O senso de humor é um traço característico de inteligência, seja ele de qualquer tipo – do tímido ao evidente, do aconchegante ao desagradável, premissa defendida por muitos mortais.
O grau de perspicácia do observador é primordial para detectar a tênue linha que distingue esses variados tipos.
Seguindo essa tese, destaco alguns modelos que me são inspiradores e marcantes, dentro do meu círculo de amizade, e sempre atenta ao olhar e movimentos labiais, apontadores da verdade ou disfarce no momento do riso.
Nada mais agradável do que encontrar alguém que se aproxima com o sorriso nos olhos. É o caso de Deda Henriques (minha professora de Francês, no ginásio) e da minha prima Susy Neiva.
Deda encarava as alunas com um semblante convidativo ao aprendizado, apertando os olhos com um jeitinho bem conquistador, e a segunda mantém uma aparência afável transmitindo doçura e acolhimento pelo olhar.
O humor talentoso é pura sedução. Inventivo, é bem típico das pessoas dotadas de genialidade. Dois amigos espelham essas características: Marta Pessoa e Silvino Espínola. Às vezes esse humor é confundido com espírito ácido, mas basta um pouco de discernimento para substituir o equívoco por espírito sagaz.
O riso fácil de quem personifica a própria alegria é contagiante. É o caso da minha filha, Camila Soares, e da minha comadre Dodora Diniz.
O timbre da risada de ambas vai do soprano ao contralto, semelhante a um instrumento entoando uma escala musical com todas as notas. É uma verdadeira evocação ao lúdico o que as protagonistas desse privilégio fazem com quem se aproxima delas. Impossível haver tristeza em suas companhias.
Humor espirituoso é bem típico dos mais tímidos, como o presente na minha amiga Joana Emília. Em todas as situações, sejam elas dramáticas ou descontraídas, ela sussurra algo curto e engraçado. Sisudez passa longe diante do gracejo oportuno.
A gargalhada é bem particular. Nem todos passam pela vida tendo usufruído essa experiência. A minha cunhada, Zélia Gouvêa, faz um arranjo musical do agudo ao grave quando se sente motivada, e resgata o bom humor até dos depressivos.
Beleza de humor está reunida na minha irmã, Tata Baracuhy. Discreto, mas retrata fielmente a bondade existente nela. Pessoalmente ou fotográfico, é perceptível e digno de elogios o encanto de seu sorriso.
Há aqueles que não têm o hábito de sorrir, como o meu pai. De temperamento austero, determinado nas atitudes, preferia a circunspecção. Opinava criticamente sobre as adversidades enfrentadas com ênfase e seriedade no semblante, chegando a ser cômico pela forma encenada.
Aquela austeridade escondia um bondoso coração. Recordações de um sublime tempo familiar sedimentadas em nossas vidas.
Mas eis que, em determinado momento, uma expressão facial notadamente nas regiões dos olhos e dos lábios, evidenciando um largo e bonito sorriso, inspirou-me e me marcou decididamente – o do meu marido Newton.
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Uma resposta para HUMORES MARCANTES, por Babyne Gouvêa
Babyne, suas crônicas estão cada vez melhor.
Abri um sorriso quando me vi em tão boas companhias. Gostei de ser sua personagem 🥰🥰