Hoje, recebi a nefasta notícia de mais um conhecido que se encantou. Volto a emitir desabafos – necessários descarregos – contrariando promessa feita a mim mesma, a de me restringir a falas amenas. Mas não me contive e espero estar falando por muitos.
Já estamos esgotados de ouvir os absurdos cometidos e ditos pelo nosso governante-mor, sendo a última máxima um “não adianta lamentar o leite derramado” diante das 350 mil vítimas que não sobreviveram ao vírus letal, multiplicando por milhões uma imensidão de sofrimento, orfandade e muito dolorida saudade.
Embora o assunto seja repetitivo, é necessário colocá-lo reiteradas vezes para alguns ingênuos que teimam em defender as irresponsabilidades do presidente. Fico imaginando o pesadelo macabro que viveríamos, caso prevalecesse o seu desejo para enfrentar a pandemia “de peito aberto e sem mi-mi-mi”.
Felizmente, parte significativa da sociedade e suas instituições, não somente as científicas, resistem à alienação funesta daquele que foi eleito para defender os interesses da população, mas trata seus governados como se inimigos fossem ou peças descartáveis no xadrez da voracidade pelo poder.
O governante-mor já declarou ene vezes que mortes serão inevitáveis e que as pessoas deveriam aceitar apaticamente esse fatalismo. A repetição de pronunciamentos assim indica que ele é impulsionado pela ideia de morte. Sua obsessão pelas armas e violência são sintomas da perversidade de alguém insensível ao sofrimento humano.
O negacionismo presidencial é facilmente explicado pelo egocentrismo acentuado, com foco em projeto pessoal de se perpetuar no poder e com esse poder proteger sua família. Com argumentos demagógicos em defesa de empregos e economia, ele desdenha do isolamento social e expõe a crueldade de suas “diretrizes” para o combate à Covid. Vejamos algumas delas:
– Para o meu governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina.
– Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.
– Eu não vou tomar vacina e ponto final. Problema meu.
– Já tenho anticorpos. Pra que tomar a vacina de novo?
– Se você virar um jacaré, é problema de você.
– Tá muito suspeita essa pressa em gastar R$ 20 bilhões pra comprar vacina.
No momento, em curso a instalação da CPI da Covid, estão sendo disparados ataques contra a iniciativa. Ataques do presidente e de seus apoiadores. Nós, brasileiros, merecedores de respeito, devemos continuar atentos e manifestando a nossa indignação contra os que têm sede de vírus e morte, patrocinadores de aglomeração.
Estaremos sempre avessos aos espíritos desumanos e exigiremos políticas públicas adequadas para garantir a dignidade e os nossos direitos. Se necessário, usaremos o descarrego para exorcizar esse espírito maléfico que brinca de governar o país.
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Uma resposta para DESCARREGOS COVIDIANOS, por Babyne Gouvêa
Babyne,
Seus textos são ótimos. Este último traduz bem o abandono em que me sinto, temendo por minhas filhas, genros e neto que não tem esperança de se vacinarem antes do final deste ano.
Tão terrível quanto o vírus é a desesperança de algo seja feito por nós brasileiros.