
Biblioteca Central da UFPB (Foto: Agência de Notícias da UFPB)
Dia da Saudade, 30 de janeiro, me transporta para um lugar que me acolheu durante 40 lindos anos: Biblioteca Central da UFPB, no Campus de João Pessoa.
Conheço bem o seu histórico de criação, crescimento e mudanças prediais e administrativas. Acompanhei passo a passo desde a década de 70, embora tenha sido criada nos anos 60, sem prédio próprio.
Anos dourados vivi, literalmente, naquele lugar acolhedor, onde a sabedoria borrifava os seus ares. Aguardava ansiosamente a segunda-feira, dia de trabalhar no ninho que alimentava o meu ser em todos os aspectos. Ao término do dia, retornava enriquecida ao meu lar.
Renovada, transferia para os meus filhos o conhecimento adquirido no local onde exercia a minha profissão de bibliotecária, hoje denominada cientista da informação. Na verdade, existia um intercâmbio de fazeres: eu exercia trabalhos técnicos, como também de direção, e recebia em troca o saber, a experiência, o aprendizado.
Foi assim durante todo o tempo ativo. Dias dinâmicos, sem permissão para o enfado. As tarefas exercidas coletivamente favoreceram amizades que se eternizaram. Tudo exalava beleza, esse sempre foi o meu olhar sobre a minha opção profissional.
Bateu saudade e fui até lá observar a imponência da querida Biblioteca Central. Estava fechada há um bom tempo aguardando verbas para determinados serviços a serem executados.
Entende-se biblioteca o cartão de visitas de um centro de ensino e pesquisa. Com portas fechadas para a comunidade privando os usuários das informações lá contidas e não disponibilizadas, é realmente lamentável.
Como entender o que não é sensato? A universidade esteve privada de orçamento para a sua manutenção. E com isso o público universitário foi punido, sem acessibilidade às informações bibliográficas. Não, não é possível tentar compreender o não compreensível.
Saudade faz a gente chorar, principalmente por saber que há formas de reaver o que antes existiu. A alternativa é ter esperança em dias melhores, com autoridades competentes sensibilizadas com o quadro dramático da educação do nosso país.
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