SABER JULGAR, por Babyne Gouvêa

Imagem copiada do blog Afferolab

Viver em sociedade implica fazer parte de grupos com interesses comuns ou com preferências variadas. Todos seguindo padrões e regras condicionantes à efetiva integração.

Seguimos ao tema que desejamos discutir: os julgamentos numa sociedade. O que se argumenta é o julgo leviano e calunioso.

Ao julgar indivíduos sem o devido conhecimento de causa muitas vezes são cometidos atos inconsequentes, danosos e irreparáveis. Notadamente quando propagados pelos formadores de opinião.

É lugar-comum julgar. À medida que as injúrias são disseminadas vão se adornando com detalhes de difícil dissolução; ao longo do tempo tornando-se “verdadeiras”. Fica estabelecida uma mácula na vítima.

Julgar pressupõe responsabilidade. Quem julga deve ter consciência de que esse ato pode provocar uma morte simbólica pessoal. Isso ocorrendo torna-se improvável o ressurgimento honrado da moral de quem é julgado.

Os casos são inúmeros. Como pessoa, de identidade privada ou pública, o indivíduo está sujeito a julgamentos em todas as áreas em que transita, podendo inclusive tornar-se refém do seu próprio grupo social.

Os julgamentos precipitados e injustos tornaram-se rotineiros no nosso país, sem a reflexão sobre as possíveis sequelas a quem está sendo irresponsavelmente julgado. Um bom exemplo são as sucessivas notícias falsas.

Ações judiciais deveriam ser criadas para inibir esses atos perniciosos, uma espécie de crime de lesa-cidadania.

Em contrapartida, na mesma sociedade, como um alento, há também o cidadão sensato e consciente dos seus deveres no meio em que vive. Este não costuma agir destilando prejulgamentos.

Cidadãos assim deveriam ter os seus moldes rotulados e copiados por todos os que pregam a empatia e respeito entre pessoas, seja através de convicções, preces religiosas ou chavões populistas. Coletivizar esse comportamento seria a idealização de uma sociedade realmente séria e justa.

Shakespeare, entre algumas de suas citações, afirma que julgar é uma das coisas que mais dá prazer ao ser humano. Sendo verdadeira a premissa, é necessário saber julgar, seguindo o fato e ignorando a versão, adotando a verdade como início, fim e meio de todo e qualquer julgamento.

Difícil no Brasil de hoje? Muito, demais da conta. Mas este ano temos nova oportunidade de mudar pra melhor e banir pro nunca mais o que agora tanto nos aflige e divide.

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