TURMA GENIVAL VELOSO, por José Mário Espínola

Genival Veloso (Imagem copiada de academiamedicina.com)

Aos meus queridos colegas da Turma Genival Veloso.

O momento político continua azedando as relações entre os brasileiros. Tentou me contagiar, mas me sinto curado.

Esperei 5 anos por esta comemoração, pois faltei à festa dos 40 anos. Para aquela festa, comprei camisa nova Volta ao Mundo e um par de sapatos feitos exclusivamente para dançar.
Mas perdi a nossa festa por conta de uma crise braba de labirintite, que me acometeu naquela mesma manhã e me deixou nulo por dois dias.

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A Turma Genival Veloso é a MINHA TURMA! É um bom pedaço da minha vida. Todos vocês todos fazem parte da minha história.

Com a nossa turma vivi alguns dos melhores momentos de minha vida. Passamos por momentos difíceis: aperto severo no ciclo básico, para derrubar as nossas médias. Mas tivemos bons mestres, com quem aprendemos muito, o suficiente para nos tornarmos bons profissionais.

Quando começamos o curso, foi no Instituto de Matemática. Lá tivemos aulas de Estatística, com Hosana e César. E Metodologia da Ciência, com Serafim Rodrigues.

No Instituto de Química, os nossos professores foram o casal Humberto e Carmem, Carlos Proteína, Everaldo, que fez uma cirurgia das cordas vocais, Isnard e Nely, nas aulas de Química e Bioquímica.

Já no curso profissional, com perdão daqueles que me esqueço, pois a memória distante me trai, lembro-me bem de Gisélia, de Fisiologia, com quem dizem que Edval teve um namorico, e Dr. Haroldo Escorel, coordenador dos cursos de Citologia e Histologia. Os melhores da anatomia foram Dr. Samuel Norat e Dr. Anibal Moura.

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O Hospital Santa Isabel era o templo da nossa Medicina. Lá, nas suas enfermarias, tivemos a honra de conviver com mestres como Augustão, Herul e Vilibaldo Cabral, na disciplina de 1ª Clínica Cirúrgica.
Na Urologia, Jacinto Medeiros, Osório Abath e Valter Paiva.

Valtinho Sexual e Jacinto trataram a quase metade das blenorragias dos doutorandos de Medicina. E Osorinho operou a fimose de pelo menos metade da nossa turma.

Renato Campelo e Rodrigo Rangel “Ôi-de-bila” ministraram as aulas de Semiologia. Maurílio Almeida ministrou Análise Clínica. Genival Veloso foi o Grande Mestre da Medicina Legal.

Jackson Araruna e Fernando Pezão, da 2ª Clínica Cirúrgica. E Zé Romero, professor “delicado”, nos ensinou muito bem na 3ª Clínica Cirúrgica.

Na Ortopedia, tivemos Dr. Orlando Farias. E Dr. Mororó dava as aulas teóricas de Medicina Tropical. Já as aulas práticas, no Hospital Clementino Fraga, foram ministradas por Dr. Marco Aurélio Barros.

Dr. Mororó gostava muito de Lupicínio, mas num alisava, não!

Ginecologia e Obstetrícia, na Maternidade Cândida Vargas, nos permitiu conhecer o valor de Dr. Everaldo Soares, Dr. Hamilton Cavalcanti e Dr. Orlando Coelho. Que trio! Mas quem mandava mesmo, na maternidade era Dona Cléa, esposa de Dr. Danilo Luna.

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Na Faculdade de Medicina, na Rua Alberto de Brito, Dr. Osmar Mendonça foi o melhor mestre da Parasitologia. E Dr. Atilio Rotta assombrava as alunas da Infectologia. A placa do carro dele tinha o número 7.

Dr. Arnaldo Tavares era imbatível em Patologia. E em qualquer disciplina que ele administrasse, pois o que ele não soubesse, inventava com tanta naturalidade que todo mundo acreditava.

Na Psiquiatria, foi Dr. Eronides Coelho. Ele tinha estrabismo divergente e a gente só abria o caderno no momento em que ele estava olhando de frente para nós.

A Psicologia era uma disciplina familiar, onde Dra. Lourdes Brito costumava dar exemplos de casos clínicos usando os seus parentes.

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Já no novo Hospital Universitário Lauro Wanderley, Manoel Jaime e Zé Eymard brilharam na Gastroenterologia, junto com Dr. Muribeca.

Uma curiosidade: a turma tinha 108 alunos e a chamada era no final da aula, para evitar fugas.

Nosso colega Chico C-A copiava TUDO. Numa dessas aulas, ele não percebeu que a aula havia terminado e copiou a chamada até o número 17.

Na Medicina Preventiva, tínhamos aulas de Dr. Celso Melo, que apelidamos de Bulbo Seco. E Dr. Geraldo Muniz, que certa vez, ao entrar na classe, como continuassem fazendo muita zoada, chamou a turma de Bataclã, o cabaré da novela Gabriela.

