UMA QUESTÃO DE BOM SENSO, por José Mário Espínola

Imagem meramente ilustrativa copiada do Diário do Nordeste

O presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, Dr. Roberto Morais, zeloso pela sua categoria, solicitou à Secretaria Municipal de Saúde doses de vacinas e autorização suficientes para imunizar os seus membros maiores de 60 anos contra a covid 19, doença que está assolando a face da terra, especialmente no Brasil, que partiu muito atrasado na luta contra a pandemia, por falha justamente de logística, entre outras causas.

A SMS, na pessoa do secretário Fábio Rocha, deferiu o pedido, e então o CRM agendou para vacinar o pretendido grupo de risco na sua espaçosa sede. Nada mais justo.

Ocorre que o Ministério Público, sempre zeloso no cumprimento de suas atribuições, porém talvez mal-aconselhado, no caso em tela vislumbrou o ato como um desrespeito a outras categorias, e notificou a SMS por possível favorecimento indevido. Como havia de ser, a SMS suspendeu a operação que seria realizada no CRM.

Analisando à distância, qual teria sido o “possível desrespeito?” Não é o que observo. Acho que a iniciativa do CRM e da SMS é digna de aplauso, pois se fosse concretizada e ampliada permitiria que um número significativo de pessoas simultaneamente, ampliando com rapidez a cobertura vacinal.

Pois justamente era o que devia vir sendo realizado, com vantagens para a SMS: ampliar o número de centros de vacinação, incluindo órgãos de classe para vacinarem cada um os seus membros, respeitando como principal critério o conceito de prioridades: Conselho Regional de Enfermagem, de Psicologia, de Fisioterapia, de Odontologia, OAB, Associação do Ministério Público, AMATRA, CREA e, por que não?, o Conselho Regional de Medicina. Será muito mais organizado.

Todas essas entidades são órgãos responsáveis, que podem (e devem) ser observados pelos órgãos de fiscalização. E devem ser responsabilizados, quando for necessário.

Todos agindo simultaneamente, vacinando de acordo com as faixas etárias e profissões de risco, dentro dos critérios adotados pelas autoridades de saúde.

Se a SMS adotasse estes critérios, por exemplo, ao invés de 03 (três) longas filas ao longo de vários dias, teríamos até dezenas de pequenas filas vacinando ao mesmo tempo, cumprindo o calendário de vacinação em muito poucos dias.

Eu acho que faltou bom senso, e sobrou rancor, no nosso caso. Mas tenho a certeza de que o Ministério Público ainda irá rever a sua decisão, e vamos alcançar a necessária cobertura vacinal em bem menos tempo.

Tudo se resume, portanto, numa questão de bom senso.

José Mário Espínola
Cardiologista

É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para UMA QUESTÃO DE BOM SENSO, por José Mário Espínola

  1. PAULO montenegro escreveu:

    Questão de bom senso! O título já diz tudo. É o que está faltando hoje, não só ao caso especiespecífico no ato do Ministério Público paraibano, ao suspender a vacinação a um grupo de profissionais de grande risco, ao invés de estende-lo aos demais conselhos profissionais! Em resumo: os descasos da saúde no Brasil dos nossos dias, deve-se exatamente a esses dois fatores: falta de planejamento único da saúde pelo Ministério da Saúde- acefalia, e a justiça intervindo na saúde sem entender de nada da mesma – da cabeça de juiz e bunda de meninos sabemos o que pode sair!