Leio os textos dos escritores Lira Neto (Carta para uma ex-amiga) e Abelardo Jurema Filho (A Convivência dos Contrários) e acalanto o meu pranto. Sinto que não estou sozinha na minha percepção política, diante do que ocorre no nosso país, atualmente.
Gente, o que é isso? Bombas, drones com excrementos, assassinatos, bolo de aniversário com ornamento de arma – em clara continência ao crime -, discursos mentirosos, ambiente de intolerância, frases-gatilho atiçando atos de violência, falta de respeito ao contraditório, falta de civilidade, ameaças…
Lamento ter escrito esta justificativa para sair de alguns grupos entre amigos, embora tenha sido necessária:
– O grupo não interage comigo, por não haver afinidades de ambas as partes, pelo menos no momento. Não quero me indispor com alguém, até porque essa conduta não faz parte do meu perfil. O que eu temia vem acontecendo. Venho reiteradas vezes, de forma sutil, chamando a atenção para o que se deve postar em redes. Usar o bom senso e saber argumentar não significa ‘estar do meu lado’. Pelo contrário, gostaria que houvesse um contra-argumento de nível elevado. Mas o que vejo é uma intolerância que foge ao normal, beirando o histerismo. Não nos acrescenta nada. Só ‘emburrece’. Estou cansada de receber postagens copiadas e coladas de baixo nível, e inverídicas. Gostaria de entrar numa discussão talentosa. O grupo possui integrantes com alto discernimento, mas subutilizado.
Confesso que chorei e choro, muitas vezes, por ouvir explicações ilógicas, dos meus amigos, sobre os atos irracionais dos governantes. Como posso ter convivido durante tanto tempo com alguém sem conhecer os seus valores?
Não posso dizer que “há mal que vem para o bem”, em alusão ao comportamento do governante-mor aprovado por certos amigos. Ainda fico com a esperança de haver, num rompante de lucidez, uma mudança nas suas convicções e no comportamento.
Não repetirei aqui os incansáveis exemplos das arbitrariedades absurdas e perversidades proferidas pelo equivocado ídolo. Confesso que provoca em mim um sentimento de tristeza, por não ver mais coerência na personalidade de muitos queridos que tive o prazer de conhecer com uma índole admirável, em outras épocas.
Meus caros amigos, inseridos nesse contexto, segue aqui o meu afeto, embora frustrada pelas incompatibilidades entre nós.
Finalizo parafraseando FHC (não significa que seja sua seguidora):
“É importante sempre manter a expectativa de um futuro melhor. Mesmo que ele não venha, você terá a expectativa”.
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