paulino (PMDB) por 47,23 a 34,28% dos votos válidos. Leto Viana (PRP) é outro da mesma linha. Conquistou 48,30% dos votos válidos de Cabedelo, impedindo a volta do grupo liderado pelo ex-prefeito Zé Régis ao governo do município, dessa vez através de Eneida Régis (PDT), esposa do líder da oposição local. Ela ficou com 44,29% dos votos dos 37.563 eleitores que atracaram nas urnas a vontade de reeleger o prefeito em exercício.

Por fim, vale lembrar outra lição das urnas de 2016 que deveria ser assimilada por Ricardo Coutinho. Se antes ele já não poderia dizer, como disse quinta-feira (29/9), que sempre perdeu nas pesquisas e jamais nas eleições, a partir de hoje – salvo por vontade de reincidir na prática de desonestidade intelectual – convém não repetir a frase. Afinal, goste ou não, dessa vez ele perdeu na pesquisa e também nas urnas.

É BOM ESCLARECER
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7 Respostas para Ricardo perdeu na pesquisa e na urna, mas Cássio não pode cantar vitória

  1. mariani escreveu:

    Na verdade ,fica tudo muito confuso para o eleitor ,votar para muitos assim como eu , implica em romper com uma resistência, pra não falar em uma aversão a este ato . Quem hoje considera o VOTO , instrumento fundamental para uma democracia ???, regime que se respalda unicamente , no direito ao cidadão(?) cujo regime deve respeito aos seus interesses e necessidades .Pelo viés de um ESTADO REPUBLICANO ,Então …ESTADO FALIDO ,DEMOCRACIA FRAGILIZADA ,RESPEITO INEXISTENTE , VOTO!!! Ah! esse instrumento só serve para que se chegue ao poder e se esqueça por qual motivo. Lamentável …

  2. Maíra Nunes escreveu:

    Caro Rubens, no caso de João Pessoa, a vitória de Cartaxo deve muito às forças de direita do Estado, logo a Cássio Cunha Lima e à turma sempre oportunista e volúvel do PMDB. É uma lástima que nossa capital tenha se rendido ao que há de mais retrógrado na política. A direita ganha fôlego. São tempos sombrios.

  3. Estamos felizes com os resultados,pois foram as pessoas que fizeram suas respectivas escolhas.Cássio e Nós seguidores não estamos contando Vitória,mas SIM estamos vendo nitidamente respostas positivas que já estávamos aguardando com Fé na Santíssima Trindade e a energia positiva do Povo brasileiro que está acordado!.#Feliz #Cássio45

  4. Tadeuzinho escreveu:

    Cada um tem o prefeito que merece, será que Cartaxo e outros verdadeiramente merecem assumir uma Prefeitura… Veja Guarabira, voltou no tempo, João Pessoa continua província na, Campina Grande só Deus poderá ajudar, a cidade precisa ser reinventada, pois bem cego não é aquele que sofre da Visão e sim o que não entende o caos que estamos vivendo com pessoas que improvisam e não cumprem com seus atos, pois nem planejar uma cidade sabem pena….

  5. Otamar Almeida escreveu:

    Com td o Respeito Rubão a vc e sua coluna, até o próprio Ricardo Coutinho não seria Governador da Paraíba sem apoio de Cassio Cunha Lima , não importa se no primeiro ou segundo mandato, grande abraço .

  6. Grande Rubens, concorrencia, com boa pitada de ambição, é, realmente, a alma do negócio. Graças a isto é que a população de João Pessoa ganhou um viaduto novo, que vai melhorar muito o tráfego na BR à altura do acesso ao Geisel. Um viaduto de acesso ao Mangabeira. E a duplicação da avenida Cruz das Armas, que estranhamente não pressupôs faixa para ciclista, justamente particular o veículo mais usado no bairro. Esperamos que todas as promessas de campanha sejam materializadas ao longo dos próximos 4 anos. Viva a República!