A ÚLTIMA PODE SER PRIORITÁRIA, por Babyne Gouvêa

Imagem copiada de sabra.org.br

Sou sempre a última, mas ao contrário do que aparento sou a que mais chamo atenção, sem presunção. Na língua portuguesa sou exigente, coloco regras para a minha acentuação ou não.

Não sou comum na língua italiana, não sou páreo para a proparoxítona naquele vernáculo. Já no francês eu me destaco, sempre exijo um biquinho pra quem quer me usar corretamente.

Nem vou me atrever a citar outros idiomas. Só sei que no inglês sou usada sem complementos gráficos. Não vou atribuir o fato à descendência anglo-saxônica, até porque a real origem germânica data de séculos.

Na verdade, gosto quando a palavra me dá ênfase, parando na última sílaba com grau de força sonora. O aspecto fonético quando registra o timbre em mim sinto-me envaidecida.

Sem desmerecer as colegas proparoxítonas e paroxítonas, observem os adornos gráficos quando param na minha sílaba – a palavra ganha beleza e glamour.

Quem me elege numa escrita sempre encontra harmonia no teor de qualquer redação. Experimentem usar as minhas características de tonicidade quando escreverem. Irão perceber a força do destaque na última sílaba.

Reconheço que passo despercebida no cotidiano oral e escrito. Preciso procurar uma forma eficaz de chamar a atenção daqueles menos sensíveis aos assuntos gramaticais.

Vejam como é fácil me usar: são acentuadas graficamente as sílabas terminadas em a/as, e/es, o/os, e em/ens. As palavras terminadas em i/is e u/us somente são acentuadas se estiverem precedidas de outras vogais.

Ah, ditongos abertos, como éi(s), éu(s) e ói(s) devem ser acentuadas. Essas nuances não são fantásticas? Captaram a riqueza da minha sílaba? Basta estar atento às normas vigentes do nosso idioma.

Não me julguem presunçosa, estou defendendo a minha aplicação. De maneira correta, claro. Preciso ser competente na divulgação do meu uso.

Agradeço àqueles que fizerem opção por mim. Afinal, sou a última sílaba tônica, sou a glamourosa Oxítona.

É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para A ÚLTIMA PODE SER PRIORITÁRIA, por Babyne Gouvêa

  1. Genial, escritora! E muito instrutivo, também.