Estado tem menos da metade da PM que precisa

(Fogo: casinhasagreste.com.br)

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Segundo relatório de Auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a prestação de contas de 2014 do governador, “em 2008, (a Paraíba) tinha 1 policial militar para 370 habitantes; em 2009, a proporção era de 1 para 385; em 2010, de 1 para 404; 2012, 1 policial para cada grupo de 407 habitantes; em 2013, de 1 para cada grupo de 422 habitante”. Há dois anos, a relação passou a ser de um policial militar para cada grupo de 427 habitantes. Esses cálculos levam em conta uma população paraibana estimada, para o exercício analisado, de 3.943.885 viventes e sobreviventes.

A relação habitante versus policial na Paraíba piora muito se considerarmos ainda dois fatores. Primeiro, a PM contaria hoje com metade do número de homens e mulheres que precisaria para atender ao disposto na Lei Complementar Estadual nº 87/2008. Nos termos dessa legislação, o Estado deveria ter 17.935 policiais militares na ativa, mas só dispõe de 9.342 (dados do Sagres do TCE sobre o efetivo da corporação em dezembro de 2015).

Com um agravante, que vem a ser o segundo e mais inquietante fator: cerca de um terço dos PMs da ativa (3 mil homens e mulheres) trabalha em atividades burocráticas, protegendo autoridades ou repartições-sedes dos principais poderes (Granja Santana, Palácio da Redenção, Assembleia Legislativa, palácios da Justiça Estadual) e instituições autônomas (Ministério Público e TCE, principalmente).

A população dispõe, na verdade, de apenas 6.200 PMs na área operacional, ou seja, fazendo patrulhamento ostensivo, muito pouco preventivo e, mesmo assim, concentrados nas maiores cidades ou regiões metropolitanas do Estado. Detalhe: do total, pouco mais de 2 mil PMs podem ser encontrados nas ruas diariamente, porque a cada turno de 24 horas a maioria dos soldados e cabos mobilizados para o serviço deve descansar pelo menos 48 horas.

Tal ‘privilégio’ parece inacessível, contudo, a quem trabalha fora do ‘eixo’ Capital-Campina. Estima-se que 90% das cidades com menos de 10 mil habitantes dispõem de dois ou três policiais militares para proteger seus moradores. Diante disso, mais do que explicado está plenamente justificado porque a bandidagem age tão à vontade no interior paraibano.

(extraído de matéria escrita por este blogueiro em 21 de abril de 2016 para jornaldaparaiba.com.br)

 

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4 Respostas para Estado tem menos da metade da PM que precisa

  1. Emanuel Alves escreveu:

    Tantas diárias e serviço extra remunerado, não têm ninguém do governo pra fiscalizar?

  2. Carla escreveu:

    Inadmissível, a Paraíba anda na contra mão da segurança pública. Paraíso dos assaltantes meu nome é Paraíba!

  3. Carlos escreveu:

    A falta de polícias é hoje um dos principais fatores para explicar a onda de violência que atormenta a Paraiba, o governo sabe disso, porém é omisso em cuidar das questões ligadas à segurança pública; e quem mais sofre com isso é a população paraibana