Enquanto o Hotel Globo não reabre de vez e de verdade, pois a ‘reinauguração’ do prédio no dia da cidade (5 de agosto) foi coisa “pra inglês ver”, o lixo assume papel central (e motivo de vergonha) no Largo de São Pedro Gonçalves, endereço do prédio que os catálogos e guias de turismo costumam chamar de “um dos principais monumentos do Centro Histórico de João Pessoa”.

Lixo acumulado ou espalhado: uma constante no Largo

O lixo do lugar ganhou volume, visibilidade e potencial para transmitir muitas doenças. Porque é depositado em sacos plásticos por bares e restaurantes do Largo e adjacências na calçada do antigo Casarão, ao lado da igreja que dá nome ao logradouro. Como a coleta não tem sido regular, frequente, a pilha é facilmente rasgada por cachorros e roedores, que se juntam ao vento para espalhar a sujeira no meio da rua.

Na manhã desta terça-feira (9), membro da equipe do Rubão voltou ao Hotel Globo e encontrou restos de comida, papéis sujos, copos e garrafas tomando conta da calçada próxima. Segundo informações de quem vive por lá ou sobrevive do que por lá acontece, semana passada a empresa encarregada de coletar o lixo da área demorou quatro dias “para aparecer”.

A fonte não soube precisar o dia em que o caminhão do lixo ‘apareceu’; arrisca, contudo, que foi na véspera do feriado. Compreensível. No dia seguinte seria encenada a reabertura do Hotel Globo, restaurado após uma reforma que consumiu mais de dois anos e seis meses e custou mais de R$ 700 mil aos cofres públicos, dinheiro repassado pelo Governo Federal.

Se o ato de sexta-feira passada foi organizado para ajudar a imagem da gestão atual da Prefeito, no período que antecede a campanha eleitoral, não deve ter surtido o efeito esperado. Afinal, menos de 24 horas depois da ‘reabertura’, o Hotel Globo voltou a fechar. E fechou – sabe-se agora – porque a restauração, simplesmente, não foi concluída.

Pelo menos dois operários da empresa contratada para a restauração continuavam trabalhando na manhã de hoje. Mas vez por outra eles tinham que interromper o que estavam fazendo para ‘despachar’ visitantes, curiosos e turistas que viam o portão aberto e entravam no prédio.

Meio sem jeito, mas com o jeito possível, educadamente eles explicam a todo mundo que o hotel está fechado, porque “o serviço ainda não acabou”.