Tinha apenas nove anos de idade quando me apaixonei pela primeira vez. Fazia o curso primário em uma escola da zona rural, no município de Areia, Paraíba. A minha musa era uma colega de turma, e se chamava Marizete.
O meu amor por Marizete era, na verdade, um amor platônico, posto que eu nunca tive contato físico com ela; sequer, alguma vez, chegamos a conversar alguma coisa.
Mas o meu sangue fervia por ela. Com efeito, não conseguia me concentrar direito nas aulas; nela, sim. E como era difícil esse meu comportamento. Era um frouxo. Não tinha coragem de me abrir, chegar perto dela e dizer-lhe o que realmente eu sentia. Assim, não me achava confortável. Uma menina de quem tanto gostava, tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante de mim!
O fato é que terminei o curso primário, deixei a zona rural, fui estudar na cidade, e Marizete se tornou um sonho não concretizado.
Depois de mais de vinte anos sem nos vermos, encontrei-a por acaso numa festa, em João Pessoa. Conversamos, dançamos, ela falou sobre a sua vida, e eu sobre a minha. Nada mais aconteceu. Fui embora da festa e essa foi a última vez que nos encontramos.
Aos dezessete anos, conheci Ridete, uma adolescente de quatorze. Foi amor à primeira vista. Amor, não namoro. Apesar de já ser um rapaz, a timidez ainda não tinha saído de mim. Foi outro amor platônico!
Fazer o quê? Um rapaz como eu, já concluindo o ginásio, cheio de amor pra dar, mas sem coragem de me declarar às minhas pretendentes!
Eu vivia sempre a me perguntar: até quando iria perdurar esse estado de coisas? Até quando?
Em 1974, ingressei no magistério. E foi a partir daí que, gradativamente, fui perdendo a “vergonha”, quer dizer, a timidez. Afinal, o contato diário com os alunos foi um fator determinante para que eu mudasse o meu comportamento. Afinal de contas, o professor tem que ser, também, um comunicador. E, como tal, fui me “soltando”, me livrando das amarras da timidez. Como consequência, não tive mais receio de me enamorar de mais ninguém, quer tomando a iniciativa, quer sendo assediado.
Pois bem, foi nessa segunda fase de minha vida que conheci Genivete. Namoramos algum tempo. Porém não foi pra valer; conheci outras e mais outras, mas não planejava casar com nenhuma delas. Queria, sim, concluir meu curso superior, encontrar um emprego e depois pensar em casar. E foi o que efetivamente aconteceu:
Chegando à cidade de Floresta, Pernambuco, para trabalhar e morar, casei com a primeira namorada que encontrei. Seu nome: Gilvanete! Com ela tive três maravilhosas filhas.
Passados dez anos, o casamento se desfez. Uma vez desquitado, fui morar e trabalhar na cidade de Salgueiro, também de Pernambuco, onde voltei a nomorar, com a finalidade de encontrar uma nova companheira, só que, a princípio, não queria assumir compromisso sério com ninguém; queria, sim, me divertir um pouco, já que estava ‘livre para voar’! E, assim, passei mais de três anos namorando com diversas garotas.
Nesses namoros, por incrível que pareça, as etes foram, de novo, cruzando o meu caminho: Com Nadiete namorei uns quatro meses; já com Elisete tive apenas uns lampejos de namoro.
Bem, quando estava com quarenta anos, em 1992, e já “cansado” de namorar, resolvi por um termo nesses namoricos. Queria um alguém para levar um sério, e que se dispusesse a morar comigo por toda a vida. Foi aí que conheci a adolescente Sandra, de apenas dezessete anos. Assim, o ciclo das ETES, enfim, havia terminado!
Passados alguns meses, resolvemos morar juntos. E – pasmem! – depois de estarmos morando debaixo do mesmo teto, foi que ela veio me dizer que o seu nome verdadeiro não era Sandra. Era, na verdade, Sandraisete. Isso mesmo, Sandraisete!
Devo dizer, amigo leitor, que Sandraisete continua sendo a minha fiel companheira, com as graças do Todo-Poderoso.
Por fim, não poderia concluir este texto sem antes mencionar um detalhe por demais relevante para mim:
o nome de minha filha primogênita é … Anete!
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