Lançado há quase seis meses, o Observatório da Violência na Mídia ainda é pouco conhecido da população, mas nos bastidores vem fazendo um trabalho de monitoramento dos programas policiais exibidos em rádios e TVs da Paraíba. De iniciativa do Ministério Público Federal da Paraíba (MPF-PB) e da Defensoria Pública da União (DPU), o Observatório conta com apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Segundo a defensora pública Diana Freitas, que integra a equipe do Observatório, o grupo tem o objetivo de conscientizar jornalistas e apresentadores em relação aos direitos humanos. Ela revelou que, se preciso, a Justiça será acionada, inclusive para pedir a retirada de programas que cometam violações contra o direito à vida, à liberdade de pensamento e de expressão; direito a qualquer tipo de crença ou nenhuma; direito ao trabalho, à saúde e à educação; direito a todos os direitos, enfim, que são direitos de todos os seres humanos.
As análises iniciais do Observatório apontam entre as violações mais frequentes o desrespeito à presunção de inocência (ninguém pode ser considerado culpado até que se prove o contrário), ao direito de permanecer em silêncio e direito à imagem. “Infelizmente o que observamos até agora nos preocupa. Se uma pessoa presa não quer se expor, não quer falar, a mídia não tem o direito de ir contra isso”, explicou a defensora.
Ela criticou também o discurso disseminado por alguns apresentadores e repórteres de que ‘bandido bom é bandido morto’. “Observamos que há uma espetacularização do crime, o que representa um fenômeno indesejado. Alguns profissionais fazem coberturas jocosas, tentando misturar crime e humor”, afirmou Diana. “Há quem pense que a solução é prender, não é. É necessário ter políticas públicas eficientes”, destacou.
A coleta do material é feita por alunos dos cursos de Jornalismo e de Rádio da UFPB. Em seguida, os dados serão analisados pela equipe do Observatório que poderá convocar os profissionais dos chamados programas policiais para esclarecimentos e busca de entendimento. Não se trata de censura, garante Diana Freitas, mas a abertura de um diálogo com jornalistas e radialistas que eventualmente cometam violações porque em tese não têm informações nem formação para compreender o que são os direitos humanos.
Para saber mais, visite a página do Observatório da Mídia Paraibana na Internet.
(Valéria Sinésio)
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