“Ogivas”, novo livro de Débora Ferraz, marca retorno ao conto, gênero com o qual estreou na literatura aos 16 anos
Autora do celebrado romance Enquanto Deus Não Está Olhando (Record, 2014), Débora Ferraz lança seu novo livro Ogivas (Caos e Letras, 2022) nesta sexta-feira, dia 15 de abril, às 16h, na Vila do Porto, em João Pessoa.
Vencedora dos prêmios Sesc e São Paulo de Literatura, a escritora volta agora ao conto, gênero no qual estreou na literatura com Os Anjos (Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2003), quando tinha apenas 16 anos.
“Hoje eu me sinto mais madura na escrita, com mais paciência e consciência do que faço”, diz Débora, que depois do lançamento de Os Anjos passou os anos seguintes tentando recolher o livro das prateleiras, arrependida com os primeiros textos.
“Apesar de o conto ser o primeiro gênero no qual publiquei, não foi o gênero no qual comecei a escrever nem o gênero que acho mais fácil”, complementa. Segundo a escritora, “o conto é mais desafiador que o romance em vários aspectos, exige mais argúcia, mais clareza e coragem, “coisa que a gente só adquire com alguma maturidade literária”.
Apesar de ter sido uma longa jornada para retornar ao conto, a autora afirma que sua afinidade com o romance, longe de atrapalhar, acabou ajudando na edição do livro. “O Ogivas tem em comum com um romance, que é uma certa preocupação com a temática dos trabalhadores explorados, lições equivocadas sobre estupro, balas perdidas e até aulas de ballet, com todos esses personagens e conflitos se cruzando na mesma ambiguidade do título.”
O título, no caso, veio à autora em um sonho e faz referência ao mesmo tempo à descoberta dos arcos ogivais na arquitetura, um marco na história das artes, e ao conceito de armas. “Creio que este seja um livro político no sentido mais profundo da palavra, posto que é um convite ao nosso desconforto em sociedade, ou seja, um livro violento sobre violência”.
Além do tema em comum, a forma como estão dispostos os 17 contos também emulam a formação de um arco ogival. A proposta, ressaltada no projeto gráfico de Cristiano Rato (editor da Caos e Letras juntamente com Eduardo Sabino), é que as histórias evoluam em conjunto.
“Creio que o livro ganhe ainda mais força se lido na ordem proposta, onde há contos paralelos, personagens que reaparecem num novo arco e é como se os mesmos temas evoluíssem num crescendo que culmina num último conto”, avalia Cristiano.
- Texto de divulgação da Edícula Literária (Assessoria de Imprensa)
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