É preciso reformular o sistema de captação e distribuição de água no Estado, defendeu em entrevista à rádio CBN João Pessoa na segunda-feira (25) o conselheiro Fernando Catão, do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Tal reformulação, sugeriu, deveria agregar tecnologias e projetos em recursos hídricos desenvolvidos nas universidades públicas da Paraíba (UFPB, Federal de Campina Grande e UEPB, a Estadual).
Catão baseia sua visão do problema hídrico paraibano na sua experiência profissional e nos cargos de gestão e planejamento que exerceu no Estado e nas prefeituras de Campina Grande e de João Pessoa. É engenheiro civil formado pela UFPB, trabalhou em construtoras e foi secretário de Planejamento nos governos comandados diretamente pelos Cunha Lima (Ronaldo e Cássio) ou por aliados como Cícero Lucena.
Além dos conhecimentos que acumulou nos anos 90, na iniciativa privada e na vida pública, participou também do Cássio I (2003-2006) e, após sua nomeação para o TCE, passou a acompanhar os trabalhos especiais da Auditoria do órgão sobre os mais graves problemas paraibanos, entre os quais a questão hídrica e a segurança púlica.
No programa CBN João Pessoa, ele lembrou que o TCE realizou nos últimos dois anos três auditorias operacionais nos principais sistemas de distribuição de água na Paraíba. A equipe técnica do Tribunal constatou baixo nível de gestão e perdas significativas de água. Foram analisados os açudes de Coremas, Boqueirão (Epitácio Pessoa) e as barragens Gramame/Mamuaba e Acauã.
Destacou ainda um estudo realizado no Distrito Irrigado de Sousa, onde os auditores encontraram cerca de 200 ligações clandestinas de bombas de água. Explicou que o Tribunal de Contas não tem poder de polícia, mas que por meio das auditorias operacionais pode alertar as autoridades para que tomem as providências necessárias. “Vamos fazer uma nova fiscalização e, dentro do que o tribunal apontou, vamos começar a aplicar multas”, alertou.
Campina Grande
Sobre o problema de Campina Grande, que teve o racionamento ampliado para quatro dias, Catão afirmou que “a situação não é nova para ninguém”. E lembrou da crise hídrica em meados de 1999, quando ele ocupava o cargo de secretário de Planejamento do município. “Naquele tempo já era para ter coibido todo tipo de uso que não fosse o abastecimento humano. Chegamos a ter 13% do volume disponível”, explicou.
O volume do açude Boqueirão, que abastece a Grande Campina, não chega a 9% de sua capacidade, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA).
Ainda de acordo com Catão, um estudo recente concluiu que a melhor alternativa seria abastecer Campina Grande através de carro-pipa que traria água do interior e do litoral. “Não foi necessário porque tivemos um inverno mais regular”, pontuou. “O problema se repete agora pelas mesmas causas, mesmas motivações. Isso demonstra que a gestão deve ser melhorada pelo menos preventivamente”, completou.
(por Valéria Sinésio)
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2 Respostas para Catão critica gestão de água na Paraíba
Desses alardeadas experiência do Doutor Catão, acho que pouca coisa foi posta em prática. Não é demais lembrar que ele fez parte do governo de Ronaldo e que tinha forte influência no governo do seu sobrinho Cássio e que ao meu ver pouco ou nada fizeram para minimizar o problema da falta dágua na sua cidade natal.
Na pressa disse errado. Corrigindo: Dessas alardeadas experiências…