Mais um grupo de fiéis da Igreja Católica em Recife (PE) divulgou carta aberta em defesa do Padre Luiz Antônio de Oliveira, vigário da Paróquia do Altiplano, em João Pessoa. Ele foi acusado de ter sido expulso da Igreja de Boa Viagem por ter cometido ‘desfalque’ naquela paróquia, que dirigiu entre 1988 e 1991, na capital pernambucana. Dom Aldo Pagotto, ex-arcebispo da Paraíba, é o autor da acusação, repudiada por crescente número de católicos da Paraíba e de Pernambuco.
Na carta, dirigida no dia 30 de julho último a Dom Genival Saraiva, Administrador da Arquidiocese da Paraíba, os signatários explicam que Luiz Antônio foi afastado da Paróquia de Boa Viagem por ter assinado juntamente com 61 outros padres nota contra o “desmonte eclesiástico” que Dom José Cardoso, sucessor de Dom Hélder Câmara, teria promovido na Arquidiocese de Olinda e Recife. O ‘desmonte’ aconteceu após a posse do arcebispo em 1985, quando ele entrou em conflito com uma dezena de expoentes da chamada Igreja Progressista. Todos os ‘dissidentes’ foram suspensos ou transferidos das paróquias onde trabalhavam.
“Em meio a tantas injustiças, um grupo de 62 padres, entre eles Luiz Antônio, assinaram nota lamentando as demissões de alguns irmãos sacerdotes e achavam estranho que medidas de tão graves consequências houvessem sido tomadas sem ouvir o Clero, através dos órgãos representativos”, relatam os autores da carta. O problema entre padre e arcebispo foi gerado por aquela nota, garantem os autores do manifesto encaminhado a Dom Saraiva, lembrando ainda que no esforço para manter o padre em Boa Viagem alguns deles participaram de audiência com o arcebispo e em nenhum momento Dom Cardoso fez menção a qualquer ato desabonador que o então pároco pudesse ter cometido.
No último desses encontros entre membros do Conselho Paroquial e Dom Cardoso, o arcebispo admitiu que o verdadeiro motivo de sua decisão de retirar Luiz Antônio de Boa Viagem era mesmo a nota que o padre assinara. Mas, recordam, antes da última conversa com os paroquianos, Dom Cardoso convocou Luiz para duas audiências e nelas acusou o padre de “andar de bermudas, de fumar na Igreja e de carregar a comunhão na mala do carro”. As duas audiências aconteceram nos dias 16 e 21 de junho de 1991. Já nas audiências com os fiéis, “o arcebispo colocou suas queixas, porém, em nenhum momento, atingiu a moral, o caráter e a honestidade do Pe. Luiz Antônio”.
Quem assina a carta
A Carta a Dom Genival Saraiva é assinada por Enildo Heráclio de Queiroz, empresário; Lúcia Maria Cavalcanti Queiroz, pedagoga; João Bravo Filho, médico; Taciana Coutinho Bravo, presidente da Junta Comercial de Pernambuco; Luciano Alves Pinto, estatístico; Naira Maria Alves Pinto, engenheira química e professora; Assuero Gomes da Silva Filho, médico pediatra; Francisco de Assis Athayde, Bancário; Maria Doralice Cavalcanti Athayde, pedagoga; Hercílio Ricardo Ferreira Filho, aposentado; Maria Helena de Barros Ferreira, bibliotecária; Rodrigo Alves Pinto, médico oncologista; José Alves de Oliveira, advogado; Maria do Carmo Rabelo de Oliveira, pedagoga; Ilo Francisco de Barros Barreto, servidor público; Myriam Moraes de Barros Barreto, psicóloga, e Maria da Conceição de Barros Barreto Pessoa de Luna, advogada.
Todas as assinaturas do documento são acompanhadas por CPF e endereço de cada subscritor.
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