Em vez de um, dois. A Grande João Pessoa superou hoje (4) a média diária de assaltos a banco na Paraíba. Durante a madrugada, a agência do Banco do Brasil da Avenida Beira-Rio (Torre, Capital) foi invadida e teve dois caixas eletrônicos arrombados na base do maçarico. Usando a mesma técnica, outros bandidos, que podem ser os mesmos ou comparsas daqueles, violaram igual número de máquinas em um supermercado de Cabedelo, onde tomaram como refém – e possível escudo – um morador de rua.
Mas a rotina da violência não é, óbvio, privilégio de banco ou supermercado. Que o diga a garçonete de um restaurante que fica a 50 metros da agência bancária atacada nesta quinta-feira.
Ela contou a este blogueiro que entregou bolsa “com tudo dentro” – documentos, dinheiro, remédios e até uma bonequinha que comprara para a filha pequena – a dois meliantes que pareciam aguardá-la no ponto de ônibus onde ela desceu, na frente da Cerâmica Elizabeth, na BR 101 (sentido Recife-João Pessoa). Os assaltantes estavam de moto.
“Eles chegaram e apontaram arma pra mim e para uma senhora que também desceu na parada. Ordenaram que a gente passasse tudo. Sem pestanejar, entreguei bolsa, relógio e até uma aliança que foi presente de minha mãe”, relatou a moça, acrescentando que fez um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o assalto que sofreu.
“Será que eles avisam se prenderem os bandidos, que é pra gente ir buscar as coisas?”, perguntou-me. Ousei aconselhá-la a ligar vez por outra para a Delegacia de Polícia ‘responsável’ pela área onde ocorreu o assalto. “Quem sabe, né? Vai que…“, disse, em breve tentativa de pelo menos deixá-la com um fio de esperança na recuperação de seus pertences.
Botando pra descer e correr
Com o interlocutor seguinte, no mesmo restaurante e também durante o café da manhã, não tive que apelar ao saudoso Telê Santana. Isso porque encontrei e conversei um pouco com o advogado Antônio Toscano, ex-superintendente da Polícia Federal na Paraíba e ex-secretário de Segurança Pública do Estado.
Chamou-me a atenção um curativo no indicativo da mão direita do Doutor. “Vou nem perguntar o que foi pra não servir de testemunha”, brinquei. “Mas eu lhe conto mesmo assim”, falou ele de lá, passando em seguida a narrar um episódio que dificilmente deixaria ileso qualquer outra pessoa que não seja, como um policial de carreira do nível de Toscano, preparada para encarar de frente quem se arrisque a tê-lo como vítima.
Pois bem, esta semana, quando passava pela calçada do Mag Shopping, em Manaíra (João Pessoa), por volta das sete e meia da manhã, Toscano foi abordado por dois assaltantes. Um deles teve a infeliz ideia de querer imobilizar o advogado, agarrando-lhe os pulsos para puxar os braços do homem para trás. O outro, de frente, agachou-se um pouco para meter a mão no bolso de quem certamente julgava rendido e passivo. Enganaram-se os dois, redonda e dolorosamente.
Toscano desvencilhou-se do ladrão que o segurava e deu um certeiro uppercut no queixo do bandido que se abaixara para vasculhar o interior do bolso do advogado. Faltou pouco para um nocaute. O outro levou uma cotovelada daquelas, mas não caiu e resolveu partir pra cima. Aí, como dizem lá em Bananeiras, “o pau comeu”.
O que estava no chão inventou de puxar uma faca, levou um chute no ‘baixo ventre’, levantou-se gritando de agonia e correu. O que sobrou quis dar uma de valente, mas sentiu todo o peso dos punhos de seu contendor. Sofreu uma sequência de jabs na cara, um direto na venta e foi à lona, mas conseguiu se levantar em segundos e também ‘pegou descendo’.
Cenas como essa da reação de Antônio Toscano são uma raridade nem devem ser copiadas pela maioria do comum dos mortais. O que é presente, regular e muito frequente é a criminalidade que toma conta de João Pessoa, do resto da Paraíba e da quase totalidade dos habitantes da Pequenina. Que o diga o supermercado de Cabedelo invadido nesta quinta. O nome do estabelecimento simboliza qual ‘predestinado’ a escalada de assaltos no Estado. É Todo Dia.
É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para João Pessoa supera média estadual de assaltos
Valeu, Rubinho! Valeu pelo noticiado, valeu, especialmente, para ninguém me imitar, como acentuado em sua narração! Realmente, estamos inseguros!