Era uma vez uma senhora chamada Constituição que pariu gêmeas siamesas. Batizadas de Legalidade e Moralidade, as duas nasceram de um parto complicado que durou 24 anos. Somente bem sucedido porque realizado a fórceps. Graças à persistência de uma parteira que atende pelo nome de Democracia.
Desde o nascimento de Legalidade e Moralidade, ficou clarividente que uma não pode sobreviver sem a outra. Mas, quando tentam e conseguem separar as irmãs, a morte é o fim irrecorrível de uma ou outra ou de ambas. E quem opera a separação quase sempre o faz pensando em matar Moralidade para salvar Legalidade.
Cirurgias para apartar essas siamesas são reguladas ou consumadas praticamente todos os dias, Brasil afora e adentro. Na Paraíba, uma delas foi claramente, escancaradamente, planejada e agendada há dois meses para assassinar Moralidade.
Autores materiais e intelectuais do crime contariam, inclusive, com laudo médico. A ideia é fazer do documento, a um só tempo, injeção letal e excludente de ilicitude. Tudo para matar Moralidade. Mas a operação foi adiada nesta quarta-feira (9), contrariando o profissional acertado.
Especialista em eutanásia de princípios, o homem viu-se obrigado a recolher seringa e bisturi. Mas apenas por enquanto. Mais alguns dias e Moralidade não escapa.
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