Marcelo Soares era o nosso professor de Nefrologia, e muito gozador. E Luciano Henriques ministrou Otorrinolaringologia.

Na Dermatologia, tivemos Dra. Rosele e Dr. Cartaxo. Foi numa aula da Dra. Rosele que Edval anunciou, com toda a pompa e circunstância, a descoberta de uma nova doença, a Raldose.

Aprendi Radiologia com Océlio Cartaxo, já no novo Hospital Lauro Wanderley. Na Endocrinologia os mestres eram Cacildo Pinto e João Modesto.

Foi na Neurologia que tivemos a honra de conhecer o grande neurocirurgião Dr. Zé Alberto Gonçalves. Além das aulas da Dra. Nancy Viana. As aulas práticas, já no HU, foram dadas pelo exímio Dr. Brito, incansável.

Na Cardiologia, os professores foram Dr. Marcelo Dunda e Dr. Vanildo Brito, com quem comecei a entender Eletrocardiografia. As aulas de Pediatria foram dadas por Dr. Roosevelt Wanderley, Dra. Gilda e Dra. Vilma Boulitreau, além da doce professora Zefinha.

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Pois é, foi uma vida em seis anos. O lema da nossa turma poderia ter sido “Nói sofri, mai nói goza”. Cada colega deixou a sua marca indelével.

Lembro-me bem de alguns.
Marinaldo, com a sua presença conciliadora. Maria Clara esbanjando simpatia. Barros tinha o ar professoral. Lembram-se de Ana do Dare? Chamava a atenção a extrema simplicidade de Laurindo e o jeito paternal de Seu Fernando.

Havia uma colega que “filava com os pés”. Na realidade, possuía a habilidade de abrir e folhear com os pés o caderno no chão. Diziam que ela treinava embaralhando as cartas e distribuindo com os pés. Mas acho que isso é gozação de Belmont…

Edval era hors concours, com sua voz de locutor. Marcílio Ôião tinha paixão pela Jovem Guarda. Ewerton tinha paixão por Tim Maia. Sebastião era muito sisudo, porém sempre solidário.

Fernando Ôim era muito ingênuo. Era vizinho e muito amigo de Chico C-A, que gastou todos os cadernos da FENAME copiando até as chamadas das aulas.

Temístocles, o nosso querido China, era um colega leal. Arari era o namorador da turma. Jerusa tinha um charme felino, com seu Fusca verde, escrito “Help” na traseira. Magui e Venlusia eram muito cortejadas. Tereza Helena era muito discreta e nunca se valeu da posição favorável de ser filha do Dr. Arnaldo Tavares.

Lupicínio, sempre alegre, com a sua moto conquistadora (se aquela moto falasse…). Belmont era crítico mordaz, mas sempre engraçado com as suas observações. Djalma que o diga… Marconi Poupeiro deixou muitas saudades.

Certo dia, Marconi operou o joelho do pai de Belmont. Após a cirurgia, Belmont perguntou se o joelho do pai voltaria a ser o mesmo, ao que Marconi respondeu: “Belmont: joelho, cabeça e relógio, abriu uma vez, não presta mais”.

Irismar exibia uma alegria inocente. Dênia desfilava com a sua beleza sofisticada. Evanízio era menino demais para ser universitário.

Romero Márcio observava as colegas com um olhar muito sensual e a mão no bolso.

O grande Elias, O Judeu, dava aulas para nós, quando estudávamos juntos. Delfim às vezes exagerava no linguajar. Chico PPLO era multi-ocupado: trabalhava em várias prefeituras e repartições, ao mesmo tempo.

Tinha aquele colega de Pau dos Ferros, o Raimundo Nonato, que Belmont apelidou de Lando Buzanca, por causa do nariz. Grande figura! Nos recebeu carinhosamente na sua cidade. Ele tinha o nariz tão comprido que Belmont dizia que quando ele ficava nervoso mascava a ponta do nariz!

Tinha a turma do sertão, todos excelentes colegas: Diá e Eduardo Bigode, do Vale do Piancó, assim como o discreto Belini. De lá também era Chico Peninha, com seu jeito pidão de ser. Dão saiu de Santa Luzia, mas Santa Luzia num saiu de dentro dele…

É inevitável lembrar-me da cândida liderança de Sonia Souza. E de Leonardo Gadelha e de Cláudio, do Ceará, que eram as nossas duas girafas. E da esperteza inteligente de Ronaldo Garcia. Romualdo Bebé era um colega fiel a toda prova.

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Todos são meus colegas queridos da Turma Genival Veloso. E será sempre assim que me lembrarei deles.

Invoco a sambista Beth Carvalho, na sua homenagem ao Botafogo: “Quanto tempo esperando este momento, meu Deus/ Deixe eu festejar que eu mereço”.

Não perco esta festa por nada!

É BOM ESCLARECER
